Na última volta, Carpenter vence em Fontana. Hunter-Reay vive drama, mas termina em 4º e é campeão

As últimas voltas do GP de Fontana foram dramáticas. Ed Carpenter superou Dario Franchitti nos metros finais e ficou com a vitória. Na luta pelo título, Ryan Hunter-Reay só conseguiu o resultado que precisava nos momentos decisivos, chegou na quarta colocação e ficou com o título

A expectativa pelo início da prova em Fontana era gigante e tudo que foi esperado da corrida que começou no sábado (15) e acabou no início da madrugada do domingo aconteceu. A disputa pela vitória foi muito acirrada, com vários pilotos assumindo a primeira posição ao longo das 250 voltas da corrida. Mas quem ficou com a vitória foi Ed Carpenter, que foi, usando um termo bem popular, muito macho ao ultrapassar Dario Franchitti na última volta. Scott Dixon ficou com a terceira colocação e completou o pódio.

Mas o drama mesmo ficou na disputa pelo título. Marcando Ryan Hunter-Reay direitinho no início da corrida, Will Power errou, bateu e abandonou a prova. O que facilitaria o trabalho do piloto da Andretti, certo? Errado. A Penske trabalhou como um camelo no deserto por mais de uma hora, recolocou o líder do campeonato na pista para um objetivo: ultrapassar EJ Viso e garantir não dez, mas 12 pontos. E ele conseguiu.

Com os dois pontos a mais, Hunter-Reay precisava chegar, no mínimo, na quinta colocação para garantir o título. Parecia que não seria possível, mas ele tirou forças de algum lugar e foi além: chegou em quarto. Nunca antes na história, ele comemorou tanto uma quarta colocação. Ao cruzar a linha de chegada, o piloto não só foi campeão, mas quebrou um jejum de seis temporadas sem um americano campeão da Indy – Sam Hornish Jr foi campeão em 2006.

Helio Castroneves terminou a prova na quinta colocação, com Graham Rahal em sexto. Takuma Sato foi sétimo, Marco Andretti, Katherine Legge e Charlie Kimball completando os dez melhores da última etapa da temporada da Indy.

Os outros brasileiros não tiveram tanta sorte e acabaram abandonando a prova. Tony Kanaan terminou na 18ª colocação ao bater nas voltas finais, enquanto Rubens Barrichello, o 22º, abandonou com um problema no motor.

Hunter-Reay garantiu seu primeiro título na Indy ao chegar na quarta colocação em Fontana (Foto: IndyCar/LAT USA)

Confira como foi o GP de Fontana

Para uma prova especial, nada como Mario Andretti pilotando o carro que ia à frente dos pilotos nas voltas que antecederam a largada da última etapa da temporada. E quando a largada foi dada, Marco Andretti manteve a primeira colocação, enquanto Tony Kanaan já duelava com Ryan Briscoe pela segunda posição. E o brasileiro da KV Racing não quis saber e assumiu a liderança da corrida logo no início.

Rubens Barrichello foi outro que subiu e avançou do sexto para o quinto posto. Mais para baixo, Will Power era apenas o 21º, enquanto Ryan Hunter-Reay subiu para 16ª colocação. Os seis primeiros colocados abriram uma boa vantagem com relação aos outros pilotos. Com um bom acerto, JR Hildebrand pulou para primeiro, enquanto Kanaan caiu para terceira colocação.

O início de prova foi marcado pelas inúmeras trocas de posições. Enquanto isso, Hildebrand abria uma ligeira vantagem para Andretti na liderança da corrida. Separados apenas por Justin Wilson, Hunter-Reay e Power estavam em 18º e 20º, respectivamente, na volta 14.

Como era de se esperar, Simona de Silvestro, única no grid com motor Lotus, foi aos pits e não voltou mais à pista. Na ponta, Hildebrand já abria mais de 2s de vantagem para Andretti, enquanto Kanaan era ultrapassado por Ed Carpenter e caia para quinta colocação. Hunter-Reay se mantinha a frente de Power, mas 18ª colocação era insuficiente para garantir o título ao americano. E quase que o piloto da Andretti bateu no muro. Como diria o poeta, deu aquela “raladinha”.

