Indy testa sistema de KERS em Indianápolis, mas recebe críticas: “Não é necessário”

Indy promoveu teste com uso do push-to-pass no oval de Indianápolis para simular o sistema do KERS, previsto para entrar em 2023, mas pilotos criticaram a utilidade da ferramenta

Romain Grosjean divulgou um onboard em Sebring (Vídeo: Romain Grosjean)

A Indy realizou, na última sexta-feira (26), os habituais testes de homologação do pacote aerodinâmico para as 500 Milhas de Indianápolis, contando com a presença de Scott Dixon e Alexander Rossi, representando a Honda, e Josef Newgarden e Pato O’Ward representando a Chevrolet.

Com a mudança de regulamento, marcada que vai adotar um sistema híbrido de motores, junto da introdução do KERS (Sistema de recuperação de energia cinética, que pretende dar 60cv de potência a mais nos carros), os pilotos tiveram a disponibilidade de utilizar o sistema push-to-pass, que já é permitido nas corridas disputadas em circuitos mistos e de rua, em Indianápolis, em uma espécie de simulação. Porém, a primeira impressão foi negativa.

Para o hexacampeão da categoria e vencedor da Indy 500 de 2008, Scott Dixon, a utilização do dispositivo em uma oval como a de Indianápolis não vem bem a calhar.

Pato O’Ward guia no teste em Indianápolis (Foto: Chris Owens/Indycar)

“Não sou um grande fã do uso em um superspeedway, pois todos ficamos vulneráveis aqui, e às vezes acontecem situações que não são necessariamente boas, e que poderiam prejudicar as corridas. Aumentará a velocidade e o desgaste dos pneus, então, ainda tem muitas perguntas sem resposta. Ainda estamos tentando descobrir em quais áreas trabalhar, e não creio que a aceleração na reta seja uma delas. Para mim, se trata mais de como é a saída de curva, o quão perto podemos ir e como o ar sujo afeta a dianteira do carro”, afirmou o piloto da Ganassi, atual campeão da categoria.

Já para Alexander Rossi, vencedor da Indy 500 de 2016, a novidade vai contra os princípios de corrida da categoria. “A Indy sempre foi uma corrida de gerenciamento de combustível e ninguém vai usar (o sistema) até o final. Então, todos o usarão para se defender, e nada mudará. Não acho que o que estamos buscando seja um problema de potência”, afirmou o piloto da Andretti.

Do lado dos pilotos que correm com motores Chevrolet, a opinião não foi diferente. Josef Newgarden, campeão da Indy em 2017 e 2019, descartou completamente o uso do artifício em Indianápolis e apontou alternativas para a utilização do KERS.

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“O buraco no solo está coberto, teremos mais aletas no carro e mais partes aerodinâmicas, com as quais você jogará como equipe. Tivemos partes boas e outras nem tanto. Não acho que isso seja algo realmente necessário em Indianápolis, essa é minha sensação inicial. Talvez tenhamos que experimentá-lo em um oval curto. Se você quiser usar esse sistema, você terá que encontrar as configurações apropriadas”, afirmou o piloto da Penske, bicampeão da categoria.

Já o jovem piloto mexicano, Pato O’Ward, foi mais discreto em suas críticas e seguindo a ideia de Newgarden, defendeu o teste do dispositivo em ovais curtos. “Temos uma ideia certa de onde precisamos melhorar as coisas. Creio que encontramos algo que poderia funcionar, mas ainda resta trabalho a se fazer para que seja suficientemente bom e que possa ser utilizado nas corridas. É algo que pode funcionar em ovais curtos, como Gateway”, declarou o piloto da Arrown McLaren SP.

Em contrapartida dos pilotos, o presidente da IndyCar, Jay Frye, tirou pontos positivos do teste e ressaltou o aumento na velocidade dos carros. “Demos 200 segundos para eles utilizarem em um ciclo de 20 voltas, e a maioria usou metade neste período. Tivemos um ciclo de 20 voltas em ele, logo outra com impulsos de 10 segundos e outra com de 5 segundos, que mais agradou os pilotos. Foi interessante, pois pensávamos que eles queriam mais tempo. Pensávamos que isto nos daria mais perguntas do que respostas, e foi o que aconteceu, então está bem. Tiveram momentos em que os pilotos chegaram às curvas a 379 km/h, ao invés de 370 km/h”, concluiu.

A abertura da temporada 2021 da Indy acontece no dia 18 de abril com o GP do Alabama, que acontece no Barber Motorsport Park.

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