Agressor de Booth-Amos é demitido e deixa paddock da Moto3 após GP da Malásia

Em uma nota conjunta assinada também por Dorna e IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corridas), a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) confirmou que a equipe que empregava o agressor desconhecia o fato até a divulgação das imagens e optou por encerrar o contrato dele

O homem que agrediu o piloto Tom Booth-Amos no paddock no GP da Tailândia de 2019 vai deixar o campeonato após o GP da Malásia. Em uma nota conjunta assinada também por Dorna e IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida), a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) anunciou que o agressor foi demitido pela atual equipe, que não tinha conhecimento do incidente até a divulgação do vídeo.

Na última sexta-feira, veio à tona um vídeo em que Booth-Amos é chutado por um integrante da CIP depois de uma corrida. A agressão continua após a entrada na tenda que serviu de boxe para a equipe durante a etapa.

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Tom Booth-Amos é agredido por mecânico na Moto3. Vídeo de 2019 viralizou este ano (vídeo: reprodução/Twitter)

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Pelas redes sociais, o britânico, que hoje corre no Mundial de Supersport 600, confirmou que era ele a vítima da agressão, mas que não denunciou o caso à promotora do campeonato e nem aos próprios agentes, pois queria manter a vaga no não seguinte.

“Havia muitos problemas com a equipe naquele ano, que nunca foram reveladas”, escreveu Booth-Amos. “Eu me mantive calado porque queria garantir minha vaga para a temporada de 2020, era meu sonho me manter no paddock. Isso aconteceu depois de uma corrida, quando minha moto quebrou por um erro dos mecânicos. Eu fui avisado para me manter calado. Nunca disse nada a ninguém, nem a Dorna ou ao meu agente. Foi apenas uma das coisas que aconteceram naquele ano. As pessoas não sabem o que acontece por trás das câmeras”, completou.

No dia seguinte à manifestação do piloto hoje com 26 anos, a CIP também usou as redes sociais para se manifestar. A equipe condenou a agressão e disse que o funcionário não faz mais parte do quadro de funcionários do time.

“Sobre o vídeo de 2019, nós rechaçamos esse tipo de comportamento. E queremos publicamente pedir desculpas ao Booth-Amos. Um time não tem sucesso sozinho, mas, sim, quando formado por várias pessoas. É por isso que esse técnico não faz mais parte do nosso time”, declarou a CIP. “Violência, de qualquer tipo, não é aceitável em nosso esporte ou qualquer lugar. Tomamos medidas para que isso não volte a acontecer no futuro”, completou.

Procurada pelo GRANDE PRÊMIO, a Dorna confirmou que abriu uma investigação sobre o caso, mas, apesar de ter sido questionada, não falou de eventuais punições.

“O incidente que ocorreu no GP da Tailândia de 2019 envolvendo o piloto da Moto3 Tom Booth-Amos e a ex-equipe dele veio à tona recentemente”, disse a Dorna em nota. “Portanto, está sendo investigado”, completou.

Desde o início, porém, era sabido que o agressor estava empregado em outra equipe. De acordo com a imprensa internacional, a atual contratante era a MAX, de Max Biaggi. O GP procurou Peter Öettl, chefe do time, para obter a confirmação, mas não obteve resposta.

Nesta quarta-feira, a FIM emitiu uma nota condenando a agressão e informando que o agressor deixará o paddock a partir da corrida da Malásia, a penúltima corrida de 2022. A nota não nomeia o agressor e nem tampouco a equipe para a qual ele trabalhava atualmente.

“Declaração do campeonato depois das imagens recentemente publicadas em relação a um incidente que ocorreu no GP da Tailândia de 2019 envolvendo uma disputa entre um piloto da Moto3 e um membro da equipe dele, que é visto atacando-o fisicamente: o vídeo deste incidente foi amplamente divulgado nas redes sociais e as ações do membro da equipe em questão levantaram imediatas e sérias preocupações. A FIM, a IRTA e a Dorna Sports fortemente condenam esse comportamento”, começou a nota. “Além disso, soubemos que a pessoa em questão continua a trabalhar no paddock e agora está empregada por uma equipe diferente, que não estava ciente deste incidente”, seguiu.

“A equipe decidiu encerrar o vínculo empregatício deste membro da equipe, que não voltará ao trabalho com eles depois do GP da Malásia”, anunciou. “A FIM, junto com a IRTA e a Dorna Sports, considera que esta é a decisão correta e apoia completamente a ação tomada por esta equipe de encerrar o contrato desta pessoa”, defendeu.

“Comportamento abusivo não deve e não será tolerado. Todas as partes envolvidas continuam trabalhando para fazer do paddock da MotoGP o ambiente de trabalho mais seguro possível”, encerrou.

Via assessoria de imprensa, o GRANDE PRÊMIO questionou a FIM se, na eventualidade de outra equipe tentar contratar o agressor, a entidade e/ou a Dorna poderiam impedir, e recebeu como resposta: “Na minha opinião, não acho que ele receberá nenhuma proposta do paddock mais”.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 13, para o primeiro dia de treinos livres para o GP da Austrália, em Phillip Island. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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