Newgarden dita ritmo e vence pela primeira vez em 2020 na corrida 2 de Iowa
Josef Newgarden teve uma atuação exuberante na corrida 2 de Iowa. O americano liderou quase que a prova inteira, escapando das disputas e dos acidentes, triunfando pela primeira vez em 2020 e voltando para a briga. Scott Dixon foi quinto em nova corrida de recuperação
Saiu a primeira vitória de Josef Newgarden em 2020. Assim como na corrida 1, foi do americano o melhor ritmo do GP de Iowa 2, neste sábado (18). O atual campeão liderou quase que a corrida toda, 214 voltas, não tomou muitos sustos, escapou de tudo e de todos. Assim, Josef volta para a briga na temporada da Indy, em uma de suas melhores pistas: foi o terceiro triunfo de Newgarden no oval curto de Newton.
Will Power conseguiu um segundo lugar redentor. Em fase bastante complicada, o australiano foi muito seguro e ainda conseguiu evitar os ataques finais de um também inspirado Graham Rahal, que escalou o pelotão para chegar em terceiro.
Relacionadas
Outros dois que saíram do fundo e remaram foram, assim como na sexta-feira, Simon Pagenaud e Scott Dixon. Vencedor e segundo colocado da corrida 1, os dois ficaram, respectivamente, em quarto e quinto na segunda prova.
Oliver Askew teve outra grande atuação em uma McLaren que voltou a voar na pista. O americano foi sexto, na frente de Jack Harvey, Alexander Rossi, Marcus Ericsson e Marco Andretti, que beliscou seu primeiro top-10 em 2020.
Tony Kanaan fez uma grande corrida e tirou tudo e mais um pouco da Foyt. O brasileiro vinha em nono até os metros finais, mas acabou em 11º. Em 12º, Pato O’Ward tinha tudo para brigar pela vitória, mas seu carro morreu nos boxes e, ali, o mexicano perdeu uma volta que não conseguiu recuperar mais.
A Indy 2020 volta em 9 de agosto, para a sétima das 14 etapas. O GP de Mid-Ohio abre uma maratona, que envolve a Indy 500 e só acaba em 30 de agosto, no oval curto de Gateway.
Saiba como foi o GP de Iowa 2
A largada da corrida 2 do GP de Iowa aconteceu às 21h48 (em Brasília), com Josef Newgarden saltando na frente de Will Power e já evitando qualquer tipo de disputa inicial. Na sequência vinham Conor Daly, Ryan Hunter-Reay, Jack Harvey, Colton Herta, Pato O’Ward, Santino Ferrucci, Tony Kanaan e Felix Rosenqvist.
Boa parte das atenções se concentrava ali no fundo do grid, de onde partiam Scott Dixon, o 18º, e Simon Pagenaud, o último. E o início dos dois foi positivo, ganhando algumas posições e, especialmente no caso do neozelandês, com ritmo bem interessante. No meio do grid, destaque para O’Ward, que saiu de 12º, e Ferrucci, que partiu de 16º, já com os dois no top-10 de cara.
O tráfego começava cedo na corrida 2, com Newgarden deixando Zach Veach uma volta atrasado logo no 20º giro. A Andretti, sofrendo bastante com ritmo, tinha mais dois na mira do líder: Marco Andretti e, inesperadamente, Alexander Rossi, que classificou muito mal e largou do fundo do grid.
A impressão inicial e até reclamação de Herta no áudio era de que os carros derrapavam mais ainda do que na corrida 1. Com a largada acontecendo 30 minutos antes, a tendência era de mais voltas com a luz do dia. Colton, aliás, perdia posições em sequência para O’Ward, Ferrucci e Kanaan, sofrendo para manter uma linha tranquila de pilotagem.
Herta finalmente parava na volta 47, com um acerto grande na asa, bem como Felix Rosenqvist. A lista de pilotos nos boxes era bem grande, com nomes como Pagenaud, Takuma Sato, Oliver Askew e Andretti tentando também o pulo do gato.
Os pit-stops aconteciam um pouco mais cedo que na corrida 1, com Newgarden parando na volta 57, Power na sequência, O’Ward na 55 e Dixon e Graham Rahal, que esticaram um pouco mais, na 62 e 63, respectivamente.
A reorganização das posições no início do segundo stint tinha: Newgarden, Power, O’Ward, Daly, Ericsson, Hunter-Reay, Harvey, Pagenaud, Askew e Kanaan. Dixon era 14º, mas com ritmo interessante.
O’Ward era o grande nome da corrida na primeira metade. Apesar de Newgarden seguir com ritmo impecável, o mexicano não ficava atrás e seguia sem negociar posições, passando Power por fora para virar segundo colocado. E Sato, hein? Sempre o primeiro a parar, o japonês resolveu fazer o segundo pit-stop já na volta 79. Na corrida 1, naquele ponto, Rosenqvist sequer tinha feito a primeira parada.
Com Newgarden e O’Ward bem na frente dos demais, o destaque ficava para outras brigas, como Daly passando Power sem tomar conhecimento, no meio de um pelotão de retardatários. Aliás, Rahal e Rossi começavam a achar algum ritmo justamente quando Newgarden tentava botar uma volta na dupla. Preso nos dois, o americano via Pato encolher a distância.
Enquanto Askew limpava Pagenaud e Hunter-Reay do caminho, mostrando a força da McLaren, especialmente com pouco combustível, a segunda rodada de paradas rolava solta. Hunter-Reay, Carpenter e Pagenaud logo foram aos boxes, ali na volta 100.
