Na Garagem: Em ‘dia de fúria’ de Zanardi, Gugelmin vence primeira em Vancouver

Maurício Gugelmin deu fim a uma seca de vitórias de dez anos e venceu a etapa de Vancouver da Indy em 1997. O triunfo do brasileiro adiou a conquista do título de Alex Zanardi, que teve uma corrida para lá de conturbada nas ruas canadenses

Foi em 31 de agosto de 1997 que Maurício Gugelmin conquistou sua primeira e única vitória na Indy. O palco do triunfo do catarinense foi o circuito de rua de Vancouver, que viu o piloto de então 34 anos fazer uma pilotagem muito segura para sair do quase na categoria de monopostos norte-americana.

 
Aquela vitória foi muito importante para o piloto de Joinville. Além de ser sua primeira na Indy, foi também a primeira desde que deixou a F3000 em 1987, quando venceu em Silverstone com a equipe Ralt. No ano seguinte, Gugelmin seguiu para a F1, onde passou cinco temporadas e conquistou um pódio no GP do Brasil de 1989.
 
Em 1993, já fora da principal categoria do automobilismo mundial, foi tentar a sorte nos EUA e fez três corridas com a Dick Simon na Indy. Em 1994, fez a temporada completa com a Ganassi, não foi muito bem e logo trocou para a PacWest, onde teve bem mais sucesso e permaneceu por sete anos. 
 
1997 foi disparada a melhor temporada de Maurício, que além da vitória em Vancouver teve dois segundos lugares: em Long Beach e em Road America, justamente a prova que antecedeu a etapa nas ruas canadenses.
Maurício Gugelmin venceu sua única corrida na Indy em Vancouver (Foto: IndyCar)
O campeonato chegou a Vancouver com Alex Zanardi muito perto de conquistar o caneco, levando uma vantagem de 39 pontos para o vice-líder Gil de Ferran. O brasileiro, então, tinha em Vancouver o primeiro 'match-point contra' para salvar e de quebra ainda teria de ver o italiano, que vivia uma fase espetacular com três vitórias consecutivas, partir da pole-position.
 
Apesar do desempenho pouco inspirado de Jimmy Vasser até aquele momento da temporada, a Ganassi fazia um trabalho espetacular e tinha um grande carro. O GP de Vancouver viu bem isso com Zanardi precisando escalar o pelotão duas vezes e o fazendo com tranquilidade.
 
Saindo da pole e com um carro muito bem acertado, o italiano fazia uma corrida muito seguro e, se sua vitória ainda não estava encaminhada, ao menos a liderança era bem controlada até a volta 16, quando perdeu o ponto de frenagem e escapou do traçado, despencando para 23º.
 
Só que aquele estava longe de ter sido o primeiro incidente da corrida. O começo, especialmente, foi muito conturbado, com uma largada que já tirou Paul Tracy da disputa e uma relargada que coletou Dennis Vitolo, além de ver Al Unser Jr. tocar em Michel Jourdain.
Maurício Gugelmin venceu a etapa de Vancouver (Foto: Reprodução/Twitter)

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Quando Zanardi escapou e virou último, Bobby Rahal assumiu a ponta, onde ficou por bem pouco tempo até ser superado por Vasser. Gugelmin e Michael Andretti também não demoraram para superar Rahal, que apresentava problemas e abandonava pouco depois.
 
Os três primeiros ficaram isolados no grupo da frente por um bom tempo até que De Ferran se aproximou. Pouco depois, com 35 voltas para o final, Zanardi já surgia no top-5 atropelando todo mundo, enquanto Andretti recolhia o carro com a suspensão danificada pelos trancos causados pelo asfalto irregular.
 
O momento que decidiu a corrida veio poucos giros mais para frente. Gugelmin conseguiu prolongar o segundo stint e foi aos boxes algumas voltas depois de Vasser, que teve uma parada bem lenta com direito a problemas na mangueira de combustível e tudo. Ali, o brasileiro superava seu principal rival na corrida.
 
No entanto, os dois ainda estavam atrás de Bryan Herta, que surgiu do nada na frente após se envolver em um acidente no início da corrida, mas vinha em outra estratégia de paradas. O quarto lugar era de Zanardi, mas por pouco tempo, já que o italiano cometeria basicamente o mesmo erro do início da corrida e perderia tudo aquilo de lugares mais uma vez.
Bryan Herta tinha chances de vencer (Foto: Reprodução/Twitter)

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E seria justamente Zanardi o homem a basicamente definir o resultado da corrida. Em fúria, o italiano foi passando todo mundo de novo e, tentando descontar a volta que havia tomado, bateu com tudo em Herta, jogando o líder na barreira de pneus. O americano ficou bem irritado. 

 
"Ele não pode sair por aí pilotando desse jeito, forçando todas as ultrapassagens. Não é a atitude de um piloto que vai ser campeão", declarou um frustrado Herta. 
 
Zanardi, que logo seria campeão e confirmaria o grande desempenho que teve em toda a temporada de 1997 com a Ganassi, discordou da análise de Herta.
 
"Do meu ponto de vista, minha corrida foi conservadora. Sei que cometi dois erros no mesmo ponto da pista e foi isso que deixou a decisão para as próximas corridas", comentou.
Alex Zanardi estava em um dia complicado em Vancouver (Foto: Reprodução/Twitter)
Quando a bandeira amarela saiu, Gugelmin segurou bem a última relargada e resistiu a alguns ataques de Vasser, mas logo foi abrindo distância para o americano e caminhando com mais tranquilidade para aquela que seria sua única vitória na Indy.
 
"É difícil conseguir descrever o que estou sentindo. Eu trabalhei muito para isso, bati na trave tantas vezes, estava muito preocupado com isso. Hoje o carro estava muito bom. No começo da corrida, fui bem conservador com o combustível e aí consegui esticar um pouco mais minha parada em relação ao Jimmy Vasser. Quando faltavam umas sete voltas, pensei "acho que eu consigo ganhar essa", mas essas sete voltas pareceram durar um mês e meio. Acabamos de renovar contrato com a equipe, o timing foi perfeito", disse o brasileiro depois da corrida.
 
Vasser, que foi quem mais liderou voltas, ficou mesmo com a segunda posição, enquanto De Ferran, quietinho, completou a prova em terceiro, mantendo o campeonato ainda vivo matematicamente. Com um ritmo avassalador, Zanardi ainda chegou em quarto. Os outros brasileiros do grid tiveram um dia complicado. Raul Boesel foi sexto, enquanto Christian Fittipaldi, André Ribeiro, Roberto Moreno e Gualter Salles não chegaram ao fim das 100 voltas.
 
No mesmo final de semana, Cristiano da Matta e Tony Kanaan fizeram uma dobradinha brasileira na Indy Lights. Com o resultado, Tony tomou a liderança do campeonato de Helio Castroneves, que abandonou a prova. Kanaan foi campeão duas corridas depois com Castroneves vice e Da Matta em terceiro.

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