Ferrucci recorda passagem conturbada na F2 e dispara: “São muito controladores”

Santino Ferrucci usou até Max Verstappen como exemplo e alegou que automobilismo na Europa não permite piloto ser humano

Atual piloto da Foyt, Santino Ferrucci criticou o modo como o automobilismo europeu tem tratado os pilotos. Usando Max Verstappen como exemplo, o norte-americano, com passagem pelas categorias de base no velho continente, destacou em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO que há um controle excessivo sobre os competidores, que não podem “ser humanos” por lá.

Ferrucci encerrou sua passagem pela Europa de modo controverso. Em 2018, ao final da corrida 2 da Fórmula 2 em Silverstone, o norte-americano bateu propositalmente no companheiro de Trident, Arjun Maini, após se irritar com o comportamento do indiano ao longo da prova — chegou a dizer pelo rádio que o colega de equipe “não tem cérebro” e “deveria ser banido”.

Na sequência, Ferrucci foi suspenso por duas etapas pela categoria, mas recebeu da Trident a demissão, que fechou as portas definitivamente na Europa. Rumou de volta aos Estados Unidos, onde já tinha feito duas corridas pela Indy, naquele mesmo ano de 2018, na rodada dupla de Detroit — substituiu o lesionado Pietro Fittipaldi na Dale Coyne.

No entanto, o modo controverso de Ferrucci continua ali. Na Indy, o piloto se envolveu em algumas polêmicas. No ano passado, a principal delas, foi quando trocou alguns xingamentos e empurrões com Kyle Kirkwood após um treino livre em Detroit e disparou falar homofóbicas, que respingaram até em Colton Herta. Depois da confusão, o representante da Foyt pediu desculpas.

Santino Ferrucci empurra Kyle Kirkwood após ambos se estranharem na pista (Vídeo: IndyCar)

Esse jeito controverso rendeu elogios de seu chefe, a lenda do automobilismo norte-americano, A.J. Foyt. O fundador da equipe que leva seu nome disse em outubro passado que Ferrucci “pilota pra caramba”, mas destacou que gosta do pupilo pelo fato de “não levar desaforo para casa”.

“Na Europa treinei minha habilidade de pilotagem, o que me fez um piloto incrível. O problema é que lá não deixam você ser humano, e acho que estamos vendo muito disso agora com o Verstappen e alguns dos pilotos atuais. Finalmente está vindo à tona o quão controladores eles são lá e como pode ser mentalmente desgastante, e todo mundo tem seu ponto de ruptura. Estive lá por oito anos, e, em algum momento – sabe, somos humanos, cometemos erros. Reconheci isso, cheguei aqui querendo ser uma pessoa melhor, um melhor piloto, e me adaptei. Consegui ser eu mesmo, ser quem realmente sou, e isso me fez crescer e também fez aumentar minha base de fãs e todos ao meu redor”, declarou Ferrucci ao GRANDE PRÊMIO.

Já dentro das pistas, Ferrucci foi um dos destaques da temporada de 2024 da Indy, tirando a Foyt do fundo do grid para terminar o campeonato entre os dez primeiros. Em Portland, conquistou a primeira pole para o time desde 2014 e foi ao pódio naquela etapa. O bom desempenho rendeu a renovação do contrato e vai para o terceiro ano na equipe — algo inédito na carreira do norte-americano.

Ferrucci admitiu que a missão é seguir o que está sendo construído e, quem sabe, dar um passo adiante e levar a Foyt de volta ao caminho das vitórias — o que não acontece desde o GP de Long Beach de 2013, quando Takuma Sato venceu. A expectativa do norte-americano é também por vencer nas 500 Milhas de Indianápolis, onde sempre terminou entre os dez primeiros e chegou no terceiro posto com a Foyt em 2023.

Santino Ferrucci durante GP de Portland (Foto: IndyCar)

“Acho que tem algo a ser dito sobre isso. Sou muito grato pelas oportunidades que tive ao vir para cá, sou grato também pelas chances que tive na Europa. Então, como disse, sou quem sou hoje por causa de todas as minhas experiências de vida. Estou apenas animado por ter vivido este capítulo com a AJ Foyt e continuar construindo algo. Nunca tive a continuidade de estar com uma equipe por 3 anos antes. Então, até na Indy, ter minha 3ª temporada com eles é apenas continuar a construir o que começamos e seguir progredindo. Estou muito ansioso para o que podemos alcançar. Quem sabe algumas vitórias ao construir em cima daquela pole, do resultado das 500 Milhas com o terceiro lugar já conquistado e muitos recordes que batemos este ano com top-10 e consistência. Então, são todas essas coisas que vão se juntar, coisas que levam anos e anos de trabalho”, concluiu Ferrucci.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ LEIA TAMBÉM: GPTV alcança 2 milhões de espectadores e prepara novos formatos de exibição

A temporada 2025 da Indy retorna neste final de semana. Entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março, a categoria desembarca em São Petesburgo para a etapa que abre o campeonato, no circuito de rua da cidade da Flórida, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.