Leão de classificação, Power erra muito e encaminha fim de passagem pela Penske

Will Power é campeão e um dos grandes nomes que a Indy teve nos últimos anos, mas já não é mais o mesmo. Com muitos erros bobos, o australiano tem jogado fora ótimas classificações e segue sem vitórias em 2019. Parece ser o fim da linha para Will na Penske

35 vitórias, 56 poles, título, vitória na Indy 500, quatro vice-campeonatos. Não há a menor dúvida de que Will Power é um dos grandes nomes da história da Indy, uma lenda da categoria. Acontece que o momento já não é de auge, nem perto disso. E o GP de Toronto foi um bom reflexo, com dois erros graves que comprometeram totalmente o resultado final.
 
Não é de hoje que Power vem sendo pressionado e questionado por seus resultados e, principalmente, rendimento, mais precisamente pelo alto número de erros que comete e abandonos que sofre. Mas em 2019 isso se acentuou e, em um ano de mercado tão quente como promete ser 2020, parece indicar o fim da linha para Will na Penske.
 
Podemos começar falando do mercado, então. A dança das cadeiras da Indy é sempre uma atração de final de temporada, mas os rumores ganharam força muito mais cedo em 2019. Isso porque Alexander Rossi está em fim de contrato com a Andretti e, como um dos nomes mais quentes do momento, obviamente é desejo de quase todas as equipes.
 
E aí que sobra para Power. A Penske é a maior equipe do grid, é o sonho de 90% dos pilotos da categoria e já se mexeu para ter Rossi, começando uma sedução com o piloto no SportsCar. E aí, vai que Rossi decide que é hora de ser rival de Josef Newgarden na mesma equipe que ele, né? Bom, nesse caso, muito possivelmente a Penske teria de abrir mão de alguém do seu trio de pilotos e, com Newgarden e Simon Pagenaud renovados, fica ruim para Power.
Will Power não vive boa fase (Foto: IndyCar)

Uma retrospectiva da trajetória do australiano na Indy também é bem pertinente para entender como sua carreira sempre foi cheia de oscilações, mas ao menos seguia uma lógica. Hoje, os problemas e os brilhos de Power chegam quase que de forma aleatória.

 
Lá no início de seu caminho, ainda quando chamava CART, Power já saiu chamando a atenção por sua velocidade e habilidade, mas especialmente nas ruas. Veio a fusão, e isso seguiu sendo uma tônica: nas ruas e nos mistos, um leão, nos ovais, um gatinho.
 
O próprio Power sabia que precisava fazer alguma coisa para virar o jogo e passou anos se aperfeiçoando, conquistando resultados melhores e, mesmo com um temperamento para lá de explosivo, evoluindo. A primeira vitória em oval veio em 2013, na final em Fontana e daí para frente abriu a porteira, com outras seis chegando, incluindo a inesquecível Indy 500 de 2018.
Will Power no pódio: cena cada vez mais rara (Foto: Indycar)
Só que algo se perdeu nesse caminho. Se antes a oscilação era por ir bem em ruas e mistos e mal nos ovais, Will começou a simplesmente falhar em momentos diferentes e em traçados diferentes. Os erros aumentaram, os vacilos pioraram, os abandonos aumentaram e muito.
 
Tanto foi assim que, mesmo sem Rossi no mercado, já existia um forte rumor de que Power deixaria a Penske em 2018, mas aí veio a vitória salvadora nas 500 Milhas de Indianápolis, e o emprego ficou garantido. Mas em 2019 não teve nada disso e, sim, tem a sombra do americano atuando de forma parecida como foi Newgarden na realocação de Juan Pablo Montoya, quando Josef ainda era da Carpenter.
 
O quinto lugar com apenas 306 pontos, sem vitórias e com muitos erros jogando fora ótimas posições de largada dão toda pinta de que é o fim da linha para Power na Penske. A sequência de anos com pelo menos uma vitória que vem desde 2007, inclusive, está bem ameaçada.

Aos 38 anos, a curva é descendente, Power mesmo sabe e reconhece isso, mas não uma potencial saída da Penske não indica necessariamente que seja para aposentadoria. O australiano tem, sim, espaço em outros carros do grid.

 

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