Primeiro contato com Circuito das Américas mostra Indy com tempos no meio do caminho entre F1 e MotoGP
A Indy fez seus primeiros testes no Circuito das Américas e, mesmo que não tenham sido exatamente competitivos, já serviram de comparação dos tempos com os registrados pela F1 e até pela MotoGP no circuito texano
"Quanto será que um carro da Indy vira mais lento que um da F1?". Se você já se fez ou ouviu essa pergunta, o texto a seguir pode ser bem útil, afinal, o começo da semana foi marcado pelos testes de pré-temporada da categoria americana no Circuito das Américas, pista que também consta no calendário da F1 e até da MotoGP.
É claro que foram apenas dois dias e de pré-temporada, ou seja, cenário muito menos competitivo que uma classificação ou até um treino livre, mas o suficiente para termos uma boa noção de como ficam os tempos de F1, Indy e MotoGP num traçado idêntico.
Com a melhor marca tendo sido registrada por Colton Herta, a Indy se posicionou basicamente no meio do caminho entre a F1 e a MotoGP. O recorde da F1 é de Lewis Hamilton que, em 2018, virou 1min32s237 de Mercedes. Na Indy, Herta cravou 1min46s626 com a Harding, enquanto Marc Márquez fez 2min02s135 com a Honda de 2015. Ou seja: a Indy foi 14s pior que a F1 e 15s mais veloz que a MotoGP.
Colton Herta fez a melhor volta da Indy na pré-temporada no Circuito das Américas (Foto: IndyCar)
Para entender melhor essa diferença toda entre as três categorias, é preciso analisar cada carro – e moto. Comecemos com a F1, pois. Hamilton usava o W09, carro da Mercedes de 2018. O motor V6 turbo chega a nada menos que entre 950 e 1000 cavalos de potência, em um carro que pesa 733 kg.
Já na Indy, Herta vem andando com o chassi Dallara IR-12 e com motores Honda da Harding. Apesar de também V6, os cavalos só rodam entre 550 e 700 cavalos nos circuitos mistos e de rua e o carro pesa praticamente a mesma coisa que um F1: 735 kg.
Na MotoGP, a realidade é completamente outra. Márquez registrou a marca na classificação de 2015, com a Honda RC213V. A moto pesa apenas 160 kg e o motor de 1000cc é V4.
Lewis Hamilton no Circuito das Américas em 2018 (Foto: AFP)
Outro fator que também faz a diferença em alguns segundos está nos pneus. Enquanto MotoGP – com a Michelin – e a Indy – com a Firestone – se limitam a três e dois tipos de compostos, respectivamente, a F1 tinha uma gama de seis, sendo quatro deles já na escala de macios.
É lógico que a Indy não vai alcançar a mesma performance da F1, mas os testes provaram que os carros não são tão mais lentos assim e, claro, o pelotão andou, em geral, mais próximo que na principal categoria do automoblismo mundial, em que Stoffel Vandoorne partiu de último no grid com 3s5 de desvantagem para Hamilton.