Primeiro dia de classificação da Indy 500 vê Castroneves na frente e espantosa eliminação de Hinchcliffe

Contrariando todas as previsões, a Indy deu início ao Bump Day exatamente às 12h (em Brasília). Os pilotos foram para sete horas de atividades, com cada um sempre executando uma sequência de quatro voltas rápidas com a pista vazia. Seguindo a ordem sorteada nesta sexta-feira, Zachary Claman DeMelo foi o primeiro – já que Conor Daly sorteou a bolinha #1 para o carro reserva.

 

E o canadense começou dando bastante pinta de que precisaria retornar à pista mais tarde para tentar melhorar e escapar das duas últimas posições, cravando 2min39s488 no somatório dos giros. Logo depois foi a vez de Ryan Hunter-Reay, que também não andou bem, mas isso pensando em Fast Nine, já que já superava Claman DeMelo com certa facilidade.

 

Outro piloto que corria sérios riscos de ficar de fora era Jack Harvey, que combinava para 2min39s835, ainda mais lento que Claman DeMelo. E o contraste completo veio logo depois com Helio Castroneves voando para girar em 2min37s261. 

 

Spencer Pigot não foi tão bem quanto Helio, mas mostrou suas credenciais para disputar uma vaga no Fast Nine e, mais além, que a Carpenter está mesmo muito forte: 2min37s859 para o jovem piloto. Scott Dixon veio depois e andou até próximo de Pigot, mas ficou em desvantagem por 0s3, ocupando a terceira colocação parcial.

Aí vieram dois pilotos que tinham grandes chances de voltarem no domingo para a definição do décimo ao 33º lugar: Jay Howard e Ed Jones. O segundo foi bem melhor que o primeiro, é verdade, mas não chegaram nem ao top-3.

 

Sofrendo muito para achar um bom acerto para a classificação, Graham Rahal continuou perdido em suas quatro voltas rápidas e atrás de Claman DeMelo, mostrando que realmente corria riscos de eliminação. Pior ainda foi Oriol Servià, que quase bateu o carro diversas vezes e foi mandado para os boxes pela direção de prova.

 

Provando a força da Penske, Simon Pagenaud fez quatro voltas muito fortes e colou em Helio, também ficando perto da vaga no Fast Nine. E aí, quando James Hinchcliffe se preparava para sair, a chuva apareceu de forma leve na curva 2. Cinco minutos depois, ela ganhou força e mostrou que ainda demoraria muito até tudo recomeçar.

Depois de uma longa interrupção por causa da chuva que parou tudo no IMS por cerca de duas horas e meia, James Hinchcliffe teve a ingrata tarefa de reabrir os trabalhos e mostrar a todos que as condições da pista estavam bem complicadas. O canadense fez nada menos que o pior tempo, ficando atrás inclusive de Harvey e provisioriamente sendo eliminado. Aí veio James Davison, também sofrendo bastante com a pista e ficando ligeiramente na frente de Hinch.

Sébastien Bourdais vive mesmo uma fase fabulosa. E as condições de pista não evitaram mais um grande trabalho do francês, que se colocou entre Pagenaud e Pigot, em ótima posição para ir ao Fast Nine. Bourdais levantou o IMS, que aplaudia seu ótimo trabalho e, principalmente a chegada de Danica Patrick, que partiu para a pista logo depois.

 

Com a galera de pé praticamente o tempo todo em suas cinco voltas – aquecimento e as quatro rápidas -, Danica fez bonito. Andou bem próxima da marca que Pigot, seu companheiro, havia estabelecido, mantendo vivas as chances de ir ao Fast Nine.

 

Aí veio uma galera que parecia prontinha para se garantir entre o décimo eo 33º e nada mais, nada menos que isso: Kyle Kaiser, Max Chilton e Stefan Wilson. O primeiro foi décimo, o segundo ficou em 13º e e o terceiro em 11º. Os três bem próximos e próximos de Howard e Claman DeMelo.

Aí veio Matheus Leist e mais um bom trabalho do jovem brasileiro. Leist andou num ritmo muito parecido com o de Dixon, mas crescendo na metade final de suas voltas, ao contrário do neozelandês. Foi o bastante para o sétimo lugar e para ficar na briga. Conor Daly chegou na sequência e confirmou a chance imensa de ser eliminado, virando nada menos que 1s5 mais lento que Hinch.

Primeiro dos principais favoritos a ir para a pista, Alexander Rossi teve um desempenho bastante alarmante para a Andretti e não passou de décimo. JR Hildebrand saiu logo na sequência e fez um pouco melhor que Rossi, mas o suficiente para deixar o pessoal da Dreyer & Reinbold satisfeito.

Aí vieram mais três golpes muito fortes em cima da Andretti. Marco foi o primeiro, marcando apenas o 12º melhor tempo após ter liderado boa parte dos treinos livres. Na sequência, Zach Veach também foi lento, despencou na volta final e foi 16º.

Quando as coisas parecam que iriam começar a fluir, veio a garoa e, consequentemente, a bandeira amarela. Instantes depois, a chuva apertou, indicando que Robert Wickens teria de esperar bastante. A pausa foi de cerca de 40 minutos, quando o canadense finalmente foi à pista e, obviamente, não andou bem, com o traçado todo limpo de novo: 14º para ele.

Gabby Chaves foi outro piloto a sofrer com as condições de pista e, apesar de ter andado muito bem nos treinos livres, parecia pronto para voltar no domingo na definição do meio do pelotão. O colombiano fez o 17º tempo. No mesmo cenário praticamente, Sage Karam fez um pouco melhor e botou a Dreyer & Reinbold em 14º.

Ótimo piloto e com retrospecto especialmente bom na Indy 500, Carlos Muñoz voltou para valer à pista da Indy pela primeira vez depois da decisão de 2017 em Sonoma. E o colombiano foi bem competente, cravando o décimo tempo e ficando colado em Hunter-Reay, o melhor companheiro na sessão. Atual campeão e líder do campeonato, Josef Newgarden também poderia ter pego a pista de forma melhor, mas não foi tão prejudicado assim pelo grande carro que tinha nas mãos. O americano bateu Danica por pouco menos de 0s3 e se enfiou no top-5.

Aí foi a vez de Will Power confirmar a força da Penske. O australiano foi ainda melhor que Newgarden e ainda bateu Pigot e Bourdais para assumir o terceiro lugar com uma absurda progressão nas quatro voltas, 0s1 atrás de Pagenaud e 0s5 mais lento que Helio. Na briga pelo top-9, Tony Kanaan teve uma primeira volta ruim, mas cresceu e tirou o companheiro Leist da zona de classificação.

Fortíssima candidata a ser eliminada no primeiro dia da classificação, Pippa Mann foi bem inferior a todos os rivais, menos Daly e Servià, que tiveram problemas. A britânica estava em sérios riscos. O drama da RLL seguia com Takuma Sato. Depois de Rahal passar perto da zona do bump e de Servià nem completar os giros, Takuma Sato fez uma terceira volta horrível e ficou em 26º.

A Carlin também mostrava que teria uma jornada dura na Indy 500. E Charlie Kimball ficava ali em 26º, correndo algum risco de ser eliminado na segunda rodada. Ed Carpenter, criado no IMS, seguia dando seu show em casa e atingia 229 mph em uma de suas voltas. No fim, segundo lugar, festa da torcida e Fast Nine quase garantido. Ou seja: Helio líder depois de uma sequência de voltas de cada um.