Na Garagem: Castroneves comanda retorno da Penske e vence Indy 500 pela 1ª vez
Helio Castroneves conquistou uma das vitórias mais importantes da história da Penske ao se esquivar de caos e vencer as 500 Milhas de Indianápolis pela primeira vez
Foi em 27 de maio de 2001 que Helio Castroneves foi ao Victory Lane das 500 Milhas de Indianápolis pela primeira vez. Então com 26 anos de idade, o brasileiro comandou o retorno da Penske ao Brickyard depois de seis anos para faturar o primeiro de seus três anéis de vencedor da prova mais tradicional do esporte a motor norte-americano.
Depois da vitória de Al Unser Jr. com o polêmico motor Mercedes-Benz 500l, em 1994, a Penske ficou fora da edição seguinte da Indy 500 após o banimento da unidade e o fracasso de Emerson Fittipaldi e Little Al, surpreendentemente eliminados no Bump Day. Com a ruptura, a equipe tomou o lado da CART e não participou da corrida entre 1996 e 2000, mas a abertura de comprar chassis da IRL permitiu o retorno em 2001, com Helio e o compatriota Gil de Ferran.
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“Depois da situação de 1995, a Penske se preparou antes de ir para o mês de Indianápolis, esta é uma das qualidades que a equipe tem. Fomos para Phoenix mesmo que a pista fosse diferente, experimentamos o carro e a performance. Estava indo bem, mas a sorte, não. Tive um problema de motor, e por esse motivo a Ilmor modificou para as 500 Milhas. A expectativa era grande, mas não me lembro de ser o centro da atenção, talvez eu estivesse muito focado na corrida (risos)”, comentou Helio ao GRANDE PRÊMIO, relembrando a expectativa para o retorno do time.
Na classificação, Castroneves acabou pior que o companheiro Gil. largando apenas de 11º. Porém, a corrida começou extremamente caótica, com diversas amarelas e abandonos, inclusive do pole Scott Sharp, que rodou na primeira curva. Helio conseguiu escapar das confusões e se manteve no top-10 a maior parte do tempo, eventualmente avançando ao top-5, tal como De Ferran.
“Eu estava mais chateado por não ter largado mais na frente. Eu queria fazer uma outra tentativa, mas a equipe não queria arriscar. Fora isso, estava me preparando para entender o que eu deveria fazer para ter um carro para vencer, e consegui encontrar o acerto ideal”, citou o piloto do então carro #68.
Com mais da metade da corrida completada, uma bandeira amarela foi acionada após a batida de Jon Herb. Voltas depois, a chuva veio em Indianápolis e forçou com que o pace-car seguisse na pista, o que acabou prejudicando o líder Michael Andretti, que necessitou do reabastecimento. De Ferran assumiu a liderança, com Helio em segundo.
A sequência 1-2 da Penske permaneceu assim até a volta 134, quando Cory Witherhill bateu. A dupla brasileira foi aos boxes, e Castroneves saiu à frente. Porém, ambos receberam uma punição pela saída perigosa do pit-lane e viram Tony Stewart, com a Ganassi, assumir a ponta. O piloto americano, que fez o famoso ‘double-duty’ ao também competir na Coca-Cola 600 no mesmo dia, parou durante uma amarela para reabastecimento e devolveu a liderança para as mãos de Helio. Na volta 155, a chuva voltou a aparecer, agora forçando uma bandeira vermelha e quase encerrando a prova.
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“Quando a corrida foi paralisada, muita gente achava que isso seria o fim. Eu saí do carro e lembro que meu pai disse: ‘acabou. Eu olhei para o céu, vi uma pontinha de sol e disse a ele: ‘A corrida ainda não terminou, eles vão esperar secar essa pista principalmente por se tratar da equipe rival entre IRL e ChampCar’. Coloquei de volta o capacete e pensei: ‘agora caindo, é tudo ou nada'”, descreveu.
Com a corrida reiniciada, Castroneves liderava seguido por Robbie Buhl. O piloto da Dreyer & Reinbold até que pressionou, mas rodou sozinho na volta 171 e abandonou a briga pela vitória, apesar de colocar o carro de volta na corrida.
Helio passou a ter Gil de Ferran no segundo lugar novamente. Conseguiu manter uma distância confortável e soube negociar melhor os retardatários, completando sua primeira participação nas 500 Milhas de Indianápolis com a vitória, uma das maiores já conquistadas pela Penske no Brickyard. “Eu acho que nos redimimos pelo que aconteceu em 1995. É o melhor dia da minha vida ter este retorno”, comentou Roger Penske à ABC, após a bandeira quadriculada.
“Lógico que no final da corrida, tendo o Gil bem ali na minha caixa de câmbio, eu sabia que tinha que ser preciso, e assim que coloquei dois retardatários entre a gente na última volta, sabia que não perderia mais. A sensação de vencer Indianápolis é única. Muda muita coisa, até a maneira que eles te apresentam, como o campeão das 500 Milhas”, concluiu.
Na comemoração, o brasileiro desceu do carro e eternizou o gesto de subir nas grades da reta principal junto dos mecânicos da Penske. Um dos momentos mais marcantes da história da corrida.
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