Newgarden ignora problemas da Penske, faz maior exibição do ano e deixa Barber como favorito ao título

Josef Newgarden e a Penske tiveram problemas o final de semana inteiro em Barber. Acontece que, na hora da corrida, o americano fez valer o conhecimento da pista e deu um verdadeiro show desde as primeiras voltas, fechando em quarto, ampliando a vantagem no campeonato e deixando o Alabama como favorito ao título

 

O GP do Alabama reservou uma série de boas brigas e também de boas atuações neste domingo (7). Apesar de uma vitória dominante de Takuma Sato saindo da pole, quem roubou as atenções foi o líder do campeonato. Largando do 16º lugar, Josef Newgarden teve a grande atuação do ano e ficou em quarto, deixando Barber como principal favorito ao caneco.
 
É bem cedo para qualquer tipo de análise sobre favoritismo, sabemos, mas os componentes são muito animadores para Newgarden. Já com um título na conta, o americano consegue aliar arrojo e cautela e, de quebra, corre pela equipe que tem sido a mais forte do grid nos últimos anos.
 
Curiosamente, o que tornou Newgarden tão forte depois de Barber foi justamente a ineficiência da Penske no final de semana todo. A equipe simplesmente não encontrou um ritmo decente em momento algum e a corrida tinha tudo para ser, no máximo, mediana, como foram as de Will Power e Simon Pagenaud. Só que Newgarden estava no dia dele.
 
Mesmo com uma largada mediana, o americano foi apertando o ritmo desde as primeiras voltas, teve a estratégia correta para entrar no top-10 e, dali para frente, enfileirou grandes ultrapassagens, com destaque para a última, trocando tinta com Alexander Rossi.
Josef Newgarden deu um show no Alabama (Foto: IndyCar)

Com a melhor performance de 2019 até aqui, Josef deixou claro que voltou a sua melhor forma, parece ter deixado os altos e baixos para trás e, em quarto em uma pista em que a Penske e a Chevrolet fracassaram, somou pontos que, lá na frente, devem fazer toda diferença. É o cara do momento a ser batido.

O discurso de Newgarden foi de bastante tranquilidade. Na verdade, o americano foi no tom comum para um piloto vencedor: agradeceu equipe, valorizou o resultado, mas deixou claro que saiu com o gosto de quero mais na boca.
 
"Não tive a intenção de empurrar ali. Ele freou muito tarde, eu estava bem, ele freou forte na curva, travei as rodas dianteiras e fui pra cima com agressividade. Honestamente, ele me deu espaço e me deixou fazer o movimento. Parabéns para ele por isso. Tivemos um carro bom hoje, só começamos muito lá atrás, então, não conseguimos o suficiente. Com tudo isso, foi legal ser quarto hoje e a Chevrolet fez um bom trabalho nos dando o que precisava", afirmou o piloto do #2.
O pódio do GP do Alabama (Foto: IndyCar)
E quem seria o maior rival de Newgarden no momento? Sim, Scott Dixon. Não é segredo para ninguém que o neozelandês não liga para ser brilhante e adora uma corrida em que possa fazer o resultado simplesmente por seu talento com estratégias. Em Barber foi assim, aproveitando o bom ritmo da Ganassi e fazendo tudo direitinho na estratégia. É Newgarden tropeçar que Dixon vai buscá-lo.
 
