Direção de prova até encontra defesa, mas pilotos pedem atenção à segurança da Moto3

Jack Miller defendeu as punições aplicadas quando os pilotos excedem os limites da pista, mas concordou com Fabio Quartararo quando o francês apontou que a segurança das classes menores precisa ser melhor cuidada

A direção de prova da MotoGP está sob os holofotes. Na esteira de decisões polêmicas, o grupo passou a ter decisões questionadas e, na quinta-feira (17), recebeu uma chamada de Fabio Quartararo para cuidar melhor da segurança dos pilotos da Moto3.

No fim de semana em Barcelona, a direção de prova foi questionada pela maneira como atuou com o francês da Yamaha. Fabio fez as voltas finais sem protetor de peito e com o macacão aberto, mas não foi impedido de correr. Ao fim da prova, recebeu uma punição de 3s por ter cortado a chicane. Horas mais tarde, recebeu outros 3s por não ter usado os itens de segurança devidamente colocados e fechados como estabelece o regulamento da FIM (Federação Internacional de Motociclismo).

Fabio Quartararo cobrou atenção às classes menores (Foto: Divulgação/MotoGP)

FATOS E CURIOSIDADES
⇝ GP da Alemanha de MotoGP

Antes, na Itália, foi a situação de Miguel Oliveira e Joan Mir que chamou a atenção. Os dois receberam a bandeirada em segundo e terceiro, mas trocaram de posição após o português ser advertido por exceder os limites da pista. Em seguida, contudo, o piloto da Suzuki recebeu a mesma posição, o que reestabeleceu os postos originais conquistados na pista.

Falando à imprensa no primeiro dia de compromissos em Sachsenring, Quartararo reconheceu que, no momento, a direção de prova não conta com muita confiança na MotoGP.

“Parece que a confiança em relação à direção de prova está em um ponto muito baixo, mas, falando do que aconteceu comigo em Barcelona, mas também do caso de Mugello com Joan e Miguel”, disse Quartararo. “Para mim, esse tipo de punição é um pouco estranha. Você sair no verde por três centímetros e te tiram uma posição, mas você não ganha tempo, então, para mim, é exagerado”, opinou.

“E também o que aconteceu em Barcelona. Eu passei reto e fui sete décimos mais lento e me disseram que, se tivesse sido mais três décimos mais lento, não teria punição. Como posso calcular isso?”, questionou. “Para mim, isso começa a ser um exagero, pois não afeta a segurança e, na minha opinião, começa a tornar a corrida uma coisa séria demais. Mas não trabalho lá. Eles tomam as decisões. Mas, para mim, é um pouco demais”, frisou.

Também presente na coletiva de imprensa, Jack Miller foi o responsável por sair em defesa da direção de prova, traçou um paralelo com o futebol e explicou a regra para Fabio.

“Vou resumir assim: ninguém gosta do árbitro em uma partida de futebol, não? Mas o árbitro é necessário. A direção de prova é necessária”, observou. “Essa questão do 1s acontece há três anos. Taka [Nakagami] teve de fazer uma volta longa. É a regra. Se tivesse grama sintética ou brita na chicane, você perderia mais de 1s. Se tivesse brita, você não iria tão fora. No fim, isso deixa o muro mais próximo. Se você vier a uma reunião da Comissão de Segurança, vai entender o que estamos discutindo. É por isso que pressionamos na Comissão de Segurança por essas regras, pois, no fim, vamos mais e mais rápidos, passando mais e mais largos, e a pista fica mais e mais insegura”, frisou.

Jack Miller saiu em defesa da direção de prova pela regra dos limites de pista (Foto: Divulgação/MotoGP)

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“É a mesma coisa com as chicanes. Antes, tinha brita e ninguém passava. Quando veio o asfalto, as pessoas começaram a passar por ali três ou quatro vezes na corrida. No fim da corrida, eles ganham uma vantagem, então, as regras são as regras”, explicou. “É claro que ninguém gosta do árbitro. Com certeza, eles podem fazer algumas coisas melhores, como todos nós podemos, mas alguém precisa estar lá e ser o vilão. É simples assim”, acrescentou.

Quartararo, então, pediu a palavra mais uma vez e alertou que é preciso olhar mais para as categorias menores. O fim do GP da Catalunha da classe menor foi alvo de muitas críticas por conta do nível de agressividade dos pilotos.

“Só uma coisa. Nós falamos sobre a MotoGP, mas olhando para as últimas voltas da Moto3, acho que temos mais razão para falar sobre a segurança da Moto3 do que da MotoGP”, falou, recebendo o apoio imediato de Miller. “Concordo”, disse o australiano.

“Pois é uma estupidez ver todo mundo cortando [o rival] nas últimas duas voltas, que foi o que aconteceu na semana passada. Nós falamos de detalhes. Ok, a regra de 1s é uma regra, mas, para mim, ganhando tempo ou não, é ok. Mas nós perdemos um cara há três semanas [Jason Dupasquier], então precisam focar um pouco mais nas classes menores”, defendeu Fabio.

A largada do GP da Alemanha, oitava etapa da temporada 2021, está marcada para as 9h (de Brasília). Acompanhe a cobertura do GRANDE PRÊMIO sobre o Mundial de Motovelocidade.

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