No GP do Texas do alívio para novos kits, Penske erra mão no acerto e tem ‘mando de pista’ quebrado
Os circuitos ovais vinham sendo de domínio de carros da Chevrolet na temporada 2018 da Indy. Isso mudou na noite deste sábado (9), com vitória de Scott Dixon e sua Ganassi Honda no Texas. E isso pode significar dificuldades para Penske, que errou feio no acerto e sofreu com desgaste dos pneus, daqui para frente
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Mas, na hora em que tudo valia, a história foi diferente. Finalmente a Honda superou a Chevrolet em ovais e Scott Dixon, que vinha de vitória em uma das provas da rodada dupla de Detroit, triunfou. Mais que isso: dos dez primeiros, apenas duas Chevrolet: a Carlin de Charlie Kimball, em décimo, e a Penske de Simon Pagenaud, que ficou em segundo. No restante, só Honda.
Não é a recém-encerrada final da NBA, não é mata-mata futebolístico, mas o 'mando de quadra', ou melhor, 'mando de pista', foi quebrado. A Penske foi a primeira a sucumbir em seu território preferido. E isso pode ser decisivo para o campeonato.
A surpresa foi que a corrida no Texas não foi a chamada procissão: de forma inesperada, foi cheia de trocas de posição, sem um carro dominante. Ao mesmo tempo, também não teve um monte de carros colados chegando juntos na linha final.
No fim das contas, não foi mesmo uma 'pack race' com todo mundo colado, mas a Indy achou um meio-termo muito interessante ao menos em Fort Worth, certamente agradando pilotos e fãs. Mesmo as mudanças aerodinâmicas indicando que não seria exatamente uma grande prova. Um alívio tremendo para os novos kits aerodinâmicos.
Se a procissão ocorresse, a vantagem seria da Penske. Não foi. A equipe errou a mão num acerto que era muito agressivo, sofreu muito com bolhas que desgastaram os pneus e viu as rivais aproveitarem brechas.
Se Will Power sonha com o título, não pode ser o culpado por batida com o coadjuvante Zachary Claman DeMelo. Se a Penske pretende dominar a Indy, não pode exagerar na agressividade e ver o pole, Newgarden, ter seus pneus cobertos por bolhas e, mais uma vez, engolido na estratégia.
No meio disso tudo, Dixon acabou respondendo o que Power fez em Detroit. Se o australiano surpreendeu ao deixar a rodada dupla na ponta, agora foi o neozelandês quem triunfou quando ninguém esperava e saiu do oval texano ponteando o campeonato. E vai ser ruim de tirá-lo dessa briga.
Outro que se deu muito bem foi Rossi, mas esse já estava bem mais dentro do roteiro pela grande performance que teve em Phoenix e na Indy 500. Mais uma vez, o americano foi bem agressivo, foi ao pódio e manteve o 100% de voltas completadas em 2018 – assim como Dixon, aliás.
"Simon Pagenaud defendeu bem a posição. Tentei ir para cima, e conseguiria se fosse fácil, mas não pude forçar. Fiquei em terceiro em casa. O carro estava ótimo. Pudemos passar alguns carros e durar bastante com o mesmo combustível. A duração dos pneus também foi boa", comentou o vice-líder.
O terceiro dos candidatos ao título com as cores da Honda é Ryan Hunter-Reay. Longe do seu estilo, o americano também fez boa corrida e se manteve no páreo pelo campeonato apesar de não ter um grande carro no Texas.
"O dia foi sólido, mas só isso. Não consegui colocar o carro na briga no final. Não tive como chegar perto. Parecia que eles estavam se divertindo, mas não pude me juntar. Vou aceitar o top-5. Ganhamos alguns pontos e é o que precisamos fazer", falou Ryan.
Na corrida que mais indicava que seria boa para a Chevrolet e a Penske, Power e Newgarden tiveram péssimos dias. O australiano se envolveu em um acidente com Claman DeMelo em aparente cochilo de seu spotter, enquanto que o americano foi quem mais sofreu com as bolhas nos pneus e ainda tomou um drive-through por queima de largada quando voltava ao páreo nos giros finais.
Para o campeonato, a corrida foi interessante. Para quem ficou acordado na noite brasileira acompanhando o que ocorria no longínquo Texas, também. Nada de giros e giros maçantes: o imponderável venceu e pode não ter sido a última vez em 2018.