Ducati cresce em território inimigo e tenta aguar champanhe de Quartararo na França

Vindo de duas poles em Le Mans, o piloto da Yamaha chegou a sonhar com uma trinca, mas viu Francesco Bagnaia, Jack Miller e Aleix Espargaró atrapalharem a festa e terá de se conformar em abrir a segunda fila

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Pode até ter demorado, mas a GP22 está para jogo na temporada 2022 da MotoGP. Depois de muito ser ofuscada não só pela concorrência, mas também pela antecessora, a moto deste ano da Ducati enfim se permitiu se domada, e Francesco Bagnaia e Jack Miller aproveitaram o GP da França para marcar o primeiro 1-2 do time de fábrica na temporada.

Neste sábado (14), Pecco cravou 1min30s450 na melhor de nove voltas no Q2 em Le Mans e assegurou a pole ― e um novo recorde para a pista ― com 0s069 de vantagem para o companheiro de equipe. O intruso na primeira fila foi Aleix Espargaró, que garantiu o quarto top-3 no ano ― o terceiro seguido.

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Francesco Bagnaia estabeleceu um novo recorde para a pista da França (Foto: Ducati)

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“Durante o TL4, fizemos algo com o acerto que não gostei nada, custava muito parar a moto. Mas na classificação fizemos o contrário e tudo foi perfeito”, contou Pecco. “Estou muito contente, pois depois do Tl4 estava bastante preocupado, pois não me via tão bem com o pneu. Não conseguia parar e estava um pouco irritado. Mas depois, na classificação, fizemos um pequeno detalhe no acerto que me ajudou muito”, relatou.

“Fizemos duas coisas em uma: a pole ― e estou muito contente por isso ―, mas estou mais contente ainda porque encontramos uma solução por ter sido mais rápido. E, de verdade, estou muito contente. Estou muito feliz por largar em primeiro aqui”, frisou.

Vindo de pole também no GP da Espanha, Bagnaia apontou que a volta deste sábado “não foi tão perfeita como a de Jerez” e considerou que tem que “melhorar no primeiro setor, onde falta algo”.

“A curva 3 tem pouco grip e não me encontro muito bem. Mas melhoramos muito durante o fim de semana, sessão a sessão, e acho que vamos melhorar mais ainda”, previu. “Este acerto me ajudou muito e me ajudará muito amanhã com os pneus usados, mais do que com o pneu novo”, apontou.

Apesar de ter superado Fabio na classificação, Pecco vê o francês com o melhor ritmo de corrida e, por isso, favorito para domingo.

Jack Miller destacou a melhora da GP22 (Foto: Ducati)

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“Fabio, seguramente, tem o melhor ritmo, no momento. Mas, como eu disse, melhoramos muito o feeling agora na classificação”, ponderou. “Se Fabio antes era muito mais rápido, podemos dizer que estamos cada vez mais próximos dele”, alertou.

Bem próximo de Bagnaia em Le Mans, Miller avaliou que o bom clima também tem sido um auxílio importante para todos os pilotos.

“A verdade é que estive muito próximo, os tempos de volta são insanos neste circuito, mas tenho que dizer que este bom tempo está ajudando todos nós”, assumiu Jack. “Estou muito contente com o trabalho de hoje, exceto a queda no TL4. Se falamos de ritmo de corrida, tenho um bom ritmo, mas o importante é evitar quedas. Perdi um pouco de confiança, mas estou muito contente por Pecco, por mim, por esta dobradinha, que é muito boa para a equipe. É fantástico estar aqui de volta”, comemorou.

Ainda, o australiano reconheceu que contou com a ajuda de Jack para conquistar a segunda colocação no grid.

“Pecco tinha um ritmo especial na classificação e hoje pude aceitar a ajuda dele. Sabia que o ritmo dele era melhor que o meu e eu precisava de algo mais”, assumiu. “É espetacular ver uma volta assim de trás. O trabalho em equipe nos permitiu conquistar o resultado de hoje e esperamos fazer isso também amanhã”, torceu.

“É bonito voltar a ouvir o quanto a Ducati é considerada depois de um início em que nos perguntavam quais eram o problemas e quando voltaríamos a lutar pelas vitórias. Avisamos que a Ducati 2022 chegaria e ela está melhorando corrida a corrida. Veremos como será a corrida de amanhã, mas, definitivamente, vamos tentar brilhar”, assegurou.

Aleix Espargaró segue voando com a Aprilia (Foto: Aprilia)

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Último elemento da primeira fila, Aleix Espargaró considerou que não poderia ter esperado nada mais, já que vem dizendo ao longo do fim de semana que não se dá bem com pistas stop & go como Le Mans.

“Eu, honestamente, não poderia esperar mais. Do meu ponto de vista, as últimas duas voltas foram perfeitas”, avaliou. “Estou perdendo um pouco no último setor da pista, que é o que eu menos gosto, mas, em relação a todo o resto, fizemos um trabalho incrível. Devo agradecer o time, pois ao longo destes dois dias, eles modificaram a RS-GP para me colocar nas melhores condições e, com a queda no TL4, dei a eles um pouco de trabalho extra”, reconheceu.

“Para amanhã, obviamente estou torcendo por uma corrida no seco, mas Le Mans é sempre imprevisível, então vamos dar tudo de nós em qualquer circunstância”, garantiu.

Só 0s238 mais lento do que tempo da pole, Fabio Quartararo terá de se contentar com a quarta colocação no grid. Nos últimos dois anos, o campeão vigente saiu na pole em Le Mans.

“Eu estava decepcionado, mas, minutos depois, fiquei feliz”, contou Fabio. “A Ducati é capaz de fazer uma coisa realmente louca. E os pilotos oficiais dela, não só a Ducati”, elogiou.

“Assim, estou bastante contente, pois acho que 1min30s6 com a nossa moto significa sentir-me no limite, não tenho mais nada, e, em comparação com as outras Yamaha, a diferença é bastante grande”, opinou. “Então também é uma referência para mim de que estamos fazendo um bom trabalho”, comentou.

Fabio Quartararo ficou fora da primeira fila em casa (Foto: Yamaha)

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Na etapa passada, em Jerez, Quartararo perseguiu Bagnaia por toda a corrida, mas teve problemas para evitar o superaquecimento do pneu dianteiro e, por isso, não conseguiu lançar um ataque. Desta vez, porém, ‘El Diablo’ não espera problemas semelhantes.

“Em Jerez, estava sozinho com o duro e já estava no limite. Aqui, teremos o macio e o pneu dianteiro não superaquece e nem funciona com uma alta pressão”, indicou. “Então não estou preocupado. Claro, não tenho muitas oportunidades de ultrapassagem, pois a Ducati na zona de aceleração está sempre brincando [com a gente]”, reconheceu.

Mesmo ciente da dificuldade de superar as Ducati, Fabio ressaltou que a corrida é longa e tudo pode acontecer.

“27 voltas são muito tempo e sempre existe a oportunidade de atacar”, encerrou.

A previsão do tempo, entretanto, não é das mais amigáveis. Depois de dois dias de sol, os meteorologistas apontam para uma virada no tempo, com tempestades isoladas com raios e trovões e a temperatura variando entre 14 e 28°C.

Era só o que faltava para movimentar ainda mais esta sétima etapa da temporada.

A largada do GP da França de MotoGP, em Le Mans, sétima etapa da temporada, acontece no domingo, às 9h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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