Meyer Shank planeja time fixo para pit-stops na Indy: “Progresso de 0s5”

Meyer Shank estuda fim de funcionários freelancers durante pit-stop e, com time dedicado, projeta trocas e reabastecimentos mais rápidos no futuro

A Meyer Shank considera ter uma equipe de pit-stop dedicada e profissional nas próximas temporadas da Indy, que acompanhará o time durante todo o campeonato, encerrando com os freelancers e os profissionais que fazem dupla jornada nesse setor. Mike Shank, sócio do time ao lado de Jim Meyer e Helio Castroneves, indicou que essa deve ser a realidade de todos na categoria em um futuro próximo e projeta trabalhos 0s5 mais rápidos nos boxes.

Diferente da Fórmula 1 ou Nascar, por exemplo, que possuem um calendário espaçado ao longo do ano, as atividades da Indy são concentradas entre março e setembro — neste ano, a programação será ainda mais apertada: vai até agosto. Isso causa uma certa dificuldade em manter funcionários dedicados, mas, por conta da oferta e especialidades, algumas posições são contratadas em definitivo e não somente durante o período de corridas.

Tradicionalmente no automobilismo estadunidense, alguns ex-atletas — principalmente os que foram esportistas no período universitário e que não vingaram como profissionais — são contratados e treinados para fazer parte da equipe de troca de pneus e reabastecimento. Muitos deles fazem uma dupla jornada: trabalham em outras áreas nos dias comerciais e atuam no automobilismo aos finais de semana, o que acontece na Meyer Shank e outras esquadras. Em diversas vezes, esse pessoal atende os times somente na região onde mora e nem vai para todas as corridas.

O sócio da Meyer Shank também criticou o fato de alguns mecânicos fazerem dupla jornada, acumulando funções e ocupando as posições no pit que não são preenchidas com esses freelancers. Mais uma razão para a implementação das equipes dedicadas às paradas nos boxes.

Meyer Shank realiza pit-stop de David Malukas no GP de Nashville (Foto: IndyCar)

“Uma coisa que pensamos é ter a equipe de pit-stop dedicada. Estamos tentando implementar isso, estou vendo como pagar. Talvez, ao invés de usar todo o dinheiro que sobra para contratar um piloto, talvez, pegar parte disso para contratar profissionais para os pits”, disse Shank à revista norte-americana Racer.

“Esse vai ser o caminho, e estamos falando de atletas, que são muito competitivos e ganham uma boa grana fazendo outras coisas, mas estão conosco nos fins de semana. Ainda não é o ideal e estamos analisando isso. Tem equipes que estão fazendo isso em alguns cargos, mas não em todos. Vamos todos nessa direção nos próximos um ou dois anos”

Atualmente, uma boa parada na Indy está entre 7s e 8s. Em geral, a troca de pneus acaba antes do tanque ser totalmente reabastecido, o que, em teoria, invalidaria a necessidade de ter membros dedicados ao pit-stop. Porém, se tem notado na categoria alguma variação estratégica com relação ao reabastecimento. Equipes tem adotado a prática de colocar combustível somente durante a troca dos compostos, sem encher o tanque, com o intuito de ganhar posições durante os trabalhos nos boxes.

Neste caso, a velocidade em acoplar a mangueira de combustível e a troca dos pneus vai influenciar consideravelmente as disputadas corridas da Indy. O chefe da Meyer Shank também vê uma terceira possibilidade de melhora e acredita que será um bom investimento ter uma equipe dedicada, capaz de realizar as paradas cada vez mais rápidas.

Mike Shank, sócio da Meyer Shank (Foto: IndyCar)

“Reabastecimentos curtos é uma coisa. Quando o carro está no chão, o combustível vai mais rápido. Mas estou falando de fazer progressos, na casa de 0s5, mas sei que a gravidade é preponderante. Em caso de troca de pneus mais rápida, o carro desce antes e o combustível entra de modo mais veloz. Quero aproveitar todas as oportunidades de conseguir 0s1 ou 0s2, pois aqui se ganha por uma diferença pequena. Se conseguirmos isso, então todo o esforço para contratar esse pessoal terá valido a pena”

“É muita responsabilidade nas costas desses caras à medida que o calendário fica mais agitado e apertado. Pedimos a perfeição para eles nos carros e, depois, no desempenho de pista. Isso é muito para qualquer pessoa”

Além desses funcionários freelancers, algumas equipes — como também é o caso da Meyer Shank — se utiliza de mecânicos nessa posição, que acumulam as funções de realizar ajustes e consertos nos carros, além de precisar fazer as trocas e reabastecimentos de combustível durante as corridas. Shank apontou que isso sobrecarrega os funcionários.

“Existe os dois lados da moeda. Estou vendo qual será o melhor caminho. De um lado tem os caras. Diria que 70% deles estão no pit por amar isso, mesmo que seja mais trabalho para eles. Eles sentem falta dessa parte, mas temos de considerar o peso disso diante do desempenho puro. É possível ter um verdadeiro ganho com caras que precisam atuar dos dois lados? É certo o que estamos fazendo agora?”, falou Shank.

Felix Rosenqvist segue na Meyer Shank em 2025 (Foto: IndyCar)

“O nível de execução que pedimos durante o final de semana é muito alto, com a preparação dos carros para a corrida e todas as sessões. Então, no final, todo mundo está mais cansado e precisam fazer as paradas nos pits em alto nível. Sem brincadeira, existem diversas equipes incríveis que fazem isso há mais tempo do que estou na Indy. Mas e se pudermos nos ajudar e fazer isso de forma diferente? É algo delicado, mas, na minha opinião, é o caminho a seguir”, encerrou o fundador da Meyer Shank.

Para 2025, a Meyer Shank manteve Felix Rosenqvist no carro #60 e colocou Marcus Armstrong no #66. Nas 500 Milhas de Indianápolis, o time colocará o #06 na pista, que será guiado por Helio Castroneves.

Indy retorna somente no dia 2 de março do próximo, com o GP de St. Pete, na Flórida, que abre a temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz cobertura completa de todos as atividades.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.