Ducati e Yamaha mostram força no Catar. Aprilia chama atenção com Aleix Espargaró

Enquanto Ducati e Yamaha confirmaram o que mostraram na pré-temporada, a Aprilia voltou a chamar a atenção, já que Aleix Espargaró conseguiu facilmente rodar entre os ponteiros

As voltas virtuais no novo autódromo da Hungria (Vídeo: Dromo design)

16 pilotos separados por 0s984: foi assim que a MotoGP abriu a temporada 2021 nesta sexta-feira (26) no Catar. Em um circuito com uma reta de mais de 1 km, é claro que a Ducati cumpriu a expectativa e saiu na frente, com Jack Miller e Francesco Bagnaia formando um 1-2 no topo da folha de tempos.

Apesar de a Yamaha ter o melhor histórico no Catar, o traçado é o melhor para a Ducati, que já venceu cinco vezes por lá: três com Casey Stoner ― 2007, 2008 e 2009 ― e duas com Andrea Dovizioso ― 2018 e 2019.

Líder dos trabalhos, Miller exaltou a proximidade entre os pilotos e se disse até um pouco assustado.

Jack Miller fechou o dia no comando da MotoGP (Foto: Divulgação/MotoGP)

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“Estamos incrivelmente próximos, o que não é normal para o TL2”, comentou Miller, “Mesmo na classificação, estamos todos muito próximos, por exemplo, Zarco, que é o quarto, mas não está nem a 0s2 de mim. Tenho de admitir que estou um pouco assustado com a classificação, porque muitos serão rápidos”, comentou.

Na visão do australiano, Franco Morbidelli, que fechou o dia em sétimo, é o piloto mais forte no traçado de Losail neste começo de temporada.

“Morbidelli é muito rápido. Fez o melhor tempo dele no TL1 sem trocar os pneus. Na minha opinião, ele é o homem a ser batido”, avaliou. “Bagnaia também é muito forte. Eu estava nos boxes quando ele fez a volta mais rápida e vi pelos monitores. Foi impressionante”, elogiou.

Cinco das seis fábricas colocaram motos no top-10. Só que não foi a casa de Bolonha que marcou a maior presença na lista dos dez mais rápidos. Enquanto a Ducati ficou com três motos entre os mais rápidos ― Miller, Bagnaia e Johann Zarco (4º) ―, a Yamaha colocou 100% das YZR-M1 no top-10: Fabio Quartararo foi terceiro, Maverick Viñales ficou em sexto, Franco Morbidelli aparece em sétimo e Valentino Rossi foi em nono.

Melhor a bordo da YZR-M1, Quartararo saiu satisfeito do primeiro dia do ano, mas acredita que ainda pode melhorar, pois cometeu alguns erros nesta sexta.

Fabio Quartararo foi o melhor entre as Yamaha (Foto: Yamaha)

“Estou muito feliz em enfim dar as primeiras voltas da temporada 2021”, comemorou Fabio. “Não usamos a melhor opção de pneus no TL1 porque precisávamos salvar os macios para mais tarde, para o momento certo. Tentamos algo na primeira ida à pista no TL2 que eu não curti, mas é bom testar mesmo assim. Agora sabemos”, ponderou.

“Também foi bom tentar melhorar a marca no final. Foi duro, porque nossos adversários são rápidos, mas estou feliz que dei duas ótimas voltas. Houve alguns erros, posso melhorar, mas no geral foi um bom dia”, insistiu.

Isso, porém, não foi bem uma surpresa. O que mais chamou atenção foi mesmo a atuação da Aprilia. Já na pré-temporada a RS-GP tinha mostrado um salto importante, mas chamou a atenção o fato de Aleix Espargaró ter até mesmo liderado o segundo treino e fechado o dia com só 0s340 de atraso para Miller.

O dia da casa de Noale, porém, começou no mínimo curioso. O site britânico The Race noticiou um plano da Aprilia para substituir Lorenzo Savadori por Andrea Dovizioso ainda neste ano, mas, ao negar o boato, Massimo Rivola, o chefe, lamentou.

“Não, não há nenhuma verdade nisso. Infelizmente”, disse Rivola em entrevista à Simon Crafar na transmissão internacional do Mundial de Motovelocidade.

Aleix Espargaró foi um dos destaques do dia (Foto: Aprilia)

Fora da MotoGP após romper com a Ducati, Dovizioso vai testar a RS-GP no mês que vem.

