Rossi facilita missão e Dixon busca título em Sonoma no estilo que o consagrou: com classe e cautela

Scott Dixon teve sua missão de ser pentacampeão facilitada pela bobeira de Alexander Rossi logo na largada, mas levou o GP de Sonoma da forma como mais sabe, sendo cauteloso e tendo extrema classe em todas as voltas e disputas

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Não havia como o título da temporada 2018 da Indy cair em mãos erradas. Tanto Scott Dixon quanto Alexander Rossi tiveram anos incríveis e chegaram em condições quase que de igualdade à final com muitos méritos. Só que a decisão, neste domingo (16), em Sonoma, teve atuações bem opostas dos dois.

 
É difícil dizer categoricamente que Rossi sentiu o momento, afinal, foi justamente ele quem mais cresceu nas provas da reta final da temporada. Fato é que, ainda na largada, assim que veio a bandeira verde, Alexander carimbou a traseira do companheiro Marco Andretti e, ali, abriu caminho para o pentacampeonato de Dixon.
 
Dixon, cada vez mais no rol dos gigantes da Indy e do automobilismo, sacramentou a quinta conquista na categoria da forma que mais sabe, no fim das contas: cauteloso e classudo por 85 voltas, sem dar sopa para o azar nas disputas ou mesmo na estratégia. Marcou Rossi quando foi preciso, inclusive.
 
"É tudo sobre as pessoas que estão próximas. E eu não posso agradecer Emma, minha esposa, o suficiente. Ela foi fantástica por toda a temporada. Hoje é aniversário da morte do pai dela, então é obviamente um período muito emotivo para ela e para sua família. Mas não posso agradecer o suficiente a todos", disse emocionado o pentacampeão.
Scott Dixon e Chip Ganassi são campeões de novo (Foto: IndyCar)

Sem nenhuma pole no ano, o que confirma a tese de que a Ganassi não tinha nem de perto o melhor carro de 2018, Dixon fez o impressionante nono pódio em Sonoma. Foram nada menos que 13 top-5 e 15 top-10 em 17 corridas. Nunca chegou atrás do 12º lugar e, nas últimas seis provas, nunca terminou atrás de quinto. Regularidade é o nome deste piloto que tem um dos casamentos mais vitoriosos de todos os tempos no esporte a motor com Chip Ganassi.

 
"Agradeço a equipe, meu companheiro (Ed Jones), todos os envolvidos. Isso não acontece sem todo o trabalho que fizemos. Havia muita coisa que podia dar errado hoje, mas meus patrocinadores fortaleceram a equipe neste ano. A Honda também. Quero agradecer minha família e especialmente minha esposa. Alexander Rossi fez um ótimo trabalho, foi muito bem durante todo o ano. Ele tem muito talento e vai ganhar muitos títulos durante sua carreira", seguiu Scott.
 
O mais curioso é que dá para dizer, mesmo assim, que aquela máxima da sorte acompanhar os bons vale bem para Dixon. Se Rossi praticamente perdeu o título ao tocar Andretti, duas semanas atrás Dixon se envolveu em uma batida na largada em Portland e, mesmo com Rossi liderando a prova, ainda chegou na frente do rival por causa das bandeiras amarelas.
Scott Dixon fez uma corrida bem ao seu estilo (Foto: IndyCar)
"Eu sabia, naquele dia, que seríamos sortudos tendo saído de toda aquela poeira e sem batida. Eu sabia que as coisas seriam boas. Quando a poeira baixou e eu percebi o motor ainda funcionando e vi os pneus da frente no lugar, foi a hora em que pensei que ficaríamos bem. Cheguei a pensar que tínhamos gastado toda nossa sorte naquele momento", completou.
 
Falando no episódio de Portland, é impossível negar que, quando Graham Rahal parou no meio da pista com problemas e a amarela veio na hora perfeita para Rossi, o filme de lá passou pela cabeça de todo mundo. Até que isso ajudou mesmo Alex, que basicamente ganhou mais de dez posições e respirou por aparelhos por causa disso. Mas não deu. Faltou, faltou muito e tudo precisa ir, sim, na conta da largada atabalhoada.
 
"É o que é, ia ser um dia difícil de qualquer forma. De qualquer maneira, eu tenho um ótimo emprego, mas nele às vezes as coisas são assim. Eu verei o replay milhões de vezes. A equipe fez um ótimo trabalho em me recolocar na pista para me recuperar depois do erro que cometi. Claro que é desapontador ser segundo, o primeiro perdedor, mas melhoramos muito já pensando no ano que vem. Eu parabenizo Scott, ele é cinco vezes campeão, e há uma razão para isso. É um prazer compeitir contra ele e vou tentar em setembro do ano que vem batê-lo", comentou o vice.
Alexander Rossi ficou no quase em 2018 (Foto: IndyCar)
Rossi merece milhões de elogios, foi o piloto do ano na Indy. O mais agressivo, espetacular e até um mestre de estratégias como provou em Gateway. Faltou um detalhe, mas nada que apague sua gloriosa jornada. Rossi tem tanta coisa pela frente e a Indy, definitivamente, é seu lugar.
 
Falando ainda na Andretti, mas de alguém bem mais experiente e com anos de casa que Rossi, Ryan Hunter-Reay fechou em alta um ano muito positivo. Vencendo em Sonoma, chegou ao quarto lugar no campeonato e, de quebra, encerrou, em 2018, jejuns longos de vitórias e de poles na Indy.
 
