Kanaan imprime ritmo forte em Indianápolis e merece despedida com público em 2021

Tony Kanaan andou boa parte das 500 Milhas de Indianápolis dentro ou na beira do top-10 com uma Foyt e uma Chevrolet que deixaram bastante a desejar. Está claro que o brasileiro ainda tem lenha para queimar e que merece seguir na categoria para uma aposentadoria ao lado dos fãs

A 19ª participação de Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis não foi da forma como o piloto sonhava. Em uma Chevrolet que ficou devendo bastante em relação aos motores Honda, o brasileiro fechou na 19ª colocação com a Foyt, uma volta atrás do vencedor Takuma Sato. No entanto, a performance está longe de ter ficado bem refletida no resultado final. Tony, na verdade, mostrou mais uma vez que ainda tem bastante lenha para queimar e poderia ter terminado no top-10.

Em tese, 2020 seria a última vez de Kanaan como titular da Indy e, talvez, até a despedida do Brickyard. No entanto, antes mesmo da corrida, o piloto de 45 anos contou ao GRANDE PRÊMIO que as restrições todas, especialmente de público, durante a pandemia de coronavírus o fizeram reconsiderar a decisão. Assim, é bom possível que Tony retorne em 2021. E ele tem totais condições de fazer bonito.

“Isso tudo está me fazendo repensar [a aposentadoria da Indy], sim, acho que seria injusto com meus fãs e comigo eu fazer minha última Indy 500 sem fã nenhum. Nós vamos tentar fazer uma despedida na frente do público. Lógico que ainda muita coisa precisa rolar para que isso aconteça, eu não tenho equipe, não tenho patrocinador, nada”, disse ao GP.

Tony Kanaan merece uma despedida na frente do público (Foto: AFP)

Na Indy 500, o que se viu foi um Kanaan muito competitivo, mas que esbarrou na falta de equipamento. A Foyt já não é um primor, mas é fato que anda melhor nos ovais do que nos mistos. Acontece que, justamente em 2020, a distância entre os motores foi bastante significativa. E isso minou as chances não só de Tony, mas de qualquer piloto da Chevrolet na corrida. A luta virou, no máximo, por um top-10.

E ele quase veio para o veterano. Na maior parte da corrida, Kanaan esteve ou dentro ou na boca do top-10, muito mais veloz do que os companheiros Charlie Kimball e Dalton Kellett. Por algumas voltas, aliás, chegou a andar em oitavo, na mesma batida dos primeiros colocados. No entanto, um problema no cálculo do combustível fez o brasileiro ter de poupar no final e perder a competitividade nas últimas voltas, fechando em 19º.

Mais do que apenas a Indy 500, a avaliação das performances de Tony em 2020, no geral, é bastante boa. Na rodada dupla de Iowa, quase saiu um top-10 na corrida 2, enquanto que, no GP do Texas, chegou em décimo, o melhor resultado da Foyt na temporada até aqui. Agora, no final de semana, o brasileiro parte para a rodada dupla de Gateway, sua última participação no campeonato deste ano.

Tony Kanaan tirou bem mais do que a Foyt poderia oferecer (Foto: IndyCar)

Mesmo que nem estivesse guiando tão bem, Kanaan já mereceria voltar em 2021 para se despedir com os autódromos cheios, para dar adeus a todos na Indy em uma Indianápolis do jeito que ele e que todos nós conhecemos, afinal, estamos falando de uma lenda do esporte, de um favorito do público, do piloto que mais edições da Indy 500 liderou em toda a história: 14.

Mas nem é o caso. Tony tem, sim, totais condições de se manter como um titular na categoria, especialmente nos ovais, e não deve ter problemas para encontrar uma equipe para a sua nova Última Dança. Uma merecida Última Dança.

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