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MotoGP

Com dupla da Honda na reabilitação, Yamaha, Suzuki e Ducati roubam foco, mas ordem de forças segue incerta

Enquanto Marc Márquez e Jorge Lorenzo ainda se recuperam de cirurgias e lesões, Yamaha, Suzuki e Ducati se destacam no primeiro dia de testes em Losail. Mas, apesar dos sinais positivos vindos de todos os lados, a ordem de forças da MotoGP segue incerta em 2019

 
Ah, a pré-temporada! Depois de seis horas de pista liberada ― praticamente metade delas desperdiçadas por conta das condições de pista ―, o primeiro dia de testes da MotoGP no Catar chegou ao fim com Maverick Viñales no topo da folha de tempos.
 
O agora #12 completou um total de 50 voltas, a melhor delas em 1min55s051, e fechou o sábado (23) com 0s108 de margem para Álex Rins, o segundo colocado. Seguindo a linha do que aconteceu na Malásia, a Ducati também esteve na parte cima da tabela, com Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci aparecendo na sequência, separados por apenas 0s044.
 
Oficialmente no time dos quarentões desde o último dia 16, Valentino Rossi ficou com o quinto tempo, 0s553 atrás do companheiro de Yamaha. Tito Rabat segue impressionando depois da epopeia com a lesão sofrida em Silverstone no ano passado e ficou com o sexto tempo.
 
Com uma versão mais atual da YZR-M1, Fabio Quartararo colocou uma terceira Yamaha no top-10 e ficou à frente de Takaaki Nakagami, o melhor representante da Honda.
Maverick Viñales liderou o primeiro dia no Catar (Foto: Michelin)

A montadora da asa dourada, aliás, segue acumulando trabalho na fábrica e no departamento médico. Aos poucos, porém, os pilotos vão recuperando a forma. Marc Márquez, por exemplo, se sentiu bem melhor com o ombro operado, mas ficou apenas em décimo, 1s116 atrás do líder. Jorge Lorenzo, por sua vez, sofreu um bocado mais, já que fez apenas sua primeira sessão no ano. O #99 acabou em 21º, 2s039 mais lento que Viñales.

 
Tal qual acontece com frequência nesta fase da temporada, o clima foi de alegria entre os pilotos. Líder dos trabalhos, Viñales se mostrou satisfeito com o trabalho da Yamaha, mas segue cobrando melhoras, já que sabe que os resultados dos testes não valem de nada uma vez que as luzes se apagarem na reta de Losail para a primeira corrida da temporada.
 
“Eu estou realmente feliz, porque me senti realmente bem na moto, especialmente com o meu estilo de pilotagem. Eu me senti confortável na moto e, para mim, isso era o mais importante”, disse Maverick. “No ano passado, eu tive muita dificuldade para estar confortável na moto e, neste ano, em quatro pistas diferentes, eu me senti bem confortável na moto e nós pudemos forçar bastante”, seguiu. 
 
“Eu, na verdade, estou feliz com a maneira como trabalhamos hoje. Não fizemos muitos, muitos testes, nós tentamos focar nas coisas principais, tentando encontrar um pouco mais de aderência e encontrar o caminho a seguir. Agora temos de fazer um plano para amanhã”, frisou.
 
Entre os ponteiros desde a atividade da Malásia, Rins também celebrou o trabalho da Suzuki, mas avaliou que é preciso melhorar em termos de velocidade máxima.
 
“Foi um dia muito bom. Acho que nós tivemos um bom ritmo, testamos algumas coisas diferentes, como um novo motor. E também confirmamos todas as coisas que estavam funcionando bem na Malásia. Então estou feliz”, contou Álex. 
Álex Rins voltou a andar entre os ponteiros (Foto: Suzuki)
Neste sábado, a Suzuki testou um novo motor, que, de acordo com Rins, representa uma pequena melhora em muitas áreas.
 
“Nada de muito diferente. Tem um pouco mais de potência extra em termos de velocidade máxima, mas, no geral, todas as áreas estão funcionando um pouco melhor”, explicou. “Não é uma grande diferença, mas um pouco melhor”, insistiu.
 
“Eles estão procurando um pouco mais de velocidade na reta. Isso é importante, pois acho que agora nós estamos um pouco atrás de Ducati, Honda, talvez para a KTM, então precisamos melhorar nessas áreas”, comentou.
 
0s499 mais lento que o líder, Dovizioso foi igualmente otimista, mas evitou analisar o cenário geral do campeonato.
 
“O dia foi bom, muito bom, a pista estava limpa. Imediatamente o tempo de volta estava muito bom. Conseguimos testar o que queríamos hoje, nada muito especial, pequenas coisas, mas conseguimos cumprir nosso programa”, disse Andrea. “Não foi um dia tão importante, também porque se olharmos para os tempos não é muito interessante, mas foi muito bom”, insistiu.
 
“Durante os testes não é fácil de entender e analisar muito bem o que todos podem fazer em um final de semana de corrida, até porque suas abordagens durante um final de semana de corrida são diferentes”, ponderou. “Mas estou relaxado, não é tão importante agora, não vou ficar pensando muito nisso. Vou focar no trabalho que temos que fazer agora”, completou.
 
Companheiro do #4, Petrucci foi mais além e avaliou que a Desmosedici já está pronta para encarar a temporada 2019 da MotoGP. 
 
