Agostini descarta aconselhar aposentadoria, mas diz: “Não gosto de ver Rossi assim”

O lendário italiano destacou que a decisão pela aposentadoria é muito pessoal e, por isso, descartou orientar o piloto da SRT Yamaha sobre o que fazer da própria carreira

Jack Miller celebrou a vitória no GP da Espanha com os integrantes da Ducati (Vídeo: MotoGP)

Giacomo Agostini descartou aconselhar Valentino Rossi sobre os próximos passos na MotoGP. Aos 42 anos, o piloto da SRT Yamaha segue na ativa, mas ainda não decidiu se vai ou não renovar o contrato que é válido até o final desta temporada 2021.

Dono de oito títulos nas 500cc, Agostini encerrou a carreira em 1977, quando fechou o campeonato na sexta colocação na classificação. O lendário piloto nunca escondeu que sofreu ao se aposentar, mas evitou dar palpites no destino do italiano famoso pelo #46.

Giacomo Agostini (centro) não quer aconselhar Valentino Rossi sobre o momento da aposentadoria (Foto: Yamaha)

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“Cada um decide com a própria cabeça. Não gosto de fazer o papel de pai ou professor. Só posso pensar em mim e no que eu decidi”, disse Agostini ao jornal espanhol AS. “Quando eu corria e começava a ser segundo, terceiro, quarto e quinto, me sentia muito mal. Primeiro, porque as pessoas começavam a dizer que Agostini estava acabado, que não era o mesmo de antes. Isso me fazia sentir mal e eu dizia a mim mesmo que provavelmente tinham razão”, seguiu.

“Eu tinha acostumado aos fãs e a todos que me amavam a saírem dos circuitos comemorando as minhas vitórias e depois eles saiam tristes, porque Agostini não tinha vencido. Eu dei alegria a eles na noite de domingo até não ser mais possível”, comentou.

Questionado se decidiu rápido quando era o momento certo de se aposentar, Giacomo respondeu: “Eu pensei muito, porque quando você decide parar, deixa o seu grande amor. Desde que nasci, não pensava em garotas, nem em carros e nem em outras coisas. Eu pensava nas motos, que eram o meu grande amor”.

“Fiquei três dias chorando quando decidi me aposentar. Eu sabia que deixava algo para o que nunca mais poderia voltar”, frisou. “A alegria que você sente com a vitória, com o pódio, com o público que te ama e te adora, nada te dá isso. Você pode virar o presidente da Fiat ou do que seja, mas, sendo muito importante, não é a mesma coisa de quando você ganha uma corrida daquilo que ama: as motos. É muito duro para todo mundo dizer chega”, ressaltou.

Ainda, Ago confirmou que é doloroso ver Valentino rodando no fundo do pelotão e contou uma experiência que teve com uma fã.

“Há pouco tempo, eu estava jantando na Itália e a cozinheira era uma fã minha de 70 anos. Ela me disse que era minha fã, mas que agora era apaixonada por Valentino Rossi, o que está bem, porque ele venceu muito. E ela me disse: ‘Giacomo, porque você não diz a Valentino para que ele se aposente?’. Alguns me pedem para que eu diga a Rossi que se aposente, mas eu não posso fazer isso”, relatou. “Me dá pena ver Valentino sem vencer, mas não posso dizer isso a ele, porque é algo pessoal. Tenho respeito por ele e não quero ser mestre, professor ou pai. O pai de Valentino diz que deveria correr por três ou quatro anos, mas eu não sou o pai e não digo nada”, continuou.

“Não gosto de vê-lo assim, porque Valentino deu espetáculo por muitos anos. Todos admiram a Valentino, porque ele dava alegrias”, sublinhou.

Ago, porém, evitou descartar uma nova vitória de Rossi na MotoGP, ainda que reconheça que a situação é difícil.

“Dizem que enquanto há vida, há esperança, mas a realidade é a que é”, encerrou.

A MotoGP volta à ação no dia 16 de maio, com o GP da França, quinta etapa do calendário. Acompanhe a cobertura do GRANDE PRÊMIO sobre o Mundial de Motovelocidade.

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