‘Holiday Indy’: Carpenter junta famílias com carisma e gestão para colocar seu nome na história como grande vencedor

Jamais Ed Carpenter vai ser lembrado na história como um grande piloto. Para ter seu nome marcado, ser chefe de equipe, ter carisma e as pessoas certas ao lado é o caminho correto que encontrou. A segunda pole em Indianápolis confirma isso

ED CARPENTER ESTÁ NA ECONOMAKI”.

 
Entram na sala de entrevistas em Indianápolis, no 1º andar da torre de imprensa, Ed, a mulher, os filhos, a sogra, os sobrinhos, todos os parentes possíveis que não se deslocaram tanto para estar aqui, e os representantes dos patrocinadore. Os mais novos se sentam ao chão e se comportam, meio embevecidos; os adultos se comportam da mesma forma, mas ficam em pé. À pergunta que se segue após a pole, sempre a de como foi o desempenho, a resposta já vem temperada com a pitada principal: o lado humano.
 
Carpenter, equipe e piloto, não seriam nada sem a família: a família Carpenter de sangue e a família que Carpenter formou para montar a equipe. Nem se Carpenter ganhar semana que vem as 500 Milhas e liderar as 200 voltas há de ser considerado um piloto de alto escalão. Mas sua fraca performance em mistos é compensada pelo carisma e pelo… lado humano. Se nunca há de colocar seu nome como um dos grandes do automobilismo, a aposta como chefe de equipe parece ter um caminho diferente. Aos poucos, e com “trabalho e dedicação”, o homem de dupla função vai se firmando e galgando.
Carpenter, de novo pole em Indy (Foto: IndyCar)
Depois da pole que conseguiu aqui no ano passado, a Carpenter se juntou à Schmidt Peterson – de Simon Pagenaud – como as maiores ameaças ao trio-de-ferro da Indy. Com a adição de Mike Conway como piloto de mistos a partir desta temporada, a coisa fluiu bem e natural: o inglês já venceu uma corrida, a de Long Beach, e o carro #20 passou à mão de seu dono no fim da semana passada sob uma certa pressão. “Eu fiquei paranoico”, contou o homem sob pressão de ser alguém grande. “No ano passado, eu não tinha nada a perder. Agora, sendo o último a sair, é mais estressante”, falou sobre a classificação e seu formato.

Quando viu que todo mundo começou a falhar na disputa pela pole deste domingo (18), a travada surgiu naturalmente. “Eu pensei que não fosse conseguir”, disse, bem diferente do homem que ontem transbordava segurança e confiança.

Carpenter comemora pole em Indianápolis com a grande família (Foto: IndyCar)
Os desabafos vêm sem uma carga emocional explícita, a lágrima ou a voz embargada. Carpenter já sabe o que são os vários microfones, os cliques intensos, os holofotes ajustados. Para ser grande, vai ter de se acostumar a isso, a pressão e aos sentimentos que se misturam por sinestesia. Descanso, não há. “Na verdade, estou bem ansioso pelo treino de amanhã para ver como o carro se comporta no ritmo de corrida”, e riu, lembrando como vai estar ocupado até terã. “Vou ter de acordar mais cedo que o normal, mas é divertido”, e tornou a rir. “Minha família está aqui para aproveitar comigo”, e o novo agradecimento por ser feliz naquele seu mundo volta à tona.

Carpenter sai da sala, e o cordão umbilical de suas famílias permanece intacto.

 
Não tem um ser aqui em Indianápolis que não goste de Ed. Vencer ou não as 500 Milhas de Indianápolis não muda o sentimento geral que o povo tem dele. Se vencer, é como um Oscar pelo conjunto da obra, ao qual todos vão aplaudir, provavelmente se emocionar e gostar do resultado, porque é nítido como surgiu o resultado. Não vencer ainda é o comum, por enquanto, e Carpenter vai batalhar quantas vezes for preciso, juntando o piloto, o chefe de equipe, o marido, o pai, o genro, o tio a cada membro de seu microtime para chegar lá. Ed tem o que provavelmente nenhuma equipe tem: todo mundo na sua mão, e isso não por poder. O carisma da pessoa se une ao gestor profissional. Só pode dar certo para Carpenter assim escrever seu nome como um dos grandes do automobilismo deste lado da vida.
 
Carpenter já venceu.
 

GRANDE PRÊMIO cobre 'in loco' as 500 Milhas de Indianápolis com os repórteres Victor Martins e Evelyn Guimarães. Para acompanhar o noticiário completo, clique aqui.

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