“Esta é uma pista de que eu gosto, e a Ducati sempre foi bem rápida aqui, então nós não mexemos muito na moto. Desde o início, a base era boa. E, especialmente, nos não temos muitas novas coisas para testar. Hoje o foco era ter uma moto perfeita para ficarmos com ela. Eu estou satisfeito com hoje”, relatou. “Com certeza, não estou 100%, porque eu estava um pouco assustado com as condições de pista, mas, no fim, eu tive uma boa confiança, um bom feeling e, só na última saída, fizemos uma modificação no acerto que foi útil, então amanhã começaremos a partir daí”, resumiu.
 
Pilotando pela primeira vez desde o 40º aniversário, Rossi mostrou que não perdeu o espírito esportivo e, ao ser questionado sobre como se sentia, respondeu brincando: “É, sinceramente, a sensação é bem similar. Infelizmente, não é melhor. Eu esperava que fosse um pouco melhor”.
Andrea Dovizioso reforçou a qualidade da Ducati (Foto: Ducati)
O #46 fez um balanço positivo do primeiro dia em Losail, mas comentou que ainda pode tirar mais da M1.
 
“O primeiro dia de testes não foi tão mal. Nós estamos trabalhando de uma boa maneira. Eu terminei na quinta colocação e isso é bem bom”, avaliou. “Nós fizemos um trabalho diferente aqui, pois trabalhamos mais para o GP, já que temos de melhorar o acerto da moto. A primeira impressão não é tão ruim, o tempo de volta já é bem bom. Tem alguns lugares da pista onde quero forçar mais para levar a moto mais ao limite, mas a primeira impressão é bem boa”, reforçou.
 
Indagado sobre o quão perto está da moto com que sonhava para a temporada 2019, Rossi respondeu: “Eu estou bem feliz, porque o trabalho que tínhamos de fazer para reduzir a distância era bem grande, pois nos últimos dois anos nós cometemos alguns erros. Mas, agora, a minha sensação é de que trabalhamos de uma boa maneira e, dentro do time, dentro do box, a atmosfera é boa. Todos estão concentrados e motivados. Para mim, nós precisamos de um pouco de tempo para voltarmos ao top, mas podemos fazer isso”.
 
Décimo na tabela, Márquez celebrou a melhora em sua forma física desde os testes na Malásia, mas reconheceu que a Honda teve dificuldades no primeiro dia na pista catari.
 
“Honestamente, estou feliz. Estou feliz com a minha condição física, porque, em comparação com o teste da Malásia, nós demos um passo enorme”, afirmou Marc. “Claro, em algumas áreas ainda sinto um pouco de dor, mas a força está lá, então isso é importante. Ainda tenho duas semanas antes da primeira corrida, então estou feliz, pois está melhorando. Agora eu posso pilotar no meu estilo normal”, comentou. 
 
“Nós tivemos alguns problemas com o acerto e precisamos trabalhar nisso. Temos de entender, pois os pilotos da Ducati e os pilotos da Yamaha estão longe de nós. É verdade que nós normalmente temos dificuldade neste circuito, também é verdade que temos mais dois dias pela frente, mas nós precisamos trabalhar de uma maneira diferente para estarmos mais próximos deles”, alertou. 
 
De volta às pistas pela primeira vez após fraturar o escafoide, Lorenzo explicou que ainda sente a falta de ritmo e relatou que tampouco se sente confortável na RC213V.
 
“O punho… bom, obviamente, eu tenho dificuldade na freada. Isso me fez fazer sequências de duas ou três voltas para entender a moto e entender tudo. O problema é que não temos muito tempo, talvez três horas a cada dia, porque após as 21h, a temperatura cai bastante e é difícil aproveitar tanto quanto em outras pistas onde você tem o dia todo para testar muitas coisas”, relatou. “Não foram muitas voltas. Não conseguimos testar muitas coisas, não testamos nenhum acerto, não tentamos nada para melhorar a moto. Ainda falta um longo caminho para eu encontrar a melhor ergonomia. Eu ainda escorrego na pedaleira, não tenho apoio o suficiente nas acelerações, então ainda preciso modificá-la, mudar muitas coisas na ergonomia”, apontou. 
Jorge Lorenzo sofreu no retorno às pistas (Foto: Michelin)
“Com a lesão, eu preciso de muito mais tempo na moto, porque quatro meses é muita coisa. Mesmo que você treine muito bem na academia, quando você sobe na moto, você usa músculos diferentes. Eu preciso de mais moto para estar em forma”, insistiu.
 
Ao ser questionado sobre o potencial da RC213V, Lorenzo exaltou a melhora em termos de velocidade, um ponto fraco da Honda no ano passado.
 
“Acho que é bom. Nós melhoramos o motor, que é bem rápido. Acho que hoje o Marc foi o mais rápido na reta, o que é um bom sinal, porque no ano passado a Honda perdia muito em termos de velocidade, então isso é bom”, opinou. “Nós ainda precisamos melhorar a aerodinâmica, porque estamos perdendo um pouquinho para Marc e Crutchlow, mas nós estamos muito longe para tirar conclusões. Amanhã estaremos mais próximos e vamos melhorar um pouco em pequenos detalhes. Ainda é o primeiro dia, não foram muitas voltas”, concluiu.

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