Quartararo diz que investimento impediu saída da Yamaha: “Estava pronto para partir”

Fabio Quartararo explicou que decidiu renovar com a Yamaha após a montadora optar por fazer um alto investimento para tentar recuperar a competitividade da YZR-M1. Francês admitiu que teve momentos difíceis na MotoGP, também mentalmente

Fabio Quartararo admitiu que estava pronto para deixar a Yamaha. O francês, porém, mudou de ideia e optou por renovar o contrato após a casa dos três diapasões decidir fazer um alto investimento para tentar recuperar a competitividade da YZR-M1.

A Yamaha vive um momento difícil na MotoGP. Sem vencer desde o GP da Alemanha de 2022, a montadora é hoje a penúltima colocada no Mundial de Construtores, com só 72 pontos. Ainda assim, o time dos três diapasões tem dado sinais de melhores e somou 1/3 dos pontos da atual campanha apenas das últimas três corridas.

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Fabio, porém, cogitou deixar o time antes de renovar por mais dois anos. ‘El Diablo’ frisou que a Yamaha é a “equipe dos sonhos” dele, mas, mesmo assim, estava decidido a sair até ver uma mudança de postura.

“A Yamaha é uma equipe mítica. Meu sonho, quando eu era pequeno, era ir para lá, pois era a equipe de Valentino Rossi”, disse Quartararo em entrevista ao canal Legend, no YouTube. “Eu estava preparado para deixar a marca, ainda que fosse a equipe dos meus sonhos, eu me sentia pronto para partir. E a Yamaha fez mudanças muito grandes. Fizeram um grande investimento no projeto, contratando muitos engenheiros novos. Até para a marca, para a Yamaha, não é bom estar tão atrás no mercado dela”, considerou.

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Fabio Quartararo reconheceu que estava pronto para deixar sua “equipe dos sonhos” por falta de performance (Foto: Yamaha)

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“Infelizmente, não dá para voltar para a ponta em semanas ou meses. Acho que é mais para anos. Isso foi o que me fez tomar a decisão de ficar na Yamaha, ver reuniões com pessoas que chegavam de outras marcas, que elaboraram projetos muito grandes. Isso foi o que me fez dar o passo de renovar com a Yamaha para os próximos anos”, justificou.

Fabio destacou, ainda, que também queria retribuir a confiança que a Yamaha depositou nele ao promovê-lo para a MotoGP.

“É uma marca que acreditou em mim quando eu era ninguém. Apostaram em mim, e funcionou. Subimos ao degrau mais alto. Agora, estamos no nível mais baixo, mas voltaremos a subir. Meu objetivo pessoal é voltar a ser campeão do mundo com esta marca. Com o trabalho que estamos fazendo agora, vai levar tempo. Eu sabia disso, mas sinto que podemos voltar mais fortes”, assegurou.

Mesmo confiante, o piloto de Nice reconhece que a espera não tem sido fácil e que já o levou a duvidar de si mesmo.

“Tive problemas com a moto e também mentais, acho. No fim, quando você passa quatro anos brigando pelo título e depois fecha um ano em décimo, é estranho. Isso te faz, inclusive, duvidar de si mesmo, pensar: ‘Sou eu? O que está acontecendo?’. Nos últimos dois anos, não melhoramos em absoluto e os outros deram um grande passo à frente. No momento, seguimos atrás, mas acho que aprendemos muito a manter a calma e, especialmente, a tentar que a moto evolua da melhor maneira possível. Mas é fato que, mentalmente, não foi fácil”, frisou.

Quartararo apontou a temporada 2023 como a mais difícil, afetando também a vida pessoal dele.

“Foi o momento mais complicado para mim. Ver se era coisa minha ou não, o que acontecia, por que estávamos tão atrás em comparação com o ano anterior. Acho que, depois de algumas corridas, estava claro que a minha pilotagem ainda estava lá, sentia que estava muito bem e que eram coisas que eu não podia controlar”, relatou. “Infelizmente, durante alguns meses, especialmente em 2023, a situação afetou muito a minha vida. Queria mudar muitas coisas, fazer o trabalho de muita gente. Era eu que queria fazer a evolução da moto, encontrar soluções, mas, no final, faltavam muitas coisas, mais coisas do que de mim mesmo”, continuou.

“Pensava menos em mim e mais no que podia solucionar todos os problemas. Quando você tem temporadas como 2021 e 2022, você não se sente invencível, mas têm muita confiança em si mesmo… Mas, quando você começa a se sentir mal outra vez e a não obter resultados, você se faz muitas perguntas. Acho que foi quando passei os seis meses mais complicados da minha carreira esportiva na MotoGP”, encerrou.

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