Carpenter venceu nos metros finais em Fontana (Foto: IndyCar/LAT USA)

As trocas de posições diminuíram drasticamente no momento em que Andretti fez sua primeira parada nos boxes na volta 33. Ele caiu para 22º, deixando Ryan Briscoe na segunda colocação, atrás apenas de Hildebrand, que logo também fez sua parada e então muitos pilotos entraram, como Barrichello, Kanaan, Saavedra, Carpenter, Scott Dixon, James Hinchcliffe e Hunter-Reay.

Com as posições realocadas após as paradas, Hildebrand voltou ao primeiro posto e Carpenter assumiu a segunda colocação. Kanaan voltou em quarto, Barrichello em sexto e Helio Castroneves na décima colocação. Um pouco mais atrás, Hunter-Reay lutava para subir de posição e era o 13º na volta 49, deixando Power em 15º.

E os dois, com o avanço do australiano, chegaram a disputar posição e o líder do campeonato levou a melhor. Mas Power errou quando não podia, forçou quando tinha a vantagem, se precipitou quando poderia ter ficado calmo e bateu. Sim, ele, por fora, rodou sozinho e, se quase acertou Hunter-Reay, bateu no muro. O que, definitivamente, mudou a história da última etapa da temporada. Se o rosto do piloto não mostrava desespero, talvez encoberto pelo capacete, a senhora Power colocou as mãos no rosto e sabia que o título estava indo pelo ralo naquele momento. O piloto da Andretti só precisava de uma sexta colocação para ficar com o título.

Carpenter juntou-se a Justin Wilson como únicos pilotos fora do top-10 do campeonato a vencer uma corrida (Foto: IndyCar/LAT USA)

A bandeira amarela foi acionada logo que Power bateu e só foi retirada na volta 65. Carpenter assumiu a primeira colocação ao ultrapassar Hildebrand. Barrichello subiu ao terceiro posto, com Takuma Sato na quarta colocação. Mas a corrida do piloto da Panther acabou quando ele apresentou um problema e ficou se arrastando pela pista, o que causou uma nova bandeira amarela na pista.

Vários pilotos aproveitaram para fazer uma nova parada nos boxes. E, surgido do limbo, James Jakes assumiu a primeira colocação da corrida na volta 78. Ainda com a prova com bandeira amarela, Katherine Legge conseguiu bater em Justin Wilson. Na nova relargada, Hunter-Reay já era o sexto colocado, resultado que era suficiente para garantir o título.

Carpenter havia recuperado a primeira colocação após a parada de Jakes, deixando Dixon na segunda colocação. Quem vinha muito bem era Ryan Briscoe, que subiu para terceiro e levou com ele Castroneves, o quarto. Mas a troca de posições voltou a ser uma constante quando a centésima volta era completada. O sol desceu, a noite subiu e as luzes da pista foram acesas. E Hunter-Reay seguia na luta para chegar à sonhada sexta colocação.

Na volta 107, Barrichello deu adeus à prova ao ver seu motor explodir e sua KV ter um principio de incêndio, rapidamente controlado pelos fiscais. Claro, a bandeira amarela foi acionada mais uma vez na prova. Por incrível que pareça, Carpenter ainda seguia na primeira colocação e, não tão incrível assim, Kanaan era o segundo colocado.

Penske recolocou Power na corrida, mas australiano ficou com o vice mais uma vez (Foto: IndyCar/LAT USA)

Assim que a bandeira verde foi acionada novamente, Carpenter largou Kanaan e Dixon brigando pela segunda colocação e abria uma ligeira, mas importante vantagem na primeira colocação. Porém não durou muito e o piloto da Ganassi assumiu a primeira colocação.

