Aleix Espargaró critica imposição de treino em Mandalika: “Não estou aqui para limpar pista”

Os pilotos da MotoGP ficaram incomodados com a decisão de que eles rodassem juntos por número pré-determinado de voltas para que limpassem a pista no primeiro dia de testes em Mandalika

CASO YAMAHA NA MOTOGP: VEM AÍ A ERA DA QUARTARARODEPENDÊNCIA?

Aleix Espargaró não gostou nada de ser incumbido da missão de limpar a pista no primeiro de dia testes da MotoGP na Indonésia. O piloto catalão se sentiu obrigado a pilotar em um momento em que as condições de pista não eram seguras e defendeu que apenas a cúpula da Aprilia pode obrigá-lo a pilotar.

Nesta sexta-feira (11), por conta da chuva da noite passada, a pista ficou em condições bastante ruins, com os pilotos relatando a presença de “lama e pedras”. A atividade foi paralisada em bandeira vermelha para que o asfalto pudesse ser limpo com maquinário pesado, mas não adiantou. A sessão foi paralisada mais uma vez, o que resultou em uma reunião improvisada da Comissão de Segurança.

WEB STORY
O segundo dia de testes da MotoGP na Malásia

Aleix Espargaró saiu irritado da sexta-feira em Mandalika (Foto: Divulgação/MotoGP)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

A solução encontrada, então, foi de que todos os pilotos saíssem juntos para um número pré-determinado de voltas. Alguns competidores se referiram a isso como uma “obrigação”, enquanto o estreante Fabio Di Giannantonio colocou como “não obrigatório, mas um acordo de cavalheiros”.

Falando à imprensa espanhola, Aleix usou palavras duras e disse que só saiu para cumprir a tarefa em solidariedade aos colegas de grid.

“As condições não eram boas e, quando obrigaram todos os pilotos a darem 20 voltas, só limpamos uma linha. Não gostei da decisão. Acho que foi um dia ruim. Mas, no fim, o que conta é o que acontece nos boxes, e nós fizemos um bom trabalho, confirmamos que a moto vai bem, estamos mais uma vez entre os melhores”, disse Aleix.

“A pista não estava em condições de rodar, tinha muito barro e cada piloto, junto com sua equipe, deve decidir quando rodar ou não. Mas a organização obrigou todos nós a sair para limparmos a pista. E eu não estou aqui para limpar pistas, a não ser que meu chefe mande, pois ele, sim, pode me obrigar a sair de traje de banho se quiser”, disparou. “A Aprilia me apoiou e disse que se não quisesse sair, que não saísse, mas decidi sair por solidariedade aos meus companheiros”, explicou.

À imprensa estrangeira, Espargaró lembrou que não é incomum que os pilotos cheguem a pistas em más condições, mas reformou que não era possível pilotar em Mandalika nesta sexta.

“Nós estamos bem acostumados a chegar a circuitos onde temos muita poeira ― Argentina, me lembro também do Catar. E tudo bem. Mas hoje não era uma questão de um pouco de poeira. Hoje não dava para pilotar na pista, era completamente inseguro, e a decisão que eles tomaram, as equipes com a Dorna [a promotora], de todos nós rodarmos juntos para limpar a pista, eu não gostei nem um pouco”, frisou. “Fiquei muito bravo. Acho que, obviamente, funcionou, pois se você coloca 25 motos para limpar a pista, volta a volta você limpa um pouco o traçado. Mas não é a solução. E eu não estou aqui para limpar pista nenhuma”, insistiu.

Questionado pelo site britânico The Race sobre o que mais incomodou na decisão, Aleix respondeu: “O primeiro ponto é que não era seguro pilotar. O segundo é que a única pessoa que pode me forçar a pilotar é Massimo [Rivola, diretor-executivo da Aprilia] e talvez [o dono do Grupo Piaggio, dono da marca italiana, Roberto] Colaninno também”.

“Mas acho que mais ninguém tem o direito de me obrigar a ir para a pista, especialmente em um teste. Eu piloto se quiser. Se for seguro, vou pilotar. Mas, sendo seguro ou não, eu decido se começo ou não. Eu tenho sete [jogos de pneus], eu decido quando quero sair, se quero esperar. Por que preciso limpar a pista para os outros? Por que eles precisam de mais tempo de pista ou algo assim?”, indagou. “Preciso ser livre para decidir quando quero sair. Foram algumas fábricas que pressionaram muito para que todos fossem para a pista, pois eles precisam de mais tempo do que nós. Não foi justo ―, mas aí vi todos os meus colegas de MotoGP pilotando em condições muito inseguras, então me senti mal por eles e decidi ir também, mas estava muito irritado, muito, muito irritado”, completou.

Titular da Yamaha, Franco Morbidelli acompanhou Aleix nas críticas e considerou que este trabalho não deveria ser feito pelos pilotos.

“Os pilotos não deveriam fazer esse trabalho. Eles não deveriam limpar a pista. É perigoso pilotar na sujeira com a MotoGP. É perigoso para porra, sabe, é perigoso”, insistiu.

O ítalo-brasileiro aproveitou para elogiar os pilotos de Ducati e KTM, já que foram eles que conduziram os esforços inicias de limpeza, uma vez que contam com motos com melhor tração mecânica.

“Eles conseguiram cumprir esse dever que não era deles. Eles fizeram isso e aí, passo a passo, todos os outros seguiram a linha”, contou.

LEIA TAMBÉM
Quem vai transmitir a MotoGP em 2022?

8 PONTOS PARA FICAR DE OLHO NOS TESTES DE SEPANG DA MOTOGP
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.