Com pilotos mais rápidos que em Aragão, GP de Teruel abre porta para 9º vencedor de 2020

Depois de o GP de Aragão da semana passada terminar com o segundo top-15 mais apertado da história da classe rainha, o bom desempenho de vários pilotos nesta semana é um indício de uma corrida ainda melhor

O GP de Teruel promete ser uma corrida daquelas. Se na semana passada, no GP de Aragão, a MotoGP registrou o segundo top-15 mais apertado da história ― com Álex Rins e Danilo Petrucci separados por só 15s941 ―, o recorde do GP do Catar de 2019 está sob ameaça.

Na segunda visita da temporada ao traçado localizado no nordeste da Espanha, o grid da divisão de elite se mostrou mais competitivo, com vários pilotos registrando tempos melhores do que aqueles anotados para o GP de Aragão. A principal exceção é mesmo a Ducati, que foi mal na semana passada e tampouco se apresentou melhor na pista de Alcañiz.

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Vivendo uma boa fase dentro e fora da pista, Takaaki Nakagami foi quem levou a melhor neste sábado (24) e garantiu a primeira pole de um piloto japonês desde que Makoto Tamada largou na frente no GP da Comunidade Valenciana de 2004. Sólido ao longo de todo o fim de semana, o piloto da LCR mostrou bom ritmo a bordo da Honda e é um dos candidatos à vitória em uma temporada que já viu oito pilotos diferentes no topo do pódio.

De contrato renovado com a HRC, a divisão esportiva da Honda, para seguir correndo com a equipe de Lucio Cecchinello, Nakagami pareceu bastante satisfeito após a sessão que definiu o grid de largada, apesar de considerar que a marca de 1min46s882 não foi a ideal.

Takaaki Nakagami vai estrear na pole da MotoGP (Foto: Red Bull Content Pool)

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“Antes de mais nada, não foi uma volta perfeita, pois quando estava passando pelo primeiro setor, vi no painel da minha moto que era um décimo mais lento do que no meu melhor tempo”, apontou. “Percebi que era a última volta, então tentei ajustar nos setores restantes, passando pelo segundo, terceiro e quarto mais e mais rápido. Quando cruzei a linha de chegada, foi a primeira vez que vi abaixo de 1min47s, que vi 1min46s. Foi uma boa sensação”, seguiu.

Taka, aliás, sequer soube com certeza que tinha conquistado a posição de honra antes de chegar ao parque fechado do MotorLand.

“Fiz o meu melhor, mas naquele momento eu não sabia que era uma pole-position, porque não tem monitores na pista. Eu estava torcendo para que fosse a pole-position, mas podia ser segunda ou terceira fila, pois sabia que os tempos de volta estavam muito apertados”, contou. “Quando voltei para o pit-lane, vi a equipe esperando na primeira posição do parque fechado, então percebi que tinha conquistado a pole-position. Foi uma sensação incrível”, comentou.

Confiante no ritmo exibido até aqui, Nakagami traçou uma meta clara: largar bem e tentar escapar do pelotão.

“A sensação na moto é muito boa. Desde o TL1, estamos com uma grande performance neste fim de semana, o que é o mais importante para a corrida. Tomara que possamos continuar com essa performance amanhã”, falou. “Temos ritmo. Mostramos isso em todos os treinos e também no TL4 que, com o composto macio, temos definitivamente um bom ritmo. Com certeza [Álex] Rins e [Franco] Morbidelli vão tentar destruir a minha estratégia, mas não seria loucura”, considerou. “É tentar manter a calma, fazer, claro, uma boa largada ― isso é o mais importante ― e depois tentar manter o meu ritmo. A estratégia é fazer uma boa largada e torcer para poder construir uma boa vantagem no início e ter ritmo no final, aí é tentar controlar a vantagem. Mas isso é só um sonho. Tomara que eles não sejam mais rápidos do que eu. De qualquer forma, é uma ótima sensação conquistar a primeira pole. Estamos prontos para ter outro ótimo dia amanhã”, completou.

0s063 mais lento que Nakagami, Morbidelli vai largar em segundo, confiante de que fez um bom trabalho com a Yamaha da SRT.

Joan Mir vai largar apenas em 12º (Foto: Suzuki)

“Foi uma ótima volta e realmente me diverti hoje, tive uma boa sensação na moto. Trabalhamos bem juntos, como fizemos na semana passada, e estamos em uma boa linha. Acho que amanhã vou precisar ser um pouco mais afiado nas primeiras voltas e aumentar o ritmo em comparação à última corrida”, ponderou. “O TL4 foi bom para olhar para os pneus, já que precisamos fazer nossa escolha para amanhã e encontrar o acerto correto para a corrida. Acho que as coisas estão um pouco mais claras agora, especialmente com os dados da semana passada também”, observou.

“Usamos os pneus macios para fazer o tempo de ataque e estávamos avaliando o médio dianteiro para a corrida de amanhã. Ainda assim, precisamos esperar para ver o que acontece, mas estar na primeira fila é bom. Tomara que seja uma grande corrida”, frisou.

Vencedor do GP de Aragão, Rins vai fechar a primeira linha da grelha e sai confiante com a performance exibida ao longo de todo o fim de semana, mas disposto a quebrar o pelotão logo no início da disputa.

“Foi um dia bastante bom. Confirmamos no TL3 que as coisas que testamos na sexta-feira vão melhor. Temos um acerto melhor para esta corrida e, no fim, conseguimos a primeira fila que tanto buscamos”, falou Rins. “Vou testar escapar e reduzir o pelotão. Estaremos atentos para ver se os pilotos de trás escalam o pelotão ou não e, a partir daí, fazer a nossa corrida. Vejo gente muito forte, como [Joan] Mir, [Álex] Márquez, Nakagami e Morbidelli. Vou ter de fazer uma corrida inteligente, forçar desde o início e estudar a estratégia”, alertou.

“Tenho em mente a possibilidade de largar e escapar. Mas pode acontecer que Nakagami largue bem e se coloque na ponta, acho que ele tem um pouco mais de ritmo do que nós. Têm muitos pilotos com ritmo e temos de saber chegar com o pneu fresco no final”, considerou. “Não gostaria de ter uma Ducati na frente, é muito complicado ultrapassá-la, assim como a Honda, então prefiro não ter Nakagami na frente”, resumiu.

Álex Márquez mostrou bom ritmo em todo o fim de semana (Foto: Red Bull Content Pool)

Quarto no grid, Maverick Viñales também fechou o dia satisfeito, já que entende que conseguiu o máximo que poderia com a YZR-M1 da Yamaha.

“Sinceramente, estou muito feliz. Conseguimos o resultado máximo possível para nós hoje. O que é positivo é que nossos principais rivais não se saíram tão bem também. Fizemos uma boa classificação, então estou bem satisfeito com isso”, afirmou Maverick. “Para amanhã, vou tentar forçar desde o início. Sabemos que nos preparamos bem para a corrida, então nossa expectativa é bem alta. Acho que podemos fazer um bom trabalho amanhã. Na corrida, tudo muda, então vou tentar ser inteligente, suave na moto e economizar os pneus para as últimas dez voltas ― isso é crucial nesta pista”, defendeu.

Viñales lembrou que, com a programação diferente de amanhã, com a MotoGP largando depois da Moto3, existe a chance de uma mudança nas condições, já que os pilotos costumam sentir diferença no asfalto com a borracha Dunlop depositada pela Moto2.

“Amanhã também será uma oportunidade para vermos se podemos nos beneficiar correndo antes da Moto2. Pode ser bom para nós em termos de aderência, mas isso pode ser bom para todo mundo também”, considerou. “Vamos tentar fazer bons tempos logo de cara. Claro, são muitos pilotos rápidos, mas vou tentar controlar e ser rápido”, garantiu.

Agora vice-líder do campeonato, Fabio Quartararo vai largar em sexto, mas ressaltou que a M1 está melhor acertada para a corrida do que para a classificação.

“Mudamos algumas coisas neste fim de semana, o que foi positivo para o nosso ritmo de corrida, mas talvez não tão boas para a classificação. Não me senti tão bem quanto na semana passada, mas no fim das contas, o mais importante é o ritmo de corrida”, reforçou. “Acho que demos um passo à frente, mas ainda temos mais o que fazer. A classificação não foi tão ruim, mas agora é hora de focar na corrida de amanhã. Este é um circuito em que sempre tivemos dificuldades ― Valência e Portimão devem ser melhores ―, mas vou fazer o meu melhor para terminar com o máximo de pontos possível e, tomara, na frente dos nossos rivais”, seguiu.

Fabio Quartararo foi pole semana passada, mas vai sair apenas em sexto amanhã (Foto: SRT)

“Precisamos olhar para o nosso ritmo com pneus usados no warm-up de amanhã, com a meta de aumentar nosso potencial na corrida”, sublinhou.

Um dos destaques da semana passada, Álex Márquez mostrou um compasso forte ao longo dos treinos, mas se classificou só em décimo. Mesmo assim, o irmão de Marc acredita que pode fazer um bom GP, mesmo que prefira conter a expectativa com o desempenho da RC213V da Honda.

“A situação da Honda está mudando, mas também temos de ter os pés no chão. Aqui estamos nos adaptando muito bem, mas temos de confirmar em outros circuitos. Vejo as cosas com calma”, falou. “Ainda temos muito trabalho a fazer, mas está claro que as três últimas corridas do ano, saindo daqui com muita dinâmica, serão um bom teste para saber onde estamos, se estamos melhores e se poderemos levar para outros lugares essa boa sensação que temos aqui. Hoje Nakagami fez um grande resultado aqui, teve um grande ritmo e acho que é um dos favoritos para amanhã”, apontou.

Perguntado se tem chance de repetir o pódio do GP de Aragão, onde terminou em segundo, Alex respondeu: “Vai depender muito da largada, da primeira volta e de não perder muito nas primeiras voltas. É verdade que semana passada fizemos uma recuperação muito boa, estávamos muito longe e conseguimos recuperar contato com Rins, que era o líder a corrida. Mas acho que Rins larga em terceiro amanhã e Nakagami pode ter um bom ritmo desde o início”.

“Vai ser difícil e vai depender da largada, mas também tenho de destacar que os outros deram um passo à frente neste fim de semana e que a corrida será muito mais rápida”, previu.

Agora líder do campeonato, Mir quem foi se deu pior na classificação. Com o melhor tempo em 1min47s642, o piloto da Suzuki vai largar apenas em 12º, mas nem assim esquentou a cabeça, já que entende que tem performance o bastante para uma prova de recuperação.

“Estou decepcionado com a forma como as coisas aconteceram. Eu esperava mais do Q2. No TL4, não me senti muito bem com a moto e com as sensações. Foi uma pena. Não me senti competitivo com o pneu dianteiro macio”, contou. “Cometemos um pequeno erro, pois teria sido mais competitivo, e acabamos pagando largando bastante atrás. Temos um bom ritmo e isso é bom. É melhor do que na última corrida. Vamos ver até onde podemos chegar”, explanou.

Vencedor em Aragão, Álex Rins é também um favorito (Foto: Suzuki)

Questionado sobre qual o objetivo real para a corrida, uma vez que vai largar apenas em12º, Mir respondeu: “Chegar até o pódio e tentar ganhar. Acho que é possível. Na outra corrida, tanto Rins quando Álex saíram nessas posições e acabaram em primeiro ou segundo. Se você tem ritmo, não acho que seja um problema”.

“É verdade que vamos correr mais riscos. Largo pela parte de dentro do circuito, que não é a melhor, porque é melhor sair por fora, mas vou jogar as minhas cartas. Ficaria muito nervoso se estivesse largando nesta posição e não tivesse ritmo, porque tenho atrás as Ducati e é complicado, mas tendo ritmo, não tenho com que me preocupar. Vou tentar largar para vencer”, ponderou. “Rins e Nakagami têm um ritmo muito bom. Nós que estamos mais para frente no campeonato vamos largar atrás deles, mas não me preocupo com os demais. Vou usar minhas fichas. Tenho ritmo, melhor do que na corrida anterior. E trabalhamos a semana toda para não ter problemas com o pneu dianteiro. Também posso ser perigoso”, concluiu.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP de Teruel, 12ª etapa do Mundial de Motovelocidade 2020.

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