Para surpresa geral da nação, a Penske trabalhou duro no carro e parecia que Power ia voltar à pista. E voltou mesmo. Tudo para dificultar o trabalho de Hunter-Reay na corrida, que dependia de um novo abandono do rival para seguir com a sexta colocação como resultado ideal. Caso o líder do campeonato terminasse na 24ª posição, ele somaria 12 pontos ao invés dos dez e forçaria o piloto da Andretti a ter que completar a prova na quinta colocação.

Kanaan era o primeiro colocado na volta 136 e Castroneves estava na terceira colocação, com Dixon entre eles, o que não durou muito e o brasileiro da Penske assumiu o segundo posto. Mais atrás, Power conseguiu o objetivo traçado: ultrapassou EJ Viso, assumiu a 24ª colocação, somou mais dois pontos nos dez em já tinha, totalizando 12 e voltou aos boxes. Isso forçava Hunter-Reay a terminar entre os cinco melhores para ficar com o título.

Com a entrada de Kanaan nos boxes, Castroneves assumiu a primeira colocação. Mais pilotos aproveitaram o momento e também fizeram à parada nos pits, e o brasileiro da KV voltou à frente e teve que disputar posição lado a lado com Dixon, mas se saiu melhor e seguiu em primeiro, com uma vantagem de mais de 1s.

Precisando de uma bandeira amarela para se aproximar do grupo dos seis primeiros, Hunter-Reay viu Briscoe perder a traseira, bater no muro e acabou conseguindo o que precisava para tentar o último pulo do gato visando seu primeiro título na Indy. Muitos pilotos foram aos boxes para fazer a parada, entre eles Kanaan.

A nova relargada colocou Dixon na primeira colocação, enquanto Hunter-Reay era o sexto colocado – ele precisava de mais uma posição para garantir o campeonato. Mostrando bom ritmo, Carpenter reassumiu a primeira colocação, mas quem veio com tudo foi Alex Tagliani, que colou nos líderes e logo assumiu o segundo posto. E ele foi com tudo para pular ao primeiro lugar.

Campeão, Hunter-Reay quebra jejum de seis anos sem conquista de americanos na Indy (Foto: IndyCar/LAT USA)

Faltando 35 voltas para o fim, vivia um drama o menino Hunter-Reay. Mais de 4s atrás de Dixon, ele precisava ultrapassar o rival para ficar com o título, mas seu ritmo não era dos melhores e, ao que parecia, apenas um milagre daria o título ao piloto da Andretti.

A nova rodada de paradas começou na parte final da corrida. Entre os que fizeram uma nova parada, estava o único postulante ao título ainda na prova. E ele voltou na sexta colocação, ainda muito atrás de Dixon, mas uma bandeira amarela causada pela batida de Tagliani no muro, que abandonou a corrida, acabou colocando Hunter-Reay na quinta colocação, o suficiente para garantir o título.

As voltas finais mereciam um roteiro digno dos melhores filmes de todos os tempos. Com muito drama e emoção, a relargada aconteceu faltando 15 voltas para o final da prova e Hunter-Reay pulou para quarta colocação. Na frente, Franchitti liderava a corrida, com Carpenter em segundo. Mas Sato não queria deixar e lutava bravamente contra o piloto da Andretti, que subiu para terceira colocação.

Lutando por posições, Kanaan acabou batendo no muro e a direção de prova acionou a bandeira vermelha. Tudo para a prova, faltando oito voltas para o final, não acabar em amarela. Os pilotos voltaram à pista alguns minutos depois, deram uma volta ainda em amarela e logo a prova recomeçou.

Hunter-Reay ficou de fora da confusão na relargada, mas acabou sendo ultrapassado por Dixon. E Sato, que vinha atrás, conseguiu fazer a ultrapassagem, deixando o piloto da Andretti na quinta colocação, suficiente para garantir a conquista inédita. E ele ainda viu o japonês bater, ficou com a quarta colocação e garantiu seu primeiro título na Indy.

Na briga pela vitória, Carpenter ultrapassou Franchitti na última volta e venceu a última corrida da temporada. Dixon acabou na terceira colocação.

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