Ex-Ferrari, diretor-executivo da Aprilia vê MotoGP “muito mais focada no piloto”: “Na F1 nós ouvimos mais o carro”

Em entrevista ao site britânico ‘Crash.net’, Massimo Rivola traçou um paralelo entre F1 e MotoGP e considerou que no Mundial de Motovelocidade o piloto é mais ouvido. Dirigente avaliou que alguns procedimentos dos tempos de Ferrari podem ser incorporados ao trabalho na Aprilia

Depois de 21 temporadas na F1, Massimo Rivola começa a se habituar ao ambiente da MotoGP. Mesmo em fase de adaptação, o novo diretor-executivo da Aprilia já sabe dizer onde residem as maiores diferenças entre as categorias: na importância dada ao feedback do piloto.
 
Em entrevista ao site britânico ‘Crash.net’, Rivola avaliou que as duas categorias têm abordagens diferentes, mas considerou que é possível trazer alguns procedimentos da F1 para a equipe de Noale. 
 
“A abordagem que temos aqui é, eu diria, muito mais focada no piloto. Na F1, nós temos uma abordagem muito mais focada no carro”, apontou Rivola. “Então acho que isso, para o piloto, ele tem um impacto muito maior na performance do que um piloto de carro”, ponderou. 
Massimo Rivola (centro) é o novo diretor-executivo da Aprilia (Foto: Aprilia)
“Acho que se você pensar que o piloto [de carro] está sentado, o impacto do corpo dele é mínimo. Na moto, isso é maior. Até mesmo a forma como ele fica na moto e se move na moto”, indicou. “Então, com certeza, tem algo no meio do caminho que pode nos ajudar. Isso significa muita análise da moto, muitos procedimentos de como mover a informação. Como testar a informação, como cruzar as informações”, seguiu.
 
Com passagens por Minardi e Toro Rosso, Rivola passou sete anos como diretor-esportivo da Ferrari e, nos últimos três, comandou a Academia de Pilotos da escuderia. Com uma ampla experiência no Mundial da FIA, Massimo vê a velocidade de trabalho como um diferencial, mas entende que as maiores equipes da MotoGP trabalham no mesmo ritmo da F1.
 
“Obviamente, na F1 nós tínhamos rádio em tempo real, então coisas que aceleravam o processo de performance. Aqui, nós não temos isso, mas isso não significa que não podemos baixar os dados assim que a moto volta. Acho que é outra pequena mudança de cultura que podemos fazer internamente para nós”, explicou. “Também acho que as equipes top da MotoGP já trabalham assim. Mas isso significa que você tem de ter mais engenheiros de moto ou de performance ou mais conexão com as pessoas na sede”, apontou.
 
Questionado, então, se a prioridade é baixar e analisar os dados mais rapidamente, Massimo explicou: “Não é só isso, mas também sobre como usar a informação”. 
 
“É uma coisa cultural, realmente. Nós ouvimos muito o piloto aqui. Nós dizemos que na F1 nós ouvimos mais o carro, se é que você entende o que eu estou dizendo”, concluiu.

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