Ducati pinta Sepang de vermelho, mas teste aponta reação da Yamaha e mostra MotoGP competitiva

A Ducati pintou o traçado da Malásia de vermelho ao completar a primeira bateria de testes da pré-temporada 2019 no comando do top-4 da MotoGP. Com a marca recorde de 1min58s239, Danilo Petrucci volta à Itália na liderança, 0s063 à frente de um surpreendente Francesco Bagnaia, o segundo colocado. Mas, apesar do domínio de Borgo Panigale, as atividades malaias estão longe de indicar um show de um ‘homem só’

A primeira bateria de testes coletivos da pré-temporada da MotoGP chegou ao fim nesta sexta-feira (8) com domínio vermelho. Com direito a volta recorde ― superando uma marca estabelecida por Jorge Lorenzo no ano passado em 1min58s830 ―, Danilo Petrucci liderou uma quadra do time de Bolonha, com Francesco Bagnaia, Jack Miller e Andrea Dovizioso completando um top-4 separado por apenas 0s172.
 
Neste primeiro encontro da MotoGP em 2019, as fábricas colocaram em teste as evoluções em que trabalharam após as avaliações realizadas em Valência e Jerez de la Frontera, ainda no ano passado. Muito do que foi testado, como era de se esperar, só será efetivamente comprovado em corrida, mas o clima geral entre as equipes foi de otimismo.
 
Líder da Malásia, a Ducati, claro, sai do primeiro teste do ano cheia de otimismo, mas, ao mesmo tempo, ciente de que precisa estar atenta à evolução das fábricas rivais.
Danilo Petrucci ditou o ritmo no primeiro teste coletivo da MotoGP em 2019 (Foto: Divulgação/MotoGP)
Dominante ao longo de todo o dia, Petrucci saiu da pista bastante satisfeito, especialmente por ter conseguido cravar a melhor marca da atividade em uma única tentativa.
 
“Hoje começamos com o pé direito: estava planejado para eu tentar dois ‘momentos de ataque’, mas uma tentativa, com pneu traseiro médio, foi suficiente”, contou Petrucci. “Quando vi o tempo de volta na tela, fiquei muito feliz”, contou. 
 
“Depois, voltamos o nosso trabalho a alguns novos itens. Infelizmente, entretanto, eu caí enquanto testava o novo chassi por volta do meio dia”, lamentou. “Levando em conta que também estava tendo alguns problemas com algumas bolhas nas minhas mãos, decidimos parar um pouco o planejamento para recuperar e ter certeza de que estaremos no nosso melhor no Catar. No geral, foi um teste bastante positivo”, completou.
 
Companheiro do italiano, Dovizioso exaltou os bons tempos de volta e o trabalho feito ao longo da semana, mas ainda espera mais da Ducati.
 
“Sim, os tempos de volta estavam bastante rápidos. Foi um bom sentimento ver esse número”, comentou Andrea. “Fico feliz em ver tantas Ducati na frente, isso é uma confirmação importante, e estou feliz com o tempo de volta que fiz, em como fomos hoje, pois hoje fizemos um bom trabalho, tentamos tudo o que queríamos”, frisou. 
 
“Feliz com os três dias, é sempre difícil andar tanto com essas condições, neste traçado. Mas estou feliz, vou para casa bastante feliz”, ressaltou. “Não é o suficiente, também vimos um bom ritmo de Maverick hoje, a pista estava um pouco melhor, então não pudemos fazer uma comparação. Mas, de qualquer maneira, estou feliz em com o que tentamos, com o feeling da moto”, declarou. 
 
Por fim, Andrea considerou que é difícil melhorar uma moto que já tem uma boa base, mas disse esperar novidades da fábrica de Bolonha
 
“É difícil melhorar a moto quando a base é boa. No passado, tínhamos muitas coisas para melhorar, então foi um trabalho muito, muito duro, mas foi mais fácil de melhorar a moto. Então, agora é um pouco mais difícil, pois nossa base é boa”, ponderou. “Mas melhoramos algumas coisas, estou feliz. Feliz com isso, mas os engenheiros estão trabalhando muito, então acredito que teremos mais alguma coisa”, contou.
 
A Yamaha, aliás, foi um dos focos para este teste, especialmente por conta dos problemas enfrentados pelo time nipônico. Apesar de muitas coisas ainda precisarem ser confirmadas em corrida, a YZR-M1 deu bons passos, e Valentino Rossi e Maverick Viñales parecem concordar com a direção seguida pelos engenheiros.
 
Quinto na tabela, o #12 explicou que perdeu o momento ideal para buscar tempo, mas se mostrou confiante no potencial do protótipo.
 
