Castroneves reinventa conceito de auge e ganha justa nova chance como titular na Indy

Helio Castroneves parecia carta fora do baralho na briga pela titularidade na Indy, mas uma exibição fantástica nas 500 Milhas de Indianápolis provou como o brasileiro, do alto de seus 46 anos, ainda tem muita gasolina no tanque

Helio Castroneves tem ainda muita lenha para queimar na Indy. A frase é batida, clichê e, atualmente, óbvia, mas foi quase um mantra para o brasileiro nos últimos quatro anos. É que, desde que perdeu a titularidade na Penske, em 2017, Helio tentava incansavelmente provar que merecia voltar a ser titular na categoria que tanto ama. Isso finalmente vai voltar a acontecer em 2022.

Não foi fácil, definitivamente. Para que Helio voltasse a garantir uma vaga em tempo integral, muita coisa mudou do fim de 2017 para cá. Para começo de conversa, entender que a realidade seria correr de IMSA e que as chances na Indy viriam apenas nas 500 Milhas de Indianápolis, ou seja, uma adaptação a um mundo novo e a perda de algo que fazia por quase duas décadas.

Mas tudo isso ainda valia na cabeça de Castroneves, que acreditava que a ótima relação com Roger Penske, o passado glorioso e as demonstrações de competitividade nas Indy 500 seriam suficientes para reatar na categoria de monopostos. Não foram. Em 2020, então, vinha o segundo grande passo no processo de volta por cima do então três vezes vencedor no oval do IMS.

Helio Castroneves venceu as 500 Milhas de Indianápolis e ganhou a titularidade na Meyer Shank na Indy 2022 (Foto: IndyCar)

O ciclo na Penske estava com os dias contados e isso já não era mais segredo. Assim, o que Helio poderia fazer? A resposta foi aproveitar o fim do vínculo para procurar chances em novas casas, ainda que menos poderosas do que a maior potência da Indy. Primeiro, a experiência dura de duas corridas no misto de Indianápolis com a McLaren, que não saiu como planejado.

Só que Castroneves, de novo, não deixou a peteca cair. Fechou com tudo a temporada no IMSA, foi campeão e, de quebra, assinou um novo contrato: seis corridas com a Meyer Shank, equipe modesta, emergente, na Indy. A Indy 500 era o carro-chefe de um ano que ainda teria outras provas, todas em mistos e nas ruas, um desafio grande para mostrar potencial.

Acontece que a performance na Indy 500 saiu muito, muito além das expectativas. Helio pegou um time que corria por fora e venceu uma prova em que tudo deu certo, da estratégia ao ritmo, passando pela pilotagem impecável do brasileiro, que superou Álex Palou nos metros finais. Se a intenção antes da prova era mostrar que dava para ocupar um eventual segundo carro da Meyer Shank em 2022, a realidade se transformou depois daquilo.

Jack Harvey deixa a equipe em uma temporada bem abaixo do padrão (Foto: IndyCar)

Enquanto Helio se preparava para voltar ao carro mais de dois meses depois, Jack Harvey, outrora titular incontestável do time, começava a sucumbir. A sequência pós-Indy 500 do inglês não teve sequer um top-15 e a decisão, então, veio ainda durante as férias do meio de temporada: Helio titular em 2022, Harvey fora, mesmo com um segundo carro fixo.

A escolha da Meyer Shank fez todo sentido do mundo. A gratidão por Harvey é justa e a permanência do inglês era justificável até 2021, mas o ano, justamente quando a equipe imaginava dar um salto de qualidade, é dos mais fracos. A saída, então, é bastante coerente. A chegada de Castroneves, mais ainda.

Depois de dois anos batendo na porta da Penske para tentar voltar, Helio colocou a faca entre os dentes e brilhou intensamente em 2020 e 2021. Aos 46 anos, reinventou o conceito do auge, igualou o recorde de triunfos na Indy 500 e provou, com os recursos que tinha, que estava cheio de gasolina no tanque. Definitivamente, pilotando tão bem, fisicamente em forma e com um time promissor do lado, Castroneves tem muita lenha para queimar.

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