Nada de Penske ou Carpenter: por que Alonso evita riscos ao optar por equipe pequena na Indy

A decisão de correr na Indy foi bem pensada por Fernando Alonso e a McLaren. E embora pareça ser um risco defender uma equipe pequena, a manobra do piloto e da esquadra inglesa é inteligente: se olhar bem vai ver que, por trás do time de Mike Harding, há toda a experiência de Michael Andretti e a grana da Chevrolet

Nada de Penske, Carpenter ou Ganassi. O destino de Fernando Alonso na Indy é a Harding, como o GRANDE PRÊMIO adianta nesta quarta-feira (15). O espanhol decidiu que é chegada a hora de deixar a F1 para trás e alçar voos diferentes a partir de 2019. E esse rasante vai atravessar o Atlântico para desembarcar na categoria norte-americana em tempo integral, desta vez. A meta principal é, claro, vencer as 500 Milhas de Indianápolis, para, então, celebrar a Tríplice Coroa do esporte a motor, uma vez que já tem no bolso as vitórias em Mônaco e nas 24h de Le Mans. Mas Fernando quer mais. E para isso, foi o centro de uma intensa negociação dos dois lados do oceano, que envolveu não só a equipe de Woking, mas também nomes de peso na Indy, incluindo seus chefes. A manobra é inédita e serve como mais um exemplo do poder de fogo do espanhol. 
 
Em um primeiro momento, pode-se até achar que a escolha da Harding – equipe ainda novata e de pequeno porte – é altamente arriscada, dado o tamanho de Alonso no esporte. O time tem apenas um carro no grid atual e nenhum resultado expressivo o bastante que justifique o interesse do bicampeão e da McLaren, que há meses trabalham para encontrar a estrutura mais adequada e competitiva. Só que a opção não foi ao acaso ou pensada somente do ponto de vista financeiro/técnico. Uma série de fatores culminou com a decisão pela esquadra que tem como dono Mike Harding, como consultor Al Unser Jr. e como presidente Brian Barnhart – sim, aquele.
Fernando Alonso (Foto: AFP)

A realidade é que a Harding é a menor parte de todo o esquema montado para acomodar Alonso no grid da Indy – quase um time ‘laranja’. Tudo começou com a busca da McLaren por parcerias técnicas ainda no primeiro semestre. E claro que o nome de Michael Andretti foi o primeiro a surgir na lista de Zak Brown – e não é para menos. Afinal, foi pelas mãos certeiras de Michael que Fernando viveu a experiência na Indy 500.

A verdade é que Andretti é uma figura que transita bem por todos os lados. Possui um enorme talento para conexões bem-sucedidas e conhece bem os tramites intramuros do esporte que tomou para si. Um exemplo é a sua própria equipe, que, além das ligações na Indy, com Bryan Herta e Michael Shank em 2017, ainda tem a esquadra na Fórmula E e no Rallycross. Aqui ainda vale destacar que Michael também chegou a ciscar sob o terreno quente da Force India.

 
Sendo assim, não é nenhuma surpresa perceber que Andretti está muito por trás de toda essa mega-operação. Foi Michael quem articulou o acordo com a Harding e pensou na Chevrolet – daí se explica a reunião entre a cúpula de todos os envolvidos em Detroit meses atrás. A escolha pela marca da gravatinha se deu, obviamente, para evitar qualquer rusga antiga com a Honda e a opção pelo time de Mike se dá pelo próprio envolvimento de Andretti com a fabricante nipônica. A Chevy também entra com um forte apoio financeiro, pensando também no impacto que Alonso vai ter na Indy, e isso se aplica não só nos EUA, como no mercado europeu, que vai, certamente, acompanhar atentamente a nova aventura do asturiano. 
 
A operação toda do carro de Fernando será feita maciçamente pela Andretti – a fábrica não será a mesma apenas por conta da Chevrolet. Mas o #14 vai ter acesso à experiência e à expertise da equipe de Michael. Mecânicos, engenheiros e apoio em termos de estratégia não vão faltar. Afinal, é de conhecimento público que o filho de Mario Andretti também é um exímio chefe e sabe o que tirar de seus comandados. A McLaren vai entrar também com o suporte técnico – assim como aconteceu na Indy 500 em 2017, além de apoio financeiro.
Fernando Alonso e Michael Andretti vão voltar a trabalhar juntos (Foto: IndyCar)
Ou seja, observando toda a estrutura que vai ser montada, fica difícil dizer que Alonso está fazendo uma aposta no escuro. O bicampeão sabe muito onde está pisando e soube construir a melhor estrutura ao seu redor, ratificando sua personalidade centralizadora e vencedora, uma vez. 

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