“Na verdade, perdi o ‘momento de ataque’ nesta manhã e que planejei fazer à tarde, mas estava tão quente que o pneu estava escorregando muito, então não pude melhorar meu tempo de volta esta manhã”, explicou Maverick. “Mas, de qualquer maneira, estou muito feliz, pois na simulação de corrida eu me senti muito bem. Estava realmente cansado, mas me senti muito bem na moto”, insistiu. 
 
Neste teste, a Yamaha levou apenas um motor para trabalhar, mas a peça agradou o espanhol. 
Yamaha deu sinais de reação em Sepang (Foto: Yamaha)
“Aqui só tínhamos um, então concentrei muito em tentar e melhorar o lado da aceleração e fizemos isso, então é importante”, frisou. “Dia após dia a moto está trabalhando bastante similar, não como no último ano, que era boa e então ruim”, relatou.
 
Nesta sexta, a casa de Iwata também introduziu um novo chassi, mas Viñales ainda não tirou conclusões definitivas.
 
“Você sempre tem o positivo e o negativo. Agora precisamos chegar a uma conclusão se podemos levá-lo ao Catar”, ponderou.
 
Décimo na classificação, Rossi citou a melhora na M1, mas indicou que algumas coisas não forneceram a evolução esperada, o que significa que a Yamaha precisa manter o empenho dos últimos meses.
 
“Estou meio feliz, pois trabalhamos bem e melhoramos nossa performance. Outras coisas que esperávamos bastante, infelizmente não nos deram o que precisávamos. Então, para mim, é bom, pois no primeiro teste melhoramos algumas coisas, mas temos muito trabalho a ser feito, pois a diferença é bastante grande”, comentou. “Mas estou feliz com a atmosfera nos boxes, pois parece que a Yamaha está bastante concentrada em melhorias e isso é importante”, relatou. 
 
“Na hora do ataque, a Ducati foi impressionante, e também não tivemos Márquez por causa do problema em seu ombro. Na volta rápida sofremos um pouco. Em relação ao ritmo, parece que estamos um pouco mais próximos, mas fico um pouco preocupado, pois se tivéssemos uma corrida amanhã, sofreríamos, pois ainda temos coisas a melhorar”, alertou. “Agora, o Catar é em dez dias e acredito que devemos ter algo novo. Mas é outra pista, outra temperatura, seria interessante entender”, completou.
 
Marc Márquez, aliás, acabou surpreendido com sua reação física nesta sexta-feira, já que esperava ter mais dificuldades.
 
“O terceiro dia foi muito positivo, especialmente com minha condição física ― estou me sentindo muito melhor. Ontem, estava um pouco preocupado com minha pilotagem hoje, mas acordei e me senti melhor”, explicou. “Fomos capazes de testar muitas coisas para a Honda hoje e me senti muito bem na moto, confortável e consistente”, seguiu. 
 
“Tudo que planejamos para este teste, fizemos. Claro que eu gostaria de ter andado mais, mas tivemos que pegar um pouco leve, minha condição ainda não está 100%. Sofri nos três dias, sobretudo no primeiro e segundo”, reconheceu. “Mesmo assim, estou feliz, pois estava pilotando bem, não meu estilo, mas fui capaz de pilotar mais. Não caí e testei as coisas mais importantes para a equipe, estou feliz por isso. Sobre o motor, ainda nos resta um teste. Acredito que o caminho a seguir nesse sentido está claro, mas tenho que ir com cuidado, pois as condições que encontramos aqui não temos todo o ano”, ressalvou.
 
Destaque em 2018, a Suzuki também se mostrou bem ao longo do teste, ainda que tenha sido mais discreta nesta sexta-feira. No resultado combinado, porém, Álex Rins ficou com o 12º tempo, 0s941 mais lento que Petrucci.
 
“Acredito que hoje foi um dia positivo, as duas últimas saídas foram boas. Tentamos muitas coisas, muitas coisas positivas. Acho que desenvolvemos um pouco mais da moto”, opinou. “Mas, com certeza, vamos continuar o trabalho, vamos tentar novas coisas no Catar, pois aqui não tivemos tempo. Mas de qualquer maneira, acredito que vai ser um campeonato interessante, muitos pilotos na frente, o nível está muito alto. Vamos ver o que acontece”, avaliou. 
 
“Os engenheiros precisam analisar os dados que eles têm desses três dias. Dei muitas voltas, o que acho que é uma boa coisa. Acredito que eles precisam analisar e se eles conseguirem algo novo para o Catar, ficaria bastante feliz”, comentou. 
 
Questionado se a performance da Ducati é uma fonte de preocupação, Rins respondeu: “Não. As Ducati, em uma volta, sempre foram muito rápidas. Mas vamos ver o que acontece, talvez eu esteja errado”.

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