Dovizioso antecipa aposentadoria e anuncia que deixa MotoGP após GP de San Marino

A Yamaha comunicou nesta quinta-feira (4) que o italiano optou por antecipar a aposentadoria e vai encerrar a carreira após a corrida de Misano. A casa de Iwata anunciou que Cal Crutchlow será o substituto do veterano na RNF nas corridas restantes da temporada

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Andrea Dovizioso decidiu antecipar a aposentadoria. Embora já tivesse avisado que não continuaria na MotoGP em 2023, o italiano pegou o paddock de surpresa nesta quinta-feira (4), quando a Yamaha anunciou que ele vai se aposentar da classe rainha do Mundial de Motovelocidade após o GP de San Marino e da Riviera de Rimini, marcado para 4 de setembro.

A casa de Iwata confirmou que Cal Crutchlow, piloto de testes da marca, será o substituto de Dovi, nas corridas restantes do campeonato de 2022.

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Andrea Dovizioso sempre foi conhecido pelo perfil mais analítico (Foto: RNF)

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Dovizioso voltou à Yamaha no ano passado, após Franco Morbidelli subir para a equipe de fábrica no lugar de Maverick Viñales. O italiano vinha de alguns meses sabáticos após o fim da relação com a Ducati, mas diferente do que aconteceu em 2012, quando foi competitivo com a YZR-M1 da Tech3, desta vez ele não conseguiu se entender com o protótipo japonês.

Nas primeiras 11 corridas da temporada, Andrea somou apenas dez pontos e ocupa a 22ª colocação na classificação, atrás até mesmo de Darryn Binder, o companheiro de RNF que saltou direto da Moto3.

“Quero começar dizendo que, claro, estamos tristes que Andrea esteja deixando o esporte mais cedo do que o esperado. Ele é um grande nome na MotoGP e a ausência dele será sentida no paddock”, disse Lin Jarvis, diretor da Yamaha. “Nos consideramos muito sortudos no último ano pelo fato de ele estar disponível e disposto a se juntar ao nosso programa da MotoGP quando Franky mudou para o time de fábrica, criando a necessidade de um piloto substituto para o restante da temporada 2021”, seguiu.

“A grande expertise de Andrea, a experiência e a natureza metódica eram de grande interesse para a Yamaha e a equipe RNF e o projeto foi acertado para incluir toda a temporada 2022. Infelizmente, Andrea teve dificuldades em extrair o máximo potencial da nossa M1 e, portanto, os resultados não vieram, o que criou uma compreensível frustração para Andrea”, ponderou. “Por fim, durante as férias de verão, ele confirmou o desejo de se aposentar antes do fim da temporada. Depois de discutirmos mutuamente, consideramos apropriado que Andrea fizesse a última corrida dele em Misano, o GP de casa dele”, apontou.

“Naturalmente, a Yamaha vai seguir dando a Dovi apoio total nas próximas três corridas. Enquanto isso, vamos curtir essas últimas três corridas e celebrar em Misano o fim de uma carreira espetacular”, completou.

Dovizioso agradeceu a oportunidade e lamentou que os objetivos não tenham ido alcançados, mas avaliou que o certo foi arriscar com o projeto, já que sempre almejou um contrato de fábrica com a Yamaha. O italiano de 36 anos destacou que a relação sempre foi boa dentro da equipe.

Ao longo do ano, porém, Razlan Razali, chefe da RNF, não deixou de manifestar publicamente a insatisfação com os resultados. O malaio chegou a declarar que preferia que Andrea se comportasse menos como um engenheiro e mais como um piloto e focasse apenas em pilotar a moto.

“Agradeço Lin pelas palavras, concordo completamente com ele. Em 2012, a experiência com a fábrica de Iwata na MotoGP foi muito positiva para mim e, desde então, sempre pensei que, mais cedo ou mais tarde, gostaria de ter um contrato oficial com a Yamaha. Essa possibilidade se apresentou, de fato de uma forma um tanto ousada, em 2021. Decidi tentar, pois acreditava fortemente neste projeto e na possibilidade de me sair bem”, comentou Dovi. “Infelizmente, a MotoGP mudou profundamente nos últimos anos. A situação é muito diferente daquela época: nunca me senti confortável com a moto, e nunca fui capaz de fazer o máximo com o potencial dela, apesar da preciosa e continua ajuda da equipe e de toda a Yamaha”, exaltou.

“Os resultados foram negativos, mas, apesar disso, ainda considero uma experiência de vida muito importante. Quando existem tantas dificuldades, você precisa ter a habilidade de controlar bem a situação e as suas emoções. Não atingimos os objetivos desejados, mas as conversas com os técnicos da Yamaha e da minha equipe sempre foram positivas e construtivas, tanto para eles quanto para mim. A relação permaneceu leal e profissionalmente interessante, mesmo nos momentos mais críticos: e não é tão óbvio que isso aconteça”, comentou. “Por tudo isso e pelo apoio, eu agradeço a Yamaha, a RNF e todos os outros patrocinadores envolvidos neste projeto. Não saiu como esperávamos, mas foi certo tentar. A minha aventura vai terminar em Misano, mas a relação com todas as pessoas envolvidas neste desafio seguirá intacta para sempre. Obrigado”, encerrou.

Razali afirmou que a equipe estava ansiosa para tentar virar o jogo para Dovizioso, mas entende a decepção do piloto. Ainda assim, o dirigente se disse honrado por ter contado com um piloto do gabarito de Dovi na equipe.

“Enquanto voltamos ao paddock depois de cinco semanas de pausa, estávamos ansiosos para mudar as coisas para Andrea, especialmente depois de alguns achados positivos nas últimas duas corridas”, disse Razali. “No entanto, ele tomou a decisão de se aposentar e nós respeitamos isso. De fato, ficamos tristes por ver um ótimo e experiente piloto como Andrea deixando o campeonato e não terminando a temporada conosco, mas entendemos, ele foi claro sobre a dificuldade em se sentir confortável com a moto e para adaptar o estilo de pilotagem à moto”, seguiu.

“Embora não tenhamos conseguido atingir os resultados desejados, ainda estamos honrados e satisfeitos por termos tido um nome como Andrea na nossa equipe. Gostaríamos de agradecê-lo pelo apoio, expertise e contribuição. Seguiremos dado a ele total apoio nas três corridas restantes”, encerrou o dirigente.

Campeão das 125cc em 2004, Dovizioso subiu para a MotoGP em 2008, primeiro correndo com motos Honda. Depois de quatro temporadas com a RC213V, guiou a Yamaha por um ano, antes de ser recrutado pela Ducati para substituir Valentino Rossi na equipe de fábrica em 2013. E foi vestindo vermelho que o italiano escreveu a parte mais importante da carreira.

Depois de muitos anos de trabalho para reconstruir a competitividade da Desmosedici, Dovizioso foi três vezes vice-campeão, incluindo em 2017, quando brigou com Marc Márquez pela taça até a corrida final, em Valência. O piloto de Forli acumula até aqui 15 vitórias na classe rainha, 62 pódios e sete poles.

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