Fome e fraqueza: Canet relata sofrimento para emagrecer por competitividade na Moto3
Arón Canet relatou que fez dietas extremas para tentar perder peso para ser mais competitivo na Moto3. O espanhol contou que passou fome e chegava a cair de fraqueza
Arón Canet relatou que “sofreu muitíssimo” em sua passagem pela Moto3. Agora na Moto2, o piloto da Aspar revelou que passou fome para tentar perder peso e ser mais competitivo na classe menor do Mundial de Motovelocidade.
Vice-campeão da Moto3 no ano passado, Canet oscila hoje entre 65 e 66 kg, mas, na categoria pequena, precisava ter entre 61 e 62.
“Na Moto3, eu tinha esse peso, sem comer nada. Eu ficava tonto ao levantar do sofá e muitas vezes caía no chão. Eu ia dormir e não conseguia, pois tinha fome. Eram coisas extremas”, contou Canet em entrevista ao serviço de streaming DAZN. “Ninguém passou tão mal na Moto3 quanto eu”, frisou.
Arón Canet (Foto: Reprodução/Twitter)
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Em entrevista ao programa 'Radioestadio del Motor', da rádio espanhola Onda Cero, Canet deu mais detalhes do extremo de sua situação.
“Eu só pensava em comer, comer e comer. Eu levantava às 6h da manhã, tomava um café e ia treinar de estômago vazio. Eu passava muito mal”, contou. “Não cheguei a ter depressão, pois, no fim, o que eu fazia era ir no mercado, comprava um tablete grande de Milka ou de chocolate, aí pegava um saco de lixo, mastigava e cuspia. Mastigava e cuspia. Assim, o sabor ficava na boca e enganava o corpo. Era como se eu estivesse realmente comendo”, explicou.
“No ano passado, muito poucas pessoas passaram tão mal quanto eu. Ninguém, ninguém. Eu via Jaume Masià no Instagram, por exemplo, indo ao Foster Hollywood [uma rede espanhola de comida norte-americana] e para mim era como: ‘Meu Deus. Que vontade. Que prazer’. Só de ver. Porque, literalmente, eu fazia uma dieta muito restrita”, frisou. “Eu não comia até a hora da merenda [lanche entre o almoço e o jantar], quando comia queijo batido. Aí, no muito, de noite eu comia dois sanduíches de peito com queijo. Até o lanche, só tomava café, água com gás e Coca-Cola Zero”, detalhou.
O piloto chegou a ser alertado que a dieta extrema poderia ter consequências na saúde.
“Eu fiz três ou quatro dietas. Tinha uma que era de florais de Bach ao longo do dia. Outra era uma dieta normal, mas aí eu só podia baixar até 63 kg e eu precisava de mais. Foi aí que falei com outra pessoa e parei de comer diretamente. Foi aí que falei com meu primeiro e atual nutricionista, porque estava indo muito bem, mas tinha de fazer barbaridades para baixar de peso. E ele me disse: ‘Arón, com este tipo de dieta, já não é pela sua saúde, porque você pode ficar três semanas sem ter ereções… Você pode desmaiar e ficar cinco dias em coma por estas barbaridades’. Pois, literalmente, eu comia sempre o mesmo, que era entre zero e nada, e passava muito mal”, contou. “E sabe o que acontece? Quando você passa um mês e meio sentindo tanta fome, o estômago diminui e você já não tem nem fome. Depois de um mês e meio, eu comecei a dormir mais ou menos bem”, continuou.
Canet, que venceu as corridas de Austin, Brno e Aragão em 2019, contou que era difícil ver Lorenzo Dalla Porta “comer barbaridades” e, ainda assim, ser mais rápido nas retas. Além disso, a dieta causou alterações de humor.
“Eu não aguentava ninguém em casa. Só queria ficar sozinho e que ninguém me incomodasse, porque eu era um pit-bull. Eu realmente não percebia, mas era um pit-bull. Depois das férias, quando não fiz dieta por uns cinco dias, meu melhor amigo, que tinha passado uns dias na minha casa, me disse: ‘Meu Deus, como você muda’. Quando eu estava de dieta, eu era super antipático”, reconheceu. “E quanto você está com fome, você sofre pelo objetivo de ser campeão do mundo. E, ainda por cima, você não consegue no final da temporada, o que é de matar. O que me pagava é que eu passava muito mal em casa e aí via o Dalla Porta, que é uma pessoa pequenina e sofre para engordar, comer barbaridades nos circuitos e depois me fuzilar nas retas. E eu pensava: ‘Meu Deus’. Ou, por exemplo, no início do ano, dividi o nutricionista com Vicente Pérez. E nós éramos duas pessoas totalmente diferentes. O nutricionista me mostrava a ficha dele e me dizia: ‘Com você, tenho que baixar de 65 para 61. Com Vicente, tenho de subir de 57 para 60'. Ele não conseguia ganhar e eu não conseguia perder”, comparou.
Foi só a partir do GP da Alemanha do ano passado que Canet voltou a fazer uma dieta menos radical. A mudança, porém, veio só depois de um susto e uma bronca de Max Biaggi.
“Em Sachsenring, me lembro que, na quinta-feira, saí para correr. Tinha tomado um café. Antes de sair para correr, o que sempre faço ao meio dia, em pleno mês de julho, peguei um pouco de espinafre e refoguei com dois pedaços de uma meia cebola. Literalmente. Eu fui correr e, quando voltei aos boxes, me senti tonto. Eu estava muito definido e pedi para um mecânico: ‘Tira uma foto’. Não tinha bebido água ainda e assim que fiz força para contrair o abdômen, ele teve de me segurar, pois caí. Depois disso, meu chefe de equipe me deu uma baita bronca, porque eu ia subir na moto, podia me acidentar e sofrer muitos danos”, recordou. “Foi aí que eles ligaram para Max Biaggi e, quando contaram a ele a situação, ele me disse para parar e começar a fazer a dieta que eu queria. Foi a partir daí que eu comecei a fazer períodos intermitentes. Mas cheguei a me pesar de nove a dez vezes por dia ao lado de Max, quando o recomendado é se pesar três vezes por semana”, concluiu.
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