GUIA 2019: Mesmo otimista por chance de vitória na Indy 500, Kanaan espera “ano difícil” na Foyt

Tony Kanaan vai para o 22º ano dele na Indy. E não espera flores, pelo contrário. A expectativa do piloto de 44 anos para a temporada 2019 é que a Foyt melhore, mas que ainda tenha dificuldades. Ficar entre os 12 melhores do campeonato, ele avalia, seria uma conquista real. Mesmo assim, a Indy 500 é olhada com o otimismo de quem acredita que seja possível buscar a segunda vitória

GUIA 2019
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São 21 anos de Indy. Tony Kanaan chegou à CART em 1998, vindo de um título na Indy Lights, e agora parte para a 22ª temporada de uma sequência ininterrupta onde viveu todos os tipos diferentes de momentos e feitos. Aos 44 anos de idade, Kanaan tem um objetivo claro para estes tempos e 2019: fazer com que a Foyt cresça como equipe. É um processo que precisa dele e que será longo após o começo no ano passado.

 
O campeão de 2004 chegou à Foyt em 2018 após algumas temporadas tentando se encontrar na Ganassi. Mas na equipe de AJ Foyt o papel é completamente diferente: ser responsável pela mudança de patamar de uma equipe que passou pelos últimos lugares do grid da Indy nos anos recentes.
 
Não há solução mágica para um conserto tão longo. O que precisa haver é trabalho, que é o que Tony fala em fazer ao lado do “maduro” Matheus Leist, a quem terá como companheiro por mais um ano. 
Tony Kanaan no Circuito das Américas (Foto: IndyCar)

Mais um ano e a pressão de sempre

Após tantos anos de carreira – Kanaan tem de Indy mais do que Leist tem de vida -, o piloto garante que a mentalidade dele não mudou tanto quanto alguém poderia esperar. E as metas do 22º ano estão bem definidas: sempre com auto-infligida pressão de uma pessoa tão competitiva. 
 
"É a minha 22ª temporada se contar os primeiros anos na CART. Na verdade não tem nada que eu não me importasse tanto ou que perdeu a importância. Acho que o foco agora é fazer a Foyt ser uma equipe melhor. Tivemos muitas dificuldades ano passado, então o objetivo é conseguir restabelecer a credibilidade e a performance da equipe neste ano”, disse ao GRANDE PRÊMIO
 
“A pressão sempre existiu e sempre vai existir. Eu me coloco a pressão. Então, sim, sinto pressionado. E quanto mais você tiver resultados, mais coloca a pressão em você mesmo. Mas é uma pressão diferente. Todo mundo sabe do nosso potencial, e nós sabemos o que podemos e não podemos fazer. Conhecemos nossa realidade”, declarou.
 
Tony também tem muito a elogiar Leist, algo que já fez ano passado. Um jovem maduro, ele diz, e que agora parte para um ano com continuidade com equipe e campeonato.
 
“As conversas com o Matheus estão sendo ótimas. Ele está indo para a segunda temporada mais confiante, ele é bem mais maduro do que eu quando tinha 20 anos. A geração nova já chega mais preparada. Vejo muito de mim nele na forma de guiar, mas em termos de mentalidade os meninos estão muito mais preparados do que nós éramos".
Tony Kanaan (Foto: IndyCar)

Foyt sabe que precisa melhorar, mas caminho é tortuoso 

A despeito da meta bem traçada, Kanaan tem ciência de que o ano de 2019 dificilmente terá algum tipo de redenção da equipe. É, ao menos por enquanto, um trabalho de formiguinha, que caminha de passo em passo mas ainda numa linha bastante irregular. 
 
O piloto avalia que não dá para tirar conclusões de ordem de forças do grid da Indy apenas por conta dos testes de pré-temporada oficiais no Circuito das Américas, uma vez que a temporada começa nas ruas de St. Pete.
 
“Não dá para saber por Austin, porque foi um tipo de pista diferente de onde a temporada começa. Acho que a gente ainda vai ter um pouco de dificuldade esse ano. Conseguimos mudar algumas coisas, mas ainda acho que vai ser um ano difícil pra nós”, avaliou.
 
Vencer corridas? Kanaan vê exatamente nas 500 Milhas de Indianápolis a melhor e provavelmente única oportunidade real em meio ao campeonato com deslumbre de dificuldades.
 
“Para falar a verdade, acho que se terminarmos entre os 12 primeiros do campeonato está muito bom. Creio que temos uma boa chance de brigar por vitória em Indianápolis, mas nas outras provas vai ser um pouco mais difícil”, confessou.
 
A Foyt viu onde precisa melhorar após 2018 e fez o possível, que ainda não está sequer perto de ser tudo o que eles imaginavam. E o rendimento da equipe nos ovais é superios em comparação aos mistos e de rua.
 
“A gente identificou algumas falhas. Estamos precisando melhorar nossa área de engenharia de amortecedor, mas é muito difícil porque não conseguimos contratar ninguém de fora – todo mundo bom que eu conheço já estava empregado. Estamos tentando resolver entre nós. Precisamos de uma luz, uma opinião de um engenheiro que viesse de outra equipe, mas não conseguimos isso ainda”, apontou. 
 
“Tivemos um ano decente em oval e com certeza a ideia é equilibrar nos mistos. Mas é aquela coisa: com o orçamento que a gente tem, tivemos que nos focar de novo nos ovais, porque a corrida importante de ganhar é Indianápolis”, afirmou.
Tony Kanaan passa por fora da pista em Sonoma (Foto: IndyCar)

Equilíbrio no segundo ano dos kits aerodinâmicos e solução temporária de segurança

Após um ano em que as equipes grandes – Andretti, Ganassi e Penske – sobraram com relação ao resto, Kanaan espera um equilíbrio crescente com a manutenção de quase todas as regras e dos carros introduzidos em 2018. A tendência é que a diferença diminua.
 
“Acho que vai estar mais competitivo, as equipes intermediárias vão encostar, porque é um segundo ano, mesmo pacote, algumas trocas de engenheiros entre umas e outras, então vai acabar que todo mundo tem a mesma informação”, opinou.
 
Sobre as novas proteções de cockpit, Kanaan está a favor, apesar de uma ressalva: é uma solução temporária. A meta da Indy é mesmo o windscreen.
 
“Solução de proteção do cockpit eu acho que é temporária, não é o produto final. A gente continua desenvolvendo o para-brisa [windscreen]. Foi uma medida para não parecer que não estávamos fazendo nada, porque demorou um pouco mais do que a gente esperava para poder desenvolver o windscreen que vamos colocar. Acho que foi uma ideia positiva, mas não que seja a solução.
 
A temporada começa no próximo dia 10, direto de São Petersburgo, na Flórida.
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