"Hoje foi um grande dia. Senti como se a corrida não precisasse acabar nunca. Acho que é isso que acontece quando você passa todo o dia lá na frente. Toda vez que eu precisava acertar o ritmo, mantínhamos a liderança. Tiro o chapéu para a equipe. A Honda me deu confiabilidade e um ótimo carro para pilotar. Os pneus foram ótimos. E dedico a vitória para Robert Wickens, dedico a ele e à sua luta. Foi ótimo ver o vídeo que ele gravou antes da corrida e espero que ele esteja conosco o mais rápido possível", disse Ryan.
Ryan Hunter-Reay teve um belo 2018 na Indy (Foto: IndyCar)
Hunter-Reay encerrou, assim, a temporada no meio dos dois melhores pilotos da Penske no ano. E Will Power, no fim das contas, ainda conseguiu beliscar o terceiro lugar com o pódio na Califórnia. A sensação, com certeza, deve ser a de que poderia ter sido bicampeão não sofresse tantos abandonos. É o mesmo caso de Hunter-Reay.
 
"Foi um boa corrida. Tínhamos um carro muito rápido. Acho que se tivéssemos largado na frente poderíamos ter vencido. Foi um grande ano, porém. Roger Penske conseguiu sua vitória de número 500 hoje, vencemos a Indy 500, vencemos a corrida de número 200 aqui na Indy. Vencemos Brickyard 400. Só não consegui o título aqui. Mas, no geral, foi um grande ano para a Penske", afirmou Will.
 
Josef Newgarden deve lamentar bastante o resultado final de sua temporada. O quinto lugar, seguramente, não era o que o campeão de 2017 – e líder de parte do campeonato de 2018 – gostaria. Faltou a genialidade do ano passado, sim, mas longe do americano ter tido um ano ruim.
Josef Newgarden não teve um fim de temporada legal (Foto: IndyCar)
"Não foi um bom dia. Só começou a dar errado tudo após o primeiro pit-stop. Errei ao tentar sair e fiquei parado. Arruinou todo o dia a partir daí. Foi difícil se recuperar. Acho que tínhamos potencial para hoje e poderíamos ter lutado pela vitória, mas ficou muito difícil. Foi uma grande temporada, com muitos bons momentos para toda a equipe e para mim. Temos que trabalhar para voltar mais fortes ano que vem e lutar pelo título e pela vitória na Indy 500", comentou Josef.
 
Entre os brasileiros, o destaque na despedida da temporada da Indy em Sonoma ficou com Tony Kanaan. Na marcante 300ª largada consecutiva do baiano na categoria, um 12º lugar muito respeitável com uma Foyt que não andou bem em momento algum do final de semana.
 
"Estou feliz com meu desempenho. Tentei algumas coisas diferentes neste final de semana e acho que achamos uma direção para trabalharmos durante as férias, para que tornemos nosso carro melhor. Foi um bom começo, me diverti. Foi uma boa celebração das 300 corridas consecutivas. Fiquei feliz com a quantidade de pessoas que vieram me cumprimentar e também pilotos contra os quais competi. Não estava pensando muito nisso antes do final de semana, não achei que era grande coisa. Mas aí caiu a ficha. é daquelas coisas que você não percebe que vai entender até uns 10 anos depois. Foi um ano difícil para nós na Foyt mas voltaremos. Temos todo o inverno para pensar no que fizemos de bom e no que fizemos de errado, consertar e voltar fortes", analisou Tony.
Tony Kanaan: 300 largadas seguidas na Indy (Foto: IndyCar)
Companheiro do veterano na Foyt, o novato Matheus Leist não teve uma corrida fácil. O brasileiro acabou o ano sem top-10, mesmo impressionando em diversas corridas como a Indy 500.
 
"Acho que a corrida resume nossa temporada. Foi um ano duro para todos. Todos trabalhamos duro e tentamos nosso melhor, mas às vezes não funcionou. Não tivemos o ritmo certo. É uma pena, pois nossos engenheiros, mecânicos e pilotos mereciam melhores resultados. Como amos ficar juntos como uma equipe em 2019, temos que nos concentrar em fazer um trabalho melhor, encontrar o que podemos fazer de melhor. Foi uma corrida dura para mim. Por azar sofri um drive-through na relargada. Acho que não foi uma punição justa, não houve como fazer nada para evitar o contato com Muñoz, ele rodou, infelizmente. Não tínhamos bom ritmo novamente e sofremos com os pneus. Vamos trabalhar e melhores dias virão, com certeza", explicou Matheus.
Matheus Leist ainda fará muito na Indy (Foto: IndyCar)
Pietro Fittipaldi foi outro que saiu desapontado de Sonoma com o resultado. Apesar de um fim de ano forte se recuperando de um grave acidente sofrido no WEC, o brasileiro não conseguiu chegar ao top-10 em Sonoma como deixava claro que era sua meta.
 
"Estou desapontado. O carro era rápido, estivemos no top-8 em determinado momento, mas paramos muito cedo e tivemos que poupar combustível até o final da corrida. Perdemos muitas posições por isso. Um azar, mas também ganhei experiência nesta situação. Consegui completar a corrida, mas acho que tínhamos carro para chegar ao top-10 se as coisas tivessem sido diferentes", avaliou.
Pietro Fittipaldi teve um fim de ano forte com a Dale Coyne (Foto: IndyCar)
Apesar de uma corrida nota 6, Sonoma se despede do calendário da Indy coroando um Dixon que só cresce na história da categoria. Além disso, em outro momento extremamente marcante do dia, o domingo viu Wickens falar pela primeira vez publicamente, em vídeo gravado em suas redes sociais. 
 
A temporada 2019 promete muito com a volta de Laguna Seca, a provável chegada de Fernando Alonso, os kits aerodinâmicos mais desenvolvidos e, tomara, Wickens, apenas fortalecendo um dos grids mais fortes que a Indy já viu.
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