Power esquece início de temporada ruim, reage com vitória em Indianápolis e vira forte candidato ao título

Will Power teve três resultados sofríveis nas primeiras três corridas da Indy em 2017. Mas, piloto de ponta que é, o australiano só precisou de uma vitória no GP de Indianápolis para voltar a ser apontado como candidato ao título

 
É difícil pensar em uma temporada da Indy sem Will Power na briga pelo título. Desde a chegada à esquadra da Penske, em 2009, o australiano se firmou como um dos protagonistas da categoria e, salvo um ano ou outro, sempre foi um elemento importante na disputa pelo caneco. A história de 2017 parecia ser outra: nas três primeiras corridas, o melhor resultado foi um 13º lugar em Long Beach. Mas a vitória deste sábado (13) no GP de Indianápolis, aliada ao segundo lugar em Phoenix, parece ser suficiente para cravar: Power tem tudo para ir em busca do bicampeonato.
 
A afirmação é possível por dois motivos: primeiro porque foi uma vitória maiúscula de Power, sem qualquer golpe de sorte ao longo das 85 voltas. Mas também porque, ao contrário de 2016, a temporada 2017 poderia ter aquela música dos Tribalistas como lema – “Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também”. Simon Pagenaud não domina mais, assim como qualquer outro piloto.

Depois de garantir a pontuação máxima deste final de semana, Power saltou para 145 pontos. É um déficit de 46 para Pagenaud, com 191. Não é exatamente pouco, mas é um número que ainda deve variar muito ao longo de 2017.

Will Power é um dos favoritos ao título (Foto: IndyCar)

"É tão bom finalmente ter um grande dia em uma corrida. Todo mundo trabalhou muito duro para que isso acontecesse. Começamos mal o ano, mas foi circunstancial, poderíamos estar com duas vitórias aí. É ótimo voltar a vencer, ainda mais pela 30ª vez. Espero que a 31 venha no fim do mês", disse o australiano.

Ainda líder, mas sem conseguir repetir o início de ano arrebatador que teve em 2016, Pagenaud se deu por satisfeito pelo quarto lugar no traçado misto de Indianápolis. Também pudera, o francês claramente não tinha um ritmo tão bom como dos companheiros de Penske.
 
"Tivemos um bom dia, apesar de ter sido um final de semana complicado para o nosso carro. Faltou velocidade para mim nesse fim de semana. Também não estive confortável com os pneus. No geral, pelo que eu tinha, o quarto lugar está muito bom. Seguir na liderança era o que eu queria. Sei que meu carro estará ótimo na Indy 500, então estou bem ansioso", afirmou o atual campeão.  
Simon Pagenaud manteve a dianteira (Foto: IndyCar)

Por mais que Pagenaud seja quem está em evidência na tabela de pontos, o francês não é o único adversário de Power. Entre os dois ainda aparecem os demais pilotos da Penske – Josef Newgarden e Helio Castroneves – e um incrível Scott Dixon, que semana após semana tira leite de pedra com a Ganassi.

"Foi um dia muito complicado. Não conseguimos ter o controle dos pneus traseiros, o motor Honda tinha potência até demais. Eu sofri muito para não sair de traseira o tempo todo, garanti ótimos pontos para o time. Não foi uma vitória, mas, de novo, foi perto disso", afirmou.
Pódio em Indianápolis (Foto: IndyCar)

Josef Newgarden poderia muito bem estar colado em Dixon e Pagenaud, mas uma incrível sequência de duas punições por excesso de velocidade nos boxes acabou com as chances até de top-10 do americano no misto do IMS. Assim, Newgarden se manteve em terceiro no geral e como um candidatíssimo ao título, mas perdeu um pouco de contato.

“Eu não sei o que aconteceu. Acho que a gente correu com algo desconfigurado e eles nos pegaram duas vezes por excesso de velocidade. Um dia duro para nós, tínhamos um carro bem rápido. Não sofremos muito hoje, largamos um pouco abaixo do que gostaríamos, mas no final o carro era um foguete. Fico desapontado por conta dos nossos caras, que fizeram de tudo e arranjaram bons pits. Era um bom carro de corrida, mas não deu para capitalizar. Dava para ir ao pódio, talvez ficar em segundo”, explicou o jovem piloto.

Também na frente de Power vem Helio Castroneves. Impressionantemente regular, o brasileiro ainda sofre com a falta de um grande resultado na corrida. Quarto em Indianápolis, Helio ainda não foi ao pódio mesmo largando três vezes nas duas primeiras posições.

"Eu achei que erramos em alguma coisa na estratégia, mas o carro estava ótimo o dia inteiro. Na estratégia, tentamos ir para o risco, dar o pulo do gato, mas não rolou como esperávamos. Tínhamos cinco carros com chances reais de vencer, alguém precisava aproveitar. Se soubéssemos que chegaríamos em quinto, não faríamos isso, mas e se desse certo? Também gastei muito push preso no tráfego. Vamos focar agora na Indy 500 e aproveitar o bom momento, o quarto lugar no campeonato", afirmou o brasileiro.
Tony Kanaan precisa reagir rapidamente em 2017 (Foto: IndyCar)

Enquanto isso, Tony Kanaan ficou ainda mais longe da briga nesse final de semana. Sem se encontrar na classificação, a situação do brasileiro ficou ainda pior na primeira volta da corrida, quando foi atingido por Marco Andretti.

“Hoje definitivamente não foi nosso dia. Tivemos problemas na primeira volta, quando Marco [Andretti] nos rodou, além de furar meu pneu. Na parte final da corrida também tive um pneu perdendo pressão. Essas paradas extras nos deixaram muito para trás e, sem amarelas, não teve jeito de recuperar essas voltas. Não é um bom jeito de começar o mês, mas já vimos tudo que a Honda pode fazer aqui. Estou ansioso para voltar ao oval na segunda-feira”, comentou.

 
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