Treinos livres em Portland indicam equilíbrio entre várias equipes e formam cenário ideal para Dixon

A sexta-feira da Indy em Portland deixou a impressão de que muitos times diferentes estão em patamares muito parecidos. Por isso e por um desempenho bem sólido nas duas sessões, Scott Dixon só tem a comemorar, já que ganha com mais pilotos tirando pontos de seus concorrentes ao título

É mais do que natural que, quando uma pista volta ao calendário depois de muito tempo, o grid esteja embolado. Acontece que Portland, que retorna ao programa da Indy após 11 anos, apresentou esse cenário bastante acentuado nesta sexta-feira (31).
 
Levando em conta as duas sessões de treinos livres, pelo menos sete pilotos andaram muito próximos. Dentre os sete, cinco equipes diferentes e uma mescla bastante interessante de Honda e Chevrolet. Não havia cenário melhor do que esse para Scott Dixon.
 
O leitor pode estar confuso com essa afirmação, mas não é muito difícil explicar os motivos. Para começo de conversa, Portland é um circuito misto e, como em todo 2018, isso significa um favoritismo mais do que natural para a Penske, de seus adversários diretos Will Power e Josef Newgarden.
Scott Dixon saiu bem na foto do primeiro dia em Portland (Foto: IndyCar)

Indo além, precisamos pensar nos pontos que vão para o ralo quando o assunto é disputa do título. Quanto mais gente forte, mais pilotos se metendo nos maiores pontos da etapa e, é claro, isso só beneficia quem está na frente. No caso, Dixon. 

 
"Acredito que foi um bom primeiro dia aqui em Portland. Ontem, tivemos um dia de treinos positivo, em que nosso carro foi rápido, então esse é um bom começo para nós. Acho que hoje foi só para ficar familiarizado com o traçado novamente e apenas dar algumas voltas. Já faz alguns anos, mas é ótimo estar de volta e estou animado para o final de semana", disse o neozelandês.
 
O terceiro ponto – e talvez o menos importante deles – é que Dixon botou bastante tempo em Alexander Rossi – o atual vice-líder – nos dois treinos. No entanto, é difícil descartar o americano da briga, ainda mais com Marco Andretti andando bem nas duas sessões e, possivelmente, puxando o resto do time para cima no sábado.
Alexander Rossi não teve um dia fácil (Foto: IndyCar)
"Fizemos bom progresso de ontem para hoje. Não fui capaz de dar uma boa volta no final da sessão quando calçava o pneu vermelho, o que é uma pena, mas acredito que o carro está muito bom. É muito difícil encaixar tudo por aqui com uma volta tão curta. Precisaremos seguir em frente e nos manter nessas condições, mas estou ansioso por amanhã", falou o americano.
 
Em terceiro no campeonato, Power liderou o TL2, ainda que com margem bem pequena para Andretti e um quase-estreante Santino Ferrucci, que mostrou uma Dale Coyne muito competitiva bem como Sébastien Bourdais, líder do TL1. Para Power, o cenário de outros pilotos se metendo na briga também pode ser positivo, mas aí ele precisa da vitória a todo custo.
 
"Nada mal. Acredito que ficamos próximos durante todo o tempo. Precisamos apenas ficar de olho em alguns detalhes e melhorar no primeiro setor. Iremos analisar isso durante a noite e ver se precisamos fazer qualquer ajuste e ver o que teremos amanhã", resumiu o #12.
Will Power foi o líder do TL2 (Foto: IndyCar)
Newgarden vive basicamente a mesma situação de Power, com o diferencial de que tem sido ainda melhor que o companheiro nos mistos. Só que restam apenas duas corridas e Newgarden está bem longe de Dixon, não dá para pensar em algo que não seja a vitória. 
 
"O carro está realmente rápido. Houve muitas bandeiras amarelas hoje e muitas pessoas cometendo erros. Foi difícil de acertar uma volta. Eu não acredito que os tempos do segundo treino condiziam com nosso ritmo, mas acredito que devemos estar no top-5 amanhã. Temos carro para isso. Os caras estão trabalhando muito duro durante o final de semana. Estou animado para a classificação amanhã", descreveu Josef.
Josef Newgarden precisa vencer em Portland (Foto: IndyCar)

Os brasileiros viveram um dia diferente. Tony Kanaan não conseguiu achar um bom ritmo com a Foyt e andou no fundo do pelotão em ambas as sessões, mas seu destaque no dia foi a notícia de que sua quarta filha – Nina – nasceu.

 
"Dias difíceis. Dois dias bastante difíceis para nós. Parece que estamos tentando várias coisas e não acertamos ainda. Acredito que estamos em uma boa direção, mas é difícil. Os últimos dias não foram divertidos, além de ter um bebê. Isso ilumina a vida de qualquer um. Estávamos esperando há tanto tempo. As pessoas diziam ‘é seu quarto filho’, mas não importa quantos sejam, ainda é muito doce. Eu me sinto muito sortudo que tive filhos saudáveis e sem problemas. Quando você tem um dia ruim na pista, você coloca a vida em perspectiva e acredita que existem problemas muito maiores do que ter uma corrida boa ou não largar bem. Dias como ontem e então passar a noite inteira com Lauren [esposa] no telefone, escutando o bebê chorar e ser uma menina, o que, bem no fundo, quando se tem três meninos, você espera uma menina, é incrível. Eu não acho que exista nada neste final de semana que me deixe triste, mas eu ainda quero fazer um bom trabalho. Nós reconstruímos essa equipe e sofremos um pouco nas últimas corridas com pouca sorte. Espero que consigamos virar as coisas e que sejamos fortes no ano que vem", contou o brasileiro sobre o dia especial.
Tony Kanaan foi pai pela quarta vez (Foto: IndyCar)
Matheus Leist andou muito próximo de Tony nos dois treinos e isso quer dizer que, mais uma vez, a Foyt vai começando um final de semana consideravelmente atrás de suas rivais.
 
"Os treinos foram tudo bem, mas o carro ainda não está bom o suficiente para estar próximo do top-10, então precisamos continuar testando novas coisas, trabalhando duro e espero que, em algum ponto, consigamos chegar lá", explicou Leist.
 
Pietro Fittipaldi perdeu o TL1 com problemas no carro, mas apareceu no segundo próximo do meio do pelotão. A ótima notícia para o brasileiro é que o potencial na Dale Coyne está claro, com Bourdais líder do TL1 e Ferrucci em terceiro no TL2.
 
"Hoje foi um dia difícil para a minha equipe. Nós perdemos o primeiro treino, pois tive um problema com o freio, então não pude ir para a pista. Na segunda sessão, acredito que estava bem com os pneus pretos, entre a 11ª e 12ª posições. Todos os carros da Dale Coyne tinham diferentes ajustes, e quando calcei os pneus vermelhos não encontrei a aderência como meus companheiros, mas isso é bom, pois poderemos analisar os dados e ver o que eles fizeram de diferente e usar isso amanhã", falou Pietro.
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