Alonso derruba recorde de Rossi com vitória em corrida reduzida da Moto3 na Tailândia
Nem mesmo a chuva ou a pista molhada seguram o ímpeto de David Alonso na temporada 2024 da Moto3. Na Tailândia, o colombiano venceu pela 12ª vez no ano e superou um recorde de Valentino Rossi no Mundial de Motovelocidade. Luca Lunetta e Collin Veijer fecharam o pódio da caótica e movimentada corrida encurtada
O GP da Tailândia da Moto3, que abriu este domingo (27), foi mais curto por conta da chuva, mas não deixou a desejar no quesito emoção. E ainda foi marcado por um novo recorde no Mundial de Motovelocidade, com o campeão antecipado David Alonso conquistando a 12ª vitória na temporada 2024, superando feito de Valentino Rossi em 1997.
Para colocar de vez o nome da história, porém, o colombiano precisou de muito esforço e uma grande ultrapassagem em Ivan Ortolá na última volta da prova. O espanhol ainda errou na curva final e ficou na quarta colocação, atrás de Luca Lunetta e Collin Veijer, respectivamente.
Relacionadas
O quinto lugar foi de Taiyo Furusato, mas a chegada do japonês foi inusitada. Depois de ser tocado por Veijer nos metros finais de prova, caiu na entrada da reta e cruzou a linha no solo, separado da própria moto.
David Muñoz ficou com a sexta colocação, à frente de Joel Kelso, Scott Ogden, Stefano Nepa e Tatsuki Suzuki fechando o top-10. Daniel Holgado foi apenas o 12º colocado em Buriram.
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
A largada da MotoGP para o GP da Tailândia, em Buriram, está marcada para às 5h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
Saiba como foi o GP da Tailândia de Moto3:
O domingo trouxe uma drástica mudança climática em comparação com o restante do fim de semana. A chuva chegou cedo e, como todas as demais sessões de Moto3 e Moto2 foram com o asfalto seco, um procedimento diferenciado foi adotado.
O pit-lane abriu no horário previsto, mas permaneceu assim por dez minutos. Durante este tempo, os pilotos puderam dar quantas voltas quiseram, liberados para parar nos boxes em busca de ajustes. Assim, a largada da corrida aconteceria 5 minutos após o horário originalmente previsto e com a distância reduzida a 2/3. No caso da Moto3, isso resultou em uma prova de 12 voltas.
A chuva, porém, deu trégua antes do início da largada, o que passou a mudar as condições do asfalto. A temperatura estava em 24°C, com o asfalto chegando a 27°C. A velocidade do vento estava em 5 km/h, com a umidade relativa do ar em 93%.
Apesar das condições traiçoeiras e das nuvens carregadas no céu de Buriram, boa parte dos pilotos optou por correr com pneus slicks, já que a pista não mais estava encharcada. Eddie O’Shea era o único com calçados de chuva.
Na hora da largada, o pole Joel Kelso saiu bem e sustentou a ponta, com Collin Veijer, Ángel Piqueras, Taiyo Furusato e David Alonso logo atrás. Foi uma largada bastante mais contida do que o habitual da Moto3.
Ainda nos primeiros metros, Veijer tomou a ponta de Kelso, mas não sustentou a linha e levou o troco. Atrás, Furusato passou Piquetas, subindo para terceiro.
Já na volta seguinte, Piqueras conseguiu retomar o terceiro posto e, pouco depois, Veijer voltou a passar Kelso, desta vez mantendo a ponta.
Na abertura do giro seguinte, o cenário mudou mais uma vez. Kelso retomou a ponta, com Alonso passando Furusato para ser quarto. Pouco depois, Veijer retomou o comando, com Piqueras passando Joel para ocupar a segunda posição. Alonso e Furusato mantiveram a tendência, o que colocou o australiano na quinta colocação.
No fim da terceira volta, Alonso passou Piqueras para ser o segundo colocação, 0s1 atrás de Veijer. Kelso também reagia e, com uma ultrapassagem dupla, se colocou em terceiro.
Metros mais tarde, Alonso foi para cima de Veijer e tomou a ponta. Quase que de imediato, bandeiras foram exibidas ao longo da pista sinalizando a volta da chuva. Único vestido para esta ocasião, O’Shea era o último colocado.
Na ponta, Alonso passou a ser pressionado por Kelso, que conseguiu tomar a ponta em uma escapulida do colombiano na curva 3 na volta 5. Pouco depois, Furusato atacou e saltou para a liderança, com Alonso em terceiro, diante de Adrián Fernández, Veijer, Iván Ortolá, Piqueras e Kelso, que tinha dado uma erradinha.
