Fenati assume culpa por atos, mas diz que foi julgado pelas redes sociais: “Sentenciado sem direito a apelação”

Em entrevista ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, Romano Fenati relembrou o polêmico incidente com Stefano Manzi e, assim como já tinha feito antes, reconheceu sua responsabilidade, apesar de frisar que foi provocado. O italiano, no entanto, considera que foi condenado sem direito a defesa pelas redes sociais

Romano Fenati está de volta ao Mundial de Motovelocidade. Depois de levar um gancho de seis meses imposto pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e de perder a vaga que tinha com a Forward nesse ano, o italiano ganhou uma nova chance, pelas mãos da mesma Snipers que o dispensou da Moto2 no ano passado, mas agora na Moto3.
 
 
No entanto, 64 dias após dispensar Fenati, a Snipers deu uma nova chance ao italiano e lhe deu uma vaga na Moto3.
Romano Fenati vai correr na Moto3 em 2019 (Foto: Reprodução)
Às vésperas do início da temporada, Fenati deu uma entrevista ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’ e lembrou das ameaças que recebeu, até mesmo por meio de ligações para a loja de ferragens da família.
 
“Em dado momento, o cara que atendeu ao telefone tinha lágrimas nos olhos”, contou Fenati.
 
Assim como já tinha feito antes, Romano voltou a assumir a responsabilidade por seus atos, mas reiterou que foi provocado por Manzi.
 
“Eu caí na provocação. Foram vários episódios, várias situações, várias voltas e vários momentos, não só naquela corrida”, contou. “Têm pilotos que são assim e outros que são corretos. Ninguém é santo, pelo amor de Deus, todos podem errar”, comentou. 
 
Fenati lembrou que tem pilotos que fazem coisas “que até Deus duvida”, mas que pensou que o incidente com Manzi tinha sido resolvido com uma visita à direção de prova.
 
“No campeonato italiano, aconteceu coisa pior comigo, mas não teve esse circo. Têm pilotos que fazem coisas que até Deus duvida. Agora eu entendo como funciona”, indicou. “Fui à direção de prova, com Manzi, e tudo parecia tranquilo. Nós nos explicamos, demos as mãos, me desculpei, pois o meu gesto, ao contrário do dele, foi um ato flagrante. Fui suspenso por duas corridas, o que é pouco no futebol, mas é muito nas corridas. E achei que tinha acabado ali”, relatou. 
 
“Todo o resto, de tirarem a minha licença até a demissão, foi como um dominó iniciado pelas redes sociais. Elas foram o verdadeiro tribunal, que fizeram um julgamento muito mais rápido do que o normal e me sentenciaram sem direito a apelação”, seguiu.
 
Questionado sobre como enfrentou a situação, Romano respondeu: “Com total indiferença ao que as pessoas escreviam. Primeiro, fiquei irritado. Depois, percebi que as pessoas não sabiam o que estavam fazendo”.
 
“Eu assumo a minha culpa, com o atenuante da adrenalina, mas quem ameaça de morte do sofá não tem adrenalina. Me insultar virou moda”, alegou. “No Instagram, tem uma pessoa que, até hoje, me chama de merda. Também não respondo para ela”.
 
Perguntando, então, sobre um ídolo no esporte, Fenati surpreendeu, mas logo se corrigiu.
 
“Max Biaggi”, disse no início. “Não, vamos lá, é Valentino. Ele acreditou em mim, devo muito a ele. Pode ser simpático ou antipático, mas aos 40 anos, ele ainda está lá. O que vou dizer?”, seguiu.
 
O italiano falou, também, sobre o fim de sua relação com a VR46 e admitiu a dificuldade de deixar Ascoli Piceno.
 
“O fim do relacionamento com a VR46 foi muito falado. Era uma grande oportunidade, mas certas coisas não estavam indo bem para mim. Ficar fora de Ascoli era impensável para mim”, completou.
 
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