A famosa Maldição dos Andretti é uma das lendas mais famosas do esporte a motor internacional. Apesar de décadas de sucesso, a tradicional família norte-americana venceu as 500 Milhas de Indianápolis apenas uma vez, em 1969, e deixou um longo rastro de fracassos doloridos. 50 anos após a vitória do avô Mario, Marco Andretti vai derramar lágrimas se vencer a corrida neste ano.
Andretti não tentou esconder: deixou claro que vai se emocionar se vencer a Indy 500 em qualquer momento, mas nessa temporada seria algo emocionante. O tempo, ele garante, fez com que se tornasse alguém mais tranquilo.
"Pensei nisso. Quero vencer qualquer edição da Indy 500, mas se houver uma [especial] para ganhar, então com certeza é essa. As pessoas perguntam 'O que você faria? Como ia reagir?': eu provavelmente iria chorar. Eu iria sentir 49 anos de 'quases', tudo ia se misturar com como eu estaria me sentindo. Mas seria incrível", disse.
"Eu costumava ficar estressado e perder o sono — [pensando] hoje foi bom ou hoje foi ruim — e nada disso importa. O domingo é o que importa", avaliou.
Marco Andretti (Foto: Chris Owens/Indy)
"Tudo bem, a classificação importa, porque pontos estão em jogo, mas não importa para a corrida. Larguei na primeira fila, já larguei lá atrás, mas é sempre sobre o domingo. Importa é ter um bom domingo. Então agora eu me estresso menos durante o mês", explicou.
A Indy 500 não é a única meta para esse ano, entretanto. Marco teve um rendimento respeitável em 2018 na comparação com anos passados e se animou com as possibilidades para a temporada que se avizinha. Habilidoso em ovais, Marco quer vitórias em outro tipo de traçado em 2019.
"Ano passado eu disse que queria uma pole em pista de rua, e conseguimos [em Detroit]. Mas esse ano eu quero uma vitória em pista de rua, com certeza. Estamos à distância de um bom domingo de ganhar a Indy 500, o que seria incrível. Mas seria legal ter mais de uma vitória no ano, basicamente capitalizando aquelas que estivemos na briga para vencer", seguiu.
Outra situação para a qual ele aponta está na engenharia. Mark Bryant é seu novo engenheiro de corridas, lugar que antes era de Nathan O'Rourke.
"Sendo um veterano agora é fácil me importar demais qualquer aspecto do carro. Preciso me afastar e guiar o carro. O motivo pela qual você vê tantos novatos rápidos é porque a ignorância é uma bênção algumas vezes quando você está chegando e dizendo o que o carro faz, e o engenheiro vai lá e conserta", analisou.
Marco Andretti (Foto: IndyCar)
"Mas é difícil, como veterano, não ter noções preconcebidas do que uma mudança vai fazer com o carro. Preciso me tirar desse pensamento e fazer menos nessa questão de engenharia. Então essa mudança é boa. Ele me disse para avisar o que o carro tem de errado que ele conserta. É uma boa sensação, menos pressão. Posso voltar a apenas guiar o carro. A parte de comunicação é enorme. Parece bobo e muito simples, mas é difícil", falou.
"Ele estudou meu estilo e deu muitas ideias sobre como pode me ajudar, conhece algumas falhas nas quais tenho que trabalhar e sabe que se focarmos nessas áreas certas podemos ser rápidos o bastante em outros tipos de pista", encerrou.
A Indy realizou dois dias de testes coletivos em Austin e agora começa a temporada em 10 de março, em St.Pete.