Enquanto espera com alegria pelo teste de Andrea, Aleix tira proveito sozinho da melhora da moto italiana.

“Começamos o dia com um excelente segundo lugar. Também fomos bem no TL2. Acho que fui o único a fazer quatro voltas seguidas em 1min53s”, comentou. “É uma pena que final tenhamos encontrado tráfego com [Takaaki] Nakagami e [Jorge] Martín, poderíamos ter ficado bem mais na frente”, continuou.

“Quero aproveitar esta oportunidade para lutar na frente. É claro que depois da classificação veremos como planejar a corrida. Temos de descobrir como a moto se comporta em competição”, frisou.

Suzuki e Honda colocaram uma moto cada no top-10 do Catar: Álex Rins ficou com o quinto posto, com Pol Espargaró aparecendo em décimo, apesar de ter sofrido duas quedas nesta sexta, uma em cada sessão.

Campeão vigente, Joan Mir ficou apenas na 11ª colocação, o que pode significar uma passagem pelo Q1 da classificação, já que é um pouco improvável que os pilotos consigam melhorar na parte da tarde os tempos desta noite.

“Estou muito irritado com o dia de hoje”, admitiu. “Vai ser muito difícil melhorar o tempo no TL3, pois as temperaturas são muito altas, mas, se tiver de passar pelo Q1, tudo bem, não tem problema. Às vezes, largamos muito atrás e acabamos no pódio. Isso me tranquiliza, assim como o ritmo, já que não sou lento e sou um dos melhores. Faltou coisa pouca para melhorar um pouco mais e estar melhor. Não deu para fazer uma volta redonda, porque estou tendo problemas, mas temos velocidade”, assegurou.

Pol Espargaró sofreu duas quedas no Catar, mas fechou o dia satisfeito (Foto: Repsol)

Ainda sem Marc Márquez, que não vai correr nenhuma das duas etapas no Catar, a Honda foi liderada por Pol Espargaró. O novo piloto da marca da asa dourada caiu duas vezes, mas saiu satisfeito, especialmente por ter conseguido ser tão rápido quanto nos testes da pré-temporada.

“Estou feliz hoje, pois após uma semana de intervalo, fui capaz de ser tão rápido quanto no teste, e os caras do topo não conseguiram isso”, começou Pol. “Fiquei a 0s5 do primeiro e teria ficado mais próximo se pudesse ter completado minha volta. Isso significa que estou me aproximando, mas para alcançar esses tempos você precisa andar mais perto do limite ― algo que encontrei duas vezes hoje, não é o ideal, mas às vezes você precisa cair”, indicou.

“É melhor cair agora do que na classificação ou na corrida. Amanhã pela manhã vai ser difícil melhorar as marcas, então estar provisoriamente no Q2 é uma boa, mas precisamos forçar pela manhã para garantir. Um primeiro dia positivo”, acrescentou.

A única decepção, contudo, foi a KTM, que já nos testes de pré-temporada tinha mostrado dificuldades de performance com a RC16 no Catar. O melhor desempenho veio de Brad Binder, que foi 16º. Miguel Oliveira fechou o dia em 19º, seguido por Danilo Petrucci e Iker Lecuona.

Apesar de a performance não ter sido lá uma maravilha, é bom lembrar que a KTM nunca se deu muito bem com o traçado catari. Até aqui, o melhor resultado da fábrica de Mattighofen em Losail é um 12º lugar de Pol Espargaró em 2019.

Estreando pela Tech3, Danilo Petrucci reconheceu que a KTM está longe de onde gostaria no traçado do Catar, mas falou em usar o TL3 para melhorar a RC16.

“Com certeza não estamos no lugar em que queremos estar”, reconheceu Danilo. “Estamos melhorando a moto pouco a pouco, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Estou um pouco chateado, porque perdi tempo nas duas últimas curvas. Ao mesmo tempo, estamos tentando recuperar o tempo perdido durante os testes aqui, o que não é fácil de fazer durante um final de semana de corrida”, explicou.

“Talvez durante o TL3 consigamos ajustar mais a moto. Obviamente, estamos só no começo. Trabalhamos muito, queremos melhorar. No geral, não estou satisfeito com o dia, mas já estou focado no dia de amanhã”, avisou.

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