Will Power tem feito sua melhor temporada na Indy. Sim, sabemos que o australiano já foi campeão, mas 2018 é um ano de muito mais regularidade, cabeça no lugar e, agora, imenso poder de decisão. Na reta final, quando parecia carta fora do baralho, o #12 cresceu e o sábado (1)
foi apenas mais um capítulo disso, com pole contundente em Portland.
Para ilustrar o momento, precisamos voltar ali para maio, quando Power surpreendeu ao varrer os eventos de Indianápolis, levar sua primeira Indy 500 e se credenciar como grande candidato ao título. Depois, sofreu um pouco especialmente com azares, mas sempre manteve o foco.
É justamente esse seu maior mérito. Will nunca deixou a peteca cair em 2018. Mudou totalmente de postura em relação ao que era. Menos reclamão, menos contra tudo e contra todos e mais cerebral. O australiano chegou em Mid-Ohio basicamente com chances remotas de campeonato e, três pódios, uma vitória e duas poles depois, é candidatíssimo ao bicampeonato.
Will Power é um novo piloto em 2018 (Foto: IndyCar)
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Restam apenas duas provas contando com Portland e a corrida deste domingo – bem como a decisão com pontuação dobrada em Sonoma – beneficia Chevrolet, Penske e Power. Assim, a pole era até esperada, mas colocar 0s3 em cima do companheiro Josef Newgarden mostrou bem sua força.
"Estávamos bem em cada sessão, estava focado no que tinha que me focar. Estou muito feliz em conseguir a pole. É isso o que preciso, pole, vitória, pole, vitória, e posso ganhar o campeonato. Precisava ficar simplesmente na frente de Rossi e Dixon. Se Dixon ficar na minha frente amanhã, acabou. O carro está muito bom, trabalhando bem. Acredito que a corrida vai ser ótima", resumiu Power.
Will é, indiscutivelmente, um dos mais talentosos do grid, mas amadureceu – ainda que tarde – e, hoje, é também um dos caras mais competitivos do grid. Daqueles que crescem na hora da decisão.
Alexander Rossi faz uma temporada fantástica (Foto: IndyCar)
Olha, não seria nada absurdo usar um título parecido com o desse texto para resumir Alexander Rossi. Com uma Andretti que, definitivamente, não é a melhor em mistos, o americano se colocou em terceiro no grid. E é outro que vem de três pódios seguidos – e duas vitórias.
Rossi já é o grande piloto do ano, não importa o que aconteça amanhã e em Sonoma. O mais arrojado, o mais ousado, ainda um dos mais táticos. Alexander faz de tudo e faz tudo bem. Ótimo terceiro lugar no grid.
"Acredito que no fim do dia você precisa tirar o que é bom e o que é ruim. É decepcionante, pois não acredito que nosso carro tinha o ritmo que Will mostrou e ele tem sido o cara para se bater durante todo o final de semana e estamos sofrendo para encontrar esse pouquinho a mais. O positivo, óbvio, é que estamos à frente de Scott, então temos de maximizar isso amanhã o máximo que pudermos. Felizmente, é bom estar por dentro na curva 1, pois eu sei como pode ser apertado. Do lado de fora, você está exposto e pode não ser uma boa coisa. Terceiro é melhor do que segundo, mas definitivamente pior do que primeiro, então tentarei manter um ritmo para ficar na frente", explicou Alexander.
Dos candidatos ao título, Newgarden é o que menos tem feito na reta final de 2018 – não que esteja péssimo, só não brilha. Neste sábado, por mais que tenha perdido de Power, ao menos se garantiu em segundo. Vai ter de partir para cima para vencer e seguir com chances de bicampeonato em Sonoma.
"Não posso ficar decepcionado, eu vou sair da primeira fila. Tenho uma suspeita de que tenho um carro melhor para a corrida, então isso pode ser bom para amanhã, mas obviamente você também quer ser bom na classificação, os caras fizeram um ótimo trabalho. Parece que temos o ritmo de bater todos em pneus duros, mas com o macio não temos tanto o ritmo", explicou Newgarden.
Josef Newgarden vai largar em segundo (Foto: IndyCar)
Bom, o top-3 é todo formado por candidatos ao título, mas o quarto nome, justamente o líder, o maior campeão e o grande favorito está bem longe deles. Scott Dixon sofreu muito com uma Ganassi que, mais uma vez, esteve capenga num circuito misto. Sai de 11º no grid e vai ter de remar bem para chegar ao topo em Portland – não que seja algo novo para ele, principalmente em 2018.
"Estou sofrendo com os pneus duros, com o carro um pouco solto. Quando Newgarden saiu dos boxes, abortei minha primeira volta, que é quando os pneus estão no melhor estado. Então, comecei a segui-lo, mas acredito que ele estava tentando se afastar um pouco de alguém. Precisei extrair o máximo dos pneus macios em uma ou duas voltas. Você vai ficar de fora caso não consegiga encaixar tudo, e foi o que aconteceu comigo hoje", lamentou Scott.
Os brasileiros tiveram um dia duro. Pietro Fittipaldi foi quem passou mais perto de avançar para a segunda fase, mas larga em 16º. Matheus Leist vai sair de 19º, com Tony Kanaan na 24ª colocação.
Pietro Fittipaldi (Foto: IndyCar)
"Estava num grupo complicado, mas não tem desculpa. Acho que o carro #19 estava bom. Estava bom ontem no treino, bem na quinta nos testes. Faltou muito pouco para passarmos. Estou feliz com a performance do carro e a Dale Coyne tem feito um grande trabalho. Sinto-me bem melhor que em Mid-Ohio, ainda que com um pouco de dor. Estou ansioso para amanhã, corrida longa, quero ir para frente", disse Pietro.
“Foi uma classificação difícil: estamos ainda lutando para encontrar o melhor acerto do carro e não conseguimos uma grande performance hoje. Vamos seguir trabalhando intensamente para escolher o melhor caminho para amanhã”, comentou Leist.
"Tem sido um final de semana complicado para nós. Tentamos absolutamente tudo no acerto desde quinta e nada parece dar uma direção ao carro #14. Não sei o que esperar de amanhã. Só posso dizer que darei 110% de mim, como sempre", falou Kanaan.
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