Power, Newgarden, O’Ward e Daly paravam praticamente juntos e todos sem maiores problemas. Na pista, apenas Rahal e Palou esticavam bastante o stint e tinham uma surpresa: amarela na volta 115, com Carpenter subindo muito e indo parar no muro.
Ficaram apenas 12 pilotos na mesma volta do líder, com a nova ordem apontando Newgarden, O’Ward, Power, Rahal, Pagenaud, Hunter-Reay, Harvey, Palou, Kanaan, Daly, Dixon e Ericsson. Deles, apenas o top-3 e Daly tinham pneus de mais de dez voltas. Entre os atrasados, Askew e Rossi puxavam a turma, com VeeKay no fundo, depois do carro morrer nos boxes.
Veio a relargada na volta 130 e Newgarden e O’Ward voltaram a abrir na frente. Rahal, mantendo a ótima pegada do segundo stint, se livrava de Power, deixando o australiano na frente de Pagenaud e Hunter-Reay. Em ótima prova, Kanaan já era sétimo, passando Palou.
Aí veio um momento que quase jogou todo o trabalho da McLaren pelo ralo. Askew, tentando tirar a volta de atraso, botou de lado com O’Ward e os dois tocaram. Por quase um milagre, nenhum pneu furado, asa quebrada ou carro no muro, mas Oliver perdeu lugar para Ferrucci e Rossi.
Quem vinha muito veloz mesmo era Rahal. Se Newgarden e O’Ward eram rápidos, Graham era ainda mais e, ali na volta 158, já colava no carro #5 da McLaren, pensando na segunda colocação. Veloz também vinha Kanaan, que partia para a briga com Pagenaud e Hunter-Reay por uma vaguinha no top-5.
A noite caía de vez pela volta 165 e Newgarden, finalmente, tirava o retardatário Herta da frente, evitando que O’Ward o atropelasse. Enquanto isso, o então nono colocado Daly parava pela terceira vez, abrindo uma nova janela.
Veio a volta 174 e começou uma sequência de acontecimentos que mudou a corrida. Primeiro, O’Ward praticamente deixou a briga, com o carro morrendo nos boxes. O momento foi emblemático: Newgarden parou na volta seguinte e, dentro do pit-lane, botou uma volta no rival.
Aí foi hora da segunda bandeira amarela. Hunter-Reay, de forma inacreditável, escorregou na saída dos boxes e bateu no muro interno, abandonando na hora, numa cena meio pastelão. O momento foi ideal para Askew, Rossi e Andretti, que recuperaram a volta para os líderes.
A relargada veio na volta 193, com Newgarden, Power, Daly, Rahal, Pagenaud, Harvey, Dixon, Kanaan, Ericsson, Askew, Rossi e Andretti no mesmo giro. O’Ward era o primeiro dos atrasados quando veio a bandeira verde. E o recomeço foi bem positivo para Newgarden, que saía lançado e segurava O’Ward e Palou entre ele e Power, abrindo margem.
Newgarden seguia firme na ponta, enquanto Power se descolava do trio formado por Daly, Rahal e Pagenaud. Atrás deles vinha Dixon, sempre ele, crescendo de produção no fim, já na frente de Harvey.
Na volta 218, Daly parou. Era uma estratégia interessante, visto que a possibilidade maior era de todo mundo tentar se arrastar até o final com o que tivesse de combustível e pneu. O americano iria voar no fim, mas tinha um giro de desvantagem.
Impressionante, porém, era como Newgarden não perdia ritmo de forma alguma e rasgava para as dez voltas finais com uma vantagem cada vez maior para Power e Rahal, que brigavam. Dixon também colava em Pagenaud.
As voltas finais foram praticamente de burocracia para Newgarden, que marchou firme para uma vitória muito dominante, a primeira em 2020. Power segurou Rahal, enquanto Dixon nem deu tanto calor assim em Pagenaud. Kanaan, que tinha o nono lugar na mão, acabou sendo superado por Ericsson e Andretti.
Indy 2020, GP de Iowa 2, Final:
1 | J NEWGARDEN | Penske Chevrolet | 1:38:40.519 | 250 voltas |
2 | W POWER | Penske Chevrolet | +2.787 | |
3 | G RAHAL | RLL Honda | +3.565 | |
4 | S PAGENAUD | Penske Chevrolet | +6.124 | |
5 | S DIXON | Ganassi Honda | +6.575 | |
6 | O ASKEW | McLaren Chevrolet | +16.001 | |
7 | J HARVEY | Meyer Shank Honda | +16.618 | |
8 | A ROSSI | Andretti Honda | +17.887 | |
9 | M ERICSSON | Ganassi Honda | +18.521 | |
10 | M ANDRETTI | Andretti Honda | +20.018 | |
11 | T KANAAN | Foyt Chevrolet | +20.742 | |
12 | P O’WARD | McLaren Chevrolet | +1 volta | |
13 | C DALY | Carlin Chevrolet | +1 volta | |
14 | A PALOU | Dale Coyne Honda | +1 volta | |
15 | F ROSENQVIST | Ganassi Honda | +2 voltas | |
16 | C KIMBALL | Foyt Chevrolet | +2 voltas | |
17 | R VEEKAY | Carpenter Chevrolet | +2 voltas | |
18 | S FERRUCCI | Dale Coyne Honda | +3 voltas | |
19 | C HERTA | Andretti Honda | +3 voltas | |
20 | Z VEACH | Andretti Honda | +3 voltas | |
21 | T SATO | RLL Honda | +3 voltas | |
22 | R HUNTER-REAY | Andretti Honda | +72 voltas | NC |
23 | E CARPENTER | Carpenter Chevrolet | +138 voltas | NC |