Retrospectiva 2018: Foyt decepciona, trava na evolução e desperdiça primeiro ano de Kanaan e Leist

A Foyt foi uma das maiores decepções da temporada 2018 do esporte a motor e figurou, quase que o ano todo, entre as piores equipes da Indy. Bem abaixo das expectativas, o time jogou fora o primeiro ano da parceria brasileira formada pelo veterano Tony Kanaan e pelo jovem Matheus Leist

Uma temporada que começou com um novato no Fast Six de sua corrida de estreia em São Petersburgo acabou bem abaixo do esperado para a Foyt. Apesar de uma pré-temporada promissora, de um começo de ano forte e de desempenhos dignos em ovais longos, a equipe não chegou nem perto de dar o esperado passo para mudar de patamar em 2018 e acabou como uma das mais fracas do grid, mais uma vez.
 
O que aconteceu foi um movimento natural para um time que ainda não está pronto para competir com potências maiores. O começo forte era apenas e tão somente reflexo de um carro totalmente novo e que acabou misturando o grid. Quando houve tempo para as equipes trabalharem, a Foyt estagnou e viu o bonde passar voando.

Ou seja, mesmo reformulada, com novos engenheiros, mecânicos e apostando alto na mescla de experiência e juventude dos brasileiros Tony Kanaan e Matheus Leist, a Foyt não teve força suficiente para dar um passo real para frente. Faltou evoluir o novo carro e, principalmente, corrigir problemas crônicos mecânicos e de operação do time.

Matheus Leist foi ao Fast Six em São Petersburgo (Foto: IndyCar)

"Difícil falar de evolução, acho que o nosso começo foi muito melhor que o final. Como era tudo novo, a gente conseguiu aproveitar um pouco, mas depois foi se tornando cada vez mais difícil, já que eles evoluíram mais do que a gente", definiu Tony em entrevista ao GRANDE PRÊMIO.

Outro ponto que ajuda a resumir os problemas que a Foyt teve envolve o fato da equipe ter priorizado a Indy 500, ou seja, focado bem mais em um pacote para os ovais e, consequentemente, sofrido nos demais tipos de pista – maioria do calendário.

 
"A estreia criou altas expectativas dentro da equipe. Aquele foi o melhor ou um dos melhores finais de semanas para mim e para o Tony, já que bateram nele na largada, ele caiu para último e ainda chegou em décimo. Eu classifiquei em terceiro também, então foi um grande final de semana e que fez a gente esperar mais. Acontece que a gente não conseguiu achar os acertos ideais no resto da temporada e sofremos com isso", resumiu Matheus também ao GP.
Tony Kanaan estava muito rápido na Indy 500 (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

É inegável que a frustração para a equipe foi grande e o desafio para 2019, com os demais times já na frente com os novos kits, será ainda maior, mas a Foyt aposta em novas mudanças para entrar no pelotão da frente da categoria, mas sem abrir mão de sua dupla de pilotos.

Ficou faltando o top-10 no ano de estreia de Leist, um top-5 para manter a ótima sequência de Tony em sua carreira, mas os pilotos passaram bem longe de serem culpados pelos resultados da equipe. A prova disso foi que não houve hesitação na renovação dos vínculos e, em 2019, a escalação segue igual.

Tony Kanaan e Matheus Leist formam uma dupla bem entrosada (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Com uma parceria que vai de conselhos a brincadeiras, Tony e Matheus formam uma das duplas mais unidas do grid e mostraram, principalmente na Indy 500, quando tiveram um carro competitivo, que podem incomodar os primeiros colocados.

A missão para a Foyt em 2019 não é simples e, certamente, seria menos ingrata se o time tivesse tido um 2018 mais tranquilo. Com orçamento menor que os de boa parte das rivais, a equipe vai precisar se reorganizar, errar menos e, então, evoluir, especialmente nos mistos e nas ruas, que compõem praticamente dois terços do calendário.

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