"Tivemos bastante desgaste nos pneus. Começamos colocando pressão, rápidos e encurtando a distância, e inclusive nos boxes conseguimos nos aproximar do Graham e do Takuma no começo, mas as últimas dez voltas foram horríveis. No último stint, tentei segurar uma boa distância pro Sato, e preciso agradecer o time. A Ganassi foi muito forte nos boxes, ultrapassamos o Bourdais ali. Ele fez uma grande corrida e estendeu muito o primeiro stint. Ele estava bem com o desgaste. Mais um segundo lugar em Barber e agora segundo na classificação, espero conseguir uma vitória aqui um dia", declarou o atual campeão.
Não dá para passar batido com Sato, o homem que venceu e convenceu no Alabama e, de quebra, saltou para terceiro no campeonato. Mas não parece real pensar no japonês como candidato ao título. Aliás, não é real nem imaginar que Takuma seja o melhor piloto da equipe, com Graham Rahal tendo sofrido de um azar absurdo ao abandonar uma corrida em que poderia ser segundo não fosse problemas no pit-stop e mecânicos.
Takuma Sato venceu e cresceu em 2019 (Foto: IndyCar)
"Provavelmente não [sobre ter tido outra performance tão dominante], talvez nos tempos de F3. Isso veio porque o time fez um esforço fantástico. O carro foi soberano, não tive de me preocupar com pneus. Toda a minha performance é crédito do time. É claro que o warm-up de manhã ajudou muito, agradeço o meu companheiro de equipe Graham. Dividimos o programa, ele me passou um acerto no carro que eu instalei, foi por causa dele isso aqui. Espero a gente na briga, sim. É claro que esse fim de semana foi especial, a condição da pista era favorável para nós. Talvez nem todo fim de semana dará certo, mas vamos trabalhar muito. Todo o crédito vai para o meu engenheiro e os caras que fizeram um trabalho fantástico", comentou Sato.

Para Rahal, que tinha absolutamente tudo para sair de Birmingham como segundo colocado na prova e no campeonato, restou a frustração. É mais um dia de imaginar o que poderia ter sido sua performance se tudo tivesse corrido bem.
 
"Na volta 3, o acelerador começou a agarrar e tentei segurar. Conseguimos, eu não sei como, fazer 15 voltas assim. Tentei segurar por muito tempo, mas o carro simplesmente morreu, desligou. Tivemos esse problema na classificação, mas tive a sorte de ser depois do término, deve ter alguma conexão nisso. Na última noite, mudamos os pedais, os sensores, checamos tudo. Eu não sei, mas deve ter sido alguma coisa em um cabo. É triste, o time trabalhou muito bem. Takuma e eu estávamos disparando no começo, pensei que era o nosso dia, nosso fim de semana. Hoje e em St. Pete, com o pneu furado. Em algum ponto, nossa sorte precisa mudar", lamentou Graham.
Graham Rahal tinha tudo para brigar com Takuma Sato na pista (Foto: IndyCar)
Sébastien Bourdais se transformou em uma das principais atrações da prova não apenas pela performance, mas pelo discurso absurdamente pessimista que fez após a classificação. No fim, buscou um pódio dando show na estratégia junto de Dale Coyne.
 
"Os caras da equipe fizeram um grande trabalho, parabenizo eles, realmente me deram um bom carro. Acho que fomos um dos poucos times com a estratégia de duas paradas. Isso significa que o Dale tem muito mais confiança em mim do que eu mesmo, com certeza. Na volta 18, eu disse que não achava que seguraria o carro por mais dez voltas, e ele respondeu que eu tinha de fazer. Então, não tinha tanta certeza sobre, mas tudo deu certo e terminei em terceiro", contou Sébastien.

O que não chamou a atenção foi o desempenho da Foyt. Ou melhor, até chamou, mas de forma negativa. Com ritmo abaixo de grande parte do grid e ainda um erro na estratégia com Tony Kanaan parando no fim e perdendo a chance de beliscar até um top-10, a equipe fechou com o baiano em 18º e com Matheus Leist em 20º.
Tony Kanaan teve mais uma prova difícil (Foto: IndyCar)
"Nos demos um tiro no próprio pé. Precisamos melhorar. Tínhamos um carro pra pegar top-12 e erramos o cálculo do combustível duas vezes. Um erro que não poderia acontecer e nos custou", explicou Kanaan.
 
“Foi uma corrida difícil para gente em Barber e infelizmente não tivemos o resultado esperado. Tivemos problemas com os dois tipos de pneus e não tivemos ritmo suficiente para brigar pelo top-10. Nosso desgaste de pneus era maior do que o de nossos adversários e com isso não havia como progredir na prova. Para piorar, tomamos uma volta quando decidimos arriscar e antecipar a parada na amarela. É uma pena, porque fomos 12º na prova do ano passado e daria para subir mais posições com o nosso progresso. Agora é focar em Long Beach e buscar um melhor resultado”, avaliou Leist.

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