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MotoGP

Escaldante Brno traz Honda veloz, ameaça da Ducati e Yamaha tentando entender pneus

A MotoGP voltou com tudo das férias de verão. Dani Pedrosa mostrou que a Honda segue forte e competitiva, mas agora também vai ter que lidar com um forte e mordido Andrea Dovizioso. E tudo, com o forte calor da Tchéquia

 

A MotoGP voltou das férias pegando fogo – quase literalmente. Nesta sexta-feira (3), a classe rainha do Mundial de Motovelocidade realizou, em uma quente Tchéquia, os primeiros treinos do final de semana, com Dani Pedrosa terminando o dia como o mais veloz do pelotão e colocando a Honda na ponta, reforçando a força da esquadra japonesa.
 

Mas algo que também chamou bastante a atenção em Brno foram as altas temperaturas. Com o sol sempre brilhando forte e céu limpo e sem nuvens, o calor se fez muito presente no circuito Masaryk, com o asfalto chegando a marcar incríveis 50ºC durante as atividades das três classes.
 
O #26 reconheceu que, quando as temperaturas são mais altas, isso pode acabar ajudando na hora da corrida, mas preferiu não mostrar tanta confiança.  “Com certeza é mais fácil com mais calor e não tendo que perder tanto tempo em esquentar os pneus. Não sabia decidir se isso é um fator determinante, acredito que é uma combinação de tudo”, explicou.
Dani Pedrosa (Foto: Repsol)
Outro aspecto que vai ser bastante importante na Tchéquia são as escolhas de pneus. O espanhol afirmou que aproveitou para testar tanto o macio quanto o composto mais duro, e que se sentiu bem com as duas borrachas. E o macio deve prevalecer na classificação, uma vez que foi esse composto que Pedrosa alcançou o melhor tempo da sexta-feira e ninguém andou perto de 1min55s976. Mas, para a prova, a dinâmica tende a ser bem diferente, especialmente por conta do calor excessivo. 
 
“Hoje trabalhamos bem, sobretudo no segundo treino, com bom ritmo e com pneus mais duros. Com os macios também mostramos bom ritmo, sempre sofremos um pouco com eles, então isso é positivo. Mas devemos manter nossos pés no chão para amanhã, tentar manter este ritmo para a classificação”, completou.
 
Quem também ressaltou a importância dos pneus foi Marc Márquez. O atual líder da temporada disse que a Honda mostrou grande ritmo com o macio e o duro, o que foi essencial para começar a pensar na prova. O #93 só figurou na frente no primeiro treino e no início do segundo. Depois, passou a se dedicar ao desempenho de prova, que é onde está a sua força. “Estamos trabalhando bem, mas amanhã veremos mais onde estamos”, disse.
 
“Trabalhamos para a corrida, na minha última saída acabei calçando pneus usados, foi quando fiz minha melhor volta com um ritmo muito bom. Foi bastante importante testar os pneus, como vamos fazendo nas sextas”, continuou.
 
Márquez ainda disse que Andrea Dovizioso, que terminou o dia com a quinta melhor marca dos treinos combinados, é um dos nomes mais fortes na Tchéquia e que é preciso ficar de olho no italiano. “Acredito que o grande nome é Andrea Dovizioso, apesar de que Dani também está muito forte”, apontou.
 
“Acho que tem um grande ritmo e está um passo adiante. Atrás dele estão vários pilotos, temos que melhorar para estar o mais próximo possível dele”, completou o espanhol.
Marc Márquez (Foto: Repsol)
Embora tenha uma única vitória na temporada – na primeira corrida, ainda no Catar -, o #4 é um adversário sempre muito difícil e vem 'mordido' pelo clima quente dentro da própria Ducati, então quer, acima de tudo, provar que é o cara de Borgo Panigale. Até por isso, o piloto mostrou confiança com o desempenho que mostrou nos primeiros treinos, apesar de não ter entregado muito as cartas. “Começamos muito bem, eu esperava que fôssemos competitivos, mostramos ter boa velocidade e isso permite que consiga trabalhar para a corrida”, explicou.
 
“Treinamos bem com os pneus e foi difícil decidir se usávamos os duros ou macios para marcar os tempos. Mas era importante ter primeiro o feedback sobre os mais duros, pois ainda não havíamos testado e mostrou ser a escolha certa, fomos rápidos com ela. No entanto, nem Márquez e nem eu usamos as borrachas macias, então não sei como ele pode se sair. Algo que vai ser importante para a corrida é o consumo dos pneus”, continuou.
 
“Hoje fomos muito rápidos, mas é apenas sexta-feira e muitas coisas podem mudar. Estamos entre os mais velozes, mas as coisas ainda não estão claras para todos, pois não sabemos como está a Yamaha e, especialmente, a Yamaha”, completou.
 
A Ducati também aproveitou a sexta-feira para testar a nova peça aerodinâmica de sua carenagem. Danilo Petrucci apresentou uma asa em sua moto – tudo dentro do regulamento técnico da categoria. Nas palavras do competidor, “existem pontos positivos e não tem ponto negativo, o que é bom para nós”.
Danilo Petrucci (Foto: Michelin)

Em um dia em que as satélites apareceram bem colocadas – Johann Zarco liderou o TL1, por exemplo -, a Yamaha de fábrica precisou trabalhar mais e ficou um pouco aquém do que se esperava, principal depois do que apresentou na parte final do primeiro semestre. A verdade é que a M1 sofre mais no calor, e isso ficou claro nos tempos de volta de Maverick Viñales (sexto) e Valentino Rossi (sétimo). A falta de aderência também é algo que a equipe vai ter de lidar neste fim de semana. 

"Hoje as condições foram muito difíceis porque estava muito quente, então fisicamente também é muito exigente e é difícil com os pneus. Ainda está complicado de perceber em que nível estamos. Muitos pilotos tentaram diferentes opções de pneus. Eu tentei o macio e o médio, mas não o duro, que não parece tão ruim porque o desgaste, especialmente, no pneu traseiro é grande aqui. Depois de algumas voltas, a traseira perde um pouco, então temos de trabalhar um pouco nisso e ver qual será o nosso ritmo amanhã", explicou Rossi.