O’Ward dá tapa na cara de Indy que atesta incompetência ao subestimá-lo
Pato O'Ward responde, na pista, uma categoria que tenta desmerecê-lo na tentativa de justificar a própria incompetência em não sediar uma prova no mercado mexicano
Na mesma semana em que a Nascar dá um grande passo para sua internacionalização e anuncia uma corrida no México, Pato O’Ward dá um verdadeiro tapa na cara da Indy. Não bastasse a dificuldade da categoria em pensar nos horizontes diferentes e aproveitar uma imensa oportunidade de explorar o potencial mexicano que vive, o piloto da McLaren se viu em meio a uma infeliz declaração do diretor-executivo da categoria, Mark Miles. Em Milwaukee, deu a melhor resposta que a Indy poderia ouvir.
“Eu digo que é claro que Pato não é tão famoso quanto o último piloto mexicano, o Adrian Fernández, mas ele está ganhando terreno. Agora, está até em alguns outdoors. Ele provavelmente vai reclamar que eu não o arrastei e que deveria ser a propaganda para fazer o acordo acontecer”, disse Miles ao jornal Indy Star.
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A citação é curiosa. Afinal, não é como se Pato tivesse surgido de um dia para o outro. Surgiu nas próprias categorias de base da Indy com o título da Indy Lights em 2018. Causou comoção pela eliminação no Bump da Indy 500 em 2019. Depois da passagem fracassada no programa da Red Bull, virou a escolha da McLaren e rapidamente se tornou um dos pilotos mais populares da categoria, só crescendo desde a primeira vitória, em 2021.
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Pato já bateu na trave duas vezes nas 500 Milhas de Indianápolis. A derrota na penúltima curva em 2024, inclusive, gerou mais comoção entre os fãs do que a própria vitória de Josef Newgarden. O’Ward é um fenômeno com um imenso potencial midiático em um país fervoroso por seus próprios atletas. Como não pensar no amor que Sergio Pérez recebe a cada corrida da Fórmula 1 por lá?
Como Daniel Suárez, um piloto absolutamente mediano da Nascar, consegue ser a chave para a categoria fugir da casinha e levar uma corrida até o México, enquanto Pato não pode? Por qual razão a Indy finge que O’Ward só surgiu agora e não está há anos consolidado como um dos principais pilotos do campeonato? Os próprios rivais, como Álex Palou, reconhecem que é um tremendo vacilo não explorar esta possibilidade.
“Todo mundo está nos ultrapassando da esquerda para a direita, da esquerda para a direita. É como, ‘Vamos lá'”. 100% deveríamos estar lá. Quer dizer, eu sei que é difícil. Eu sei que não é uma jogada fácil, mas acho que sabíamos que Pato seria uma grande coisa em 2021 quando ele estava lutando pelo campeonato”, disse Palou.
A incapacidade da Indy em pensar alto já era evidente. O inesperado foi ver um executivo que está há tanto tempo na categoria abrir a boca para praticamente desrespeitar um de seus principais pilotos para atestar a própria incompetência ao ver que até uma categoria que respira Estados Unidos consegue olhar para mais horizontes do que um campeonato que tem um nível tão bom e tantos atrativos em termos esportivos.
Falando sobre corrida, foi um recital de Pato. Largou muito bem, esteve no pelotão da frente, assumiu a liderança após o primeiro ciclo de paradas e conseguiu evitar problemas e confusões. Colton Herta, por exemplo, não teve a mesma sorte, com a Andretti vacilando em um pit-stop que não só matou suas chances de vitória, mas também limitou a possibilidade de título.
Outro que se deu mal nos infortúnios que a corrida trouxe foi o pole Scott McLaughlin. Poderia não vencer, mas o erro em não entrar nos boxes junto do pelotão na bandeira amarela causada por Katherine Legge acabou custando pontos que poderiam ser muito valiosos.
Longe disso, Pato comandou a corrida e nem se incomodou com a pressão de Will Power, desesperado para cortar a vantagem de Álex Palou, na reta final. O campeonato ainda sobrevive, mas o quinto lugar do espanhol mostra que só um milagre vai evitar a primeira sequência de campeonatos na Indy desde Dario Franchitti.
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