Ex-Honda diz que Marc Márquez foi longe demais com volta precoce, “pois permitiram”

Livio Suppo torceu para que o espanhol recupere totalmente a forma para voltar a competir, mas apontou que o piloto deveria ter sido protegido e impedido de tentar correr apenas dias após operar o braço fraturado

Livio Suppo criticou o fato de Marc Márquez ter sido autorizado a participar do GP da Andaluzia apenas dias após operar o braço fraturado. O ex-chefe da Honda considerou que o hexacampeão da MotoGP deveria ter sido preservado e culpou os médicos pela liberação precoce.

O mais velho dos Márquez fraturou o braço direito em uma queda já no fim do GP da Espanha, abertura da temporada. Operado pelo Dr. Xavier Mir, Marc começou a fazer exercícios ainda no hospital e acabou aprovado no teste físico exigido para voltar às pistas.

Seis dias após a fratura, Márquez voltou à pista de Jerez de la Frontera, completou o terceiro treino livre em Andaluzia, mas acabou abandonando a etapa logo no início do Q1, ao notar que não tinha condições de segurar a RC213V.

Livio Suppo deixou o comando da Honda no fim da temporada 2017 (Foto: Repsol)

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O irmão de Álex, então, seguiu fazendo exercícios físicos, com carga, na expectativa de voltar em Brno, terceira etapa do campeonato, mas acabou danificando a placa de titânio introduzida na cirurgia original, o que o levou de volta à mesa de operação.

Apesar da segunda intervenção, Marc não conseguiu voltar para a MotoGP. Como o osso não consolidava como deveria, o piloto foi submetido a uma terceira cirurgia em dezembro passado, desta vez com um médico diferente. O espanhol da moto #93 precisou ser submetido a um enxerto ósseo e os médicos encontraram uma infecção no osso que segue sendo tratada com antibióticos.

Há poucos dias, Márquez voltou aos exercícios, mas com carga apenas no braço esquerdo. Ainda não se sabe se o piloto principal da Honda poderá voltar às pistas já na pré-temporada, que começa 6 de março, no Catar.

“Com certeza, terão algumas questões legais, mas acho que isso é pouco interessante para os fãs”, disse Suppo ao jornalista Franco Bobbiese, no canal do YouTube Paddock TV. “Eu me preocupo que Marc regresse em forma, porque é um garoto jovem, que sofreu um trauma que o afetou muito. Por isso, só desejo que ele volte no máximo”, seguiu.

Quando Márquez danificou a placa de titânio, Alberto Puig, atual comandante da Honda, alegou que o piloto foi abrir uma porta de correr em casa quando o revés aconteceu. Suppo, porém, acredita que este é o detalhe menos importante.

“O problema não é tanto como a placa rompeu, o problema é porque rompeu. Acho que é melhor que tenha acontecido antes de Márquez voltar para a pista, em Brno, como se imaginou inicialmente, porque se acontece competindo, as consequências podiam ter sido outras mais graves”, ponderou. “A questão é que ele voltou a competir poucos dias depois da operação. Insisto sempre que a responsabilidade é dos médicos que deram o ok para que ele o fizesse”, frisou.

“O piloto foi longe demais, por que o permitiram. A responsabilidade, repito, é dos médicos. Não deveriam ter permitido que ele subisse em uma moto tão exigente”, defendeu. “Não sou médico e não posso dizer se essa primeira operação foi a adequada, mas acho que foi uma loucura dar o ok com tão pouco tempo de recuperação. Se eu fosse o chefe da Honda, como fui antes, teria feito todo o possível para que Marc não corresse. Temo que nesta situação, apenas Emilio [Alzamora] tenha sido contra que ele competisse, mas o resto queria”, opinou, se referindo ao mentor dos irmãos Márquez.

Por fim, o italiano considerou que teria sido melhor, inclusive em termos de resultados, esperar o tempo da recuperação. Além disso, Suppo sublinhou que a saúde de Marc deveria ter sido priorizada.

“Se tudo isso não tivesse acontecido, Márquez poderia ter lutado pelo Mundial com segurança. Se não tivesse vencido, tampouco teria acontecido nada”, apontou. “Marc é um fenômeno, é preciso proteger esse fenômeno, não só se preocupar em ganhar mais um título. A prioridade absoluta deveria ter sido preservar a pessoa. Sempre deve ser assim em uma questão de saúde, em qualquer caso”, concluiu.

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