Rodando na ponta, Furusato estabeleceu em 1min41s859 a melhor volta da corrida, abrindo mais de 0s4 de margem para Alonso. Pouco depois, Fernández passou Alonso e se instalou em segundo. Piqueras, Veijer, Ortolá e Kelso completavam o pelotão.
Quatro pilotos dividiram a freada, com a Alonso saltando para segundo mesmo após escapar da linha, diante de Ortolá, Piqueras e Adrián. Kelso caiu para nono.
Com cinco voltas para o fim, foi Alonso quem marcou a melhor volta da corrida: 1min41s603. Assim, cortou para pouco mais de 0s1 a vantagem de Furusato. Ortolá era o terceiro, um pouquinho mais distante, seguido por Piqueras e Veijer.
Sem muita demora, David passou o piloto do Team Asia e tomou a liderança, com Piqueras retomando a terceira posição. Ortolá atacou na 3, mas espalhou e levou o X de Ángel.
Quem vinha escalando o pelotão era Luca Lunetta. Além de baixar seguidamente o recorde da pista, o piloto da Sic58 Squadra Corse agora aparecia no quarto posto, tentando chegar em Ortolá, o terceiro.
Com três giros para o fim, Joel Esteban caiu, abandonando a disputa. O piloto da Aspar escapou de maiores lesões. Pouco depois, O’Shea entrou nos boxes e abandonou.
Vendo Alonso abrir, Ortolá passou Furusato para se instalar na segunda colocação. Lunetta, Veijer, Adrián Fernández, Piqueras e Kelso vinham a seguir.
Com dois giros para o fim, os dois pilotos da Leopard caíram na curva 8, com apenas o veterano conseguindo voltar. O lance chegou a ser revisado pelo Painel de Comissários da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), mas nenhuma medida foi adotada.
Na última volta, Ortolá conseguiu passar Alonso para tomar a liderança, de cara se afastando um pouco do colombiano. O troco, contudo, foi rápido, com o #80 voltando à primeira posição.
Nos metros finais, Ortolá escapou da pista e abriu caminho para Lunetta e Veijer, que ficaram como pódio. Furusato caiu na curva 12 e, pelo replay, foi possível ver que o tombo foi resultado de um contato de Collin.
Após a prova, Mike Webb justificou a classificação de Furusato em quinto por causa do tempo em que o piloto ou a moto cruzaram a linha de chegada.
Moto3 2024, GP da Tailândia, Chang, Resultado final:
1 | D ALONSO | CFMOTO Aspar Team | 20:29.345 | 12 voltas |
2 | L LUNETTA | SIC58 Honda | +0.353 | |
3 | C VEIJER | Husqvarna Intact GP | +0.522 | |
4 | I ORTOLÁ | MT Helmets Msi | +0.936 | |
5 | T FURUSATO | Honda Team Asia | +1.683 | |
6 | D MUÑOZ | BOE Motorsports | +2.492 | |
7 | J KELSO | BOE Motorsports | +2.806 | |
8 | S OGDEN | Mlav Racing | +5.022 | |
9 | S NEPA | MTA KTM | +7.641 | |
10 | T SUZUKI | Husqvarna Intact GP | +8.308 | |
11 | R YAMANAKA | MT Helmets Msi | +9.040 | |
12 | D HOLGADO | Red Bull GasGas Tech3 | +11.640 | |
13 | R ROSSI | CIP KTM | +11.697 | |
14 | F FARIOLI | SIC58 Honda | +14.989 | |
15 | J RUEDA | Red Bull KTM Ajo | +16.945 | |
16 | J ROULSTONE | Red Bull GasGas Tech3 | +17.090 | |
17 | T BUSARI | Honda Team Asia | +17.626 | |
18 | X ZURUTUZA | Red Bull KTM Ajo | +18.439 | |
19 | N CARRARO | MTA KTM | +19.191 | |
20 | D ALMANSA | Snipers Team Honda | +19.244 | |
21 | M BERTELLE | Snipers Team Honda | +19.667 | |
22 | A FERNÁNDEZ | Leopard Racing | +43.606 | |
23 | N DETTWILER | CIP KTM | +43.672 | |
24 | A PIQUERAS | Leopard Racing | Abandonou | |
25 | J ESTEBAN | CFMOTO Aspar Team | Abandonou | |
26 | E O’SHEA | Mlav Racing | Abandonou |