Quartararo renasce após derrota dolorida e conquista merecido título na MotoGP 2021
Fabio Quartararo sofreu, em 2020, uma das piores derrotas da carreira. No ano seguinte, dominou a MotoGP de ponta a ponta e ficou com o título após o quarto lugar no GP da Emília-Romanha. Agora, se coloca como um dos grandes nomes para o futuro da categoria
O mundo dá voltas. Você provavelmente já escutou essa frase para alguma situação curiosa, mas ela se aplica perfeitamente para os últimos anos da carreira de Fabio Quartararo. Depois de deixar a taça escorregar de maneira dramática na temporada 2020, o francês subiu para a equipe de fábrica da Yamaha em 2021 e conquistou o título inédito da MotoGP com méritos, depois de dominar todo o campeonato sem mostrar falhas.
Fabio Quartararo nasceu em Nice, na França, em 20 de abril de 1999. Começou a carreira com apenas quatro anos em seu país, mas depois seguiu para a Espanha, onde fez quase as categorias juvenis. O brilho foi surgir mesmo em 2013, quando conquistou o Campeonato Júnior de Moto3. No ano seguinte, repetiu a dose. Com 15 anos, foi anunciado para correr na Moto3.
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E não é como se Fabio tivesse chegado de maneira mansa. Pelo contrário, entrou no Mundial causando mudanças. Por conta do bicampeonato nas classes menores, conseguiu uma licença para correr na Moto3 com apenas com 15 anos, quando o limite da classe era 16.
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Na Moto3, Quartararo não brilhou. Ainda que tenha conquistado um pódio logo na segunda corrida da carreira, em Austin, e outro na Holanda, sofreu muito com o desempenho irregular. Uma lesão sofrida no GP de San Marino o fez perder cinco etapas consecutivas, terminando apenas em décimo. O ano seguinte foi ainda pior, sem pódios e só em 13º.
A subida para a Moto2 pareceu precipitada e não rendeu muitos frutos. No primeiro ano, repetiu o 13º lugar. A primeira vitória só chegou em 2018, na Catalunha, mas novamente entrou por pouco no top-10 do campeonato. A promoção para a MotoGP parecia distante, mas chegou mesmo assim, na então novata SRT.
E sendo um novato, Quartararo fez estragos na MotoGP. De um modo positivo, é verdade. Foram seis poles no primeiro ano da classe rainha do Mundial, com seis pódios e algumas vitórias perdidas por muito pouco, como na Tailândia, quando foi superado por Marc Márquez nos metros finais da prova.
E 2020 parecia ser seu ano. Depois de todos os atrasos por conta da pandemia de Covid-19, venceu as duas primeiras etapas, em Jerez, abrindo logo boa vantagem no calendário. Ainda triunfou na Catalunha e se manteve na briga pelo título por muito tempo. Mas aí veio a decepção.
Depois de vencer na Catalunha, Fabio chegou apenas duas vezes no top-10 e despencou na tabela de pontos, terminando o ano apenas em oitavo e vendo Joan Mir levantar a taça. Pior ainda, o companheiro Franco Morbidelli reagiu no fim e ficou com o vice. Mesmo assim, a promoção para o time de fábrica da Yamaha estava garantida para substituir ninguém menos que Valentino Rossi, uma missão ingrata para qualquer piloto.
Então, ao chegar em 2021, Quartararo estava pressionado, era preciso render. E não decepcionou. Vitórias em Doha, Portugal, Itália, Holanda e Grã-Bretanha o fizeram disparar na liderança do certame enquanto os rivais se alternavam nas posições seguintes da tabela. A consistência foi peça fundamental para conquistar o primeiro título e renascer após a dolorida derrota do ano passado.
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No fim, ainda encarou um feroz Francesco Bagnaia na briga pelo título. Mas o italiano errou no GP da Emília-Romanha e desperdiçou as fichas que ainda tenha. O primeiro match-point do francês da Yamaha já foi decisivo, mesmo com o modesto quarto lugar depois de largar em 15º em Misano.
Um título mais do que merecido para quem fez um campeonato praticamente irretocável e dominou a MotoGP em 2021. Depois da derrota de 2020, a reação foi imediata e mostra que o futuro é brilhante para Quartararo no Mundial. Depois se sofrer nas classes inferiores, o menino de Nice finalmente se consolidou como um dos grandes.
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