GUIA 2021: Aprilia ‘inventa’ Savadori e coloca tudo nas costas de Aleix Espargaró
Lorenzo Savadori pinta no grid da MotoGP sem muitos motivos para tal, e Aleix Espargaró parece ter como destino carregar uma fraca Aprilia, novamente, sozinho
LANTERNINHA DO MUNDIAL DESDE 2016, a Aprilia ainda sofreu um baque antes da temporada vindoura: a morte de Fausto Gresini, o chefe, por Covid-19. Claro, é possível que a equipe perca rendimento por dificuldades internas simbolizadas por tal situação, mas neste texto de prévia o objetivo é ficar distante desta possibilidade e tentar neutralidade: por isso, o foco é em Aleix Espargaró e Lorenzo Savadori, que tentam conduzir a RS-GP a posições acima do que vem sendo tradicional.
A dupla é curiosa: Espargaró vai para a quinta temporada com a Aprilia na classe rainha, enquanto Savadori tem apenas, mesmo aos 27 anos, três corridas na MotoGP – todas no ano passado, com a própria fábrica italiana, e sem resultados expressivos. Ou seja: mais uma vez, o espanhol carrega todo o peso da marca em suas costas.
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Aleix vai para seu 12° ano na MotoGP, mas carregar esta responsabilidade nunca foi sinônimo de grandes resultados – afinal, só uma vez, no longínquo 2014, terminou no top-10 da classificação (foi sétimo). É protagonista, mas não tem moto – e talvez capacidade – de assustar os mais fortes do grid.
Ou seja: deve se contentar em mostrar um caminho para que a RS-GP evolua, e talvez em aceitar que o ciclo de Mundial para ele esteja se encerrando. Andar sozinho em uma equipe que pouco entrega, não ter ajuda na garagem e não ter expectativa de mudar para um time que esteja acima em termos de nível pouco ajuda o piloto.
Por outro lado, se Espargaró parece caminhar para cumprir tabela, Savadori tem a chance da vida – mas não há quem acredite, tirando ele mesmo e, quem sabe, os membros da Aprilia, que ele possa aproveitá-la.
Sem nenhum trabalho de destaque na carreira, dispunha da confiança de Gresini – algo, tragicamente, não mais possível. O duro é alguém conseguir explicar por que alguém com 31 GPs nas 125cc e seis largadas na MotoE, além das já citadas três corridas na MotoGP, tem vaga no Mundial.
Claro, a vaga seria de Andrea Iannone, mas a suspensão de quatro anos por doping impossibilitou. Bradley Smith também pouco fez para se mostrar dono da posição. E ainda houve a dor da rejeição: Marco Bezzecchi, Joe Roberts e Fabio Di Giannantonio não toparam se juntar aos italianos.
Assim, Savadori tenta, no discurso, cavar seu espaço: “Seria um descuido não agradecer a Aprilia por esta grande oportunidade. Sei que tenho muito a aprender. É uma categoria exigente e ainda nova para mim. Vou tentar transformar a dor gerada pela morte de Fausto, uma pessoa que acreditou muito me mim, em energia positiva”, disse na apresentação da moto que guiará.
Será o suficiente? Provavelmente, não. Espargaró vai continuar a levar a Aprilia sozinho – não muito longe. Mas, quem sabe, deixe um legado