Crutchlow tem temporada 2020 de tropeços, mas deixa MotoGP de cabeça erguida
Acidentes e abandonos resultaram no pior campeonato do inglês na MotoGP, mas a temporada não deve ofuscar a boa carreira nos últimos dez anos
Cal Crutchlow encerrou o capítulo MotoGP em sua vida em 2020. E apesar de uma temporada marcada por tropeços e azares em que não pôde performar ao seu máximo, o inglês pode deixar o Mundial de Motovelocidade de cabeça erguida e satisfeito com o que conquistou.
A turnê do adeus do competidor nascido em Coventry começou já em baixa. Na primeira etapa do calendário, o GP da Espanha, sofreu um forte acidente no warm-up pouco antes da corrida e não foi liberado para retornar à pista por uma fratura no punho. Não demorou para logo passar pela sala de operação.
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Apesar de logo ter retornado para o GP da Andaluzia, a prova seguinte, esse seria apenas o primeiro passo do calvário do piloto de 35 anos, especialmente por ter de voltar a passar por cirurgia. Dessa vez, o objetivo foi para tratar de uma síndrome compartimental – aproveitando para mostrar tudo, literalmente, nas redes sociais.
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Passar pela nova operação o fez perder a rodada dupla em San Marino, mas conseguiu voltar na Catalunha. Entretanto, antes de ir para a pista, no início do final de semana em Barcelona, passou por consulta com o Doutor Xavier Mir. Liberado, estava saindo quando tropeçou na barraca de testes do coronavírus e rompeu o ligamento. Mas pode disputar a prova.
E sem estar 100% ao longo de toda a temporada, Crutchlow não conseguiu entregar bons resultados. Em um ano encurtado pela pandemia e um calendário de apenas 14 corridas, perdeu três. Ainda, abandonou duas e ficou uma terceira fora do top-15. Tudo jogou contra sua campanha.
Nas últimas oito temporadas subiu ao menos uma vez ao pódio. Em 2020 veio a exceção e o piloto da LCR sequer se aproximou da ponta do pelotão, com uma oitava colocação como melhor resultado. Na classificação final, um distante 18º lugar, o pior desde que chegou à classe rainha, em 2011.
Entretanto, um campeonato abaixo do esperado não deve manchar ou jogar uma sombra no ótimo histórico de Cal nas duas rodas. Foram treze pódios conquistados, três vitórias conseguidas – essas, todas vindas quando passou a defender a equipe satélite da Honda. Ainda, em 2013, ainda na Tech3 da era Yamaha, terminou o campeonato em quinto. Portanto, resultados que devem ser celebrados.
“Tive o privilégio de trabalhar com grandes pessoas, equipes e motos em todos os anos, foi uma sorte. Há dez anos, não pensava que poderia fazer o que fiz, superou minhas expectativas. Não deixei nenhuma garagem sem ter formado boas relações”, chegou a dizer quando fez balanço de sua passagem.
Ano que vem vai ser mais caseiro, assumindo o papel de piloto de testes da Yamaha. Ao receber a notícia, sua filha Willow chegou a soltar lágrimas de felicidade por ter mais a presença do pai. Um pai que pode ter sido acometido por tropeços, mas tem de ficar de cabeça erguida com tudo o que conseguiu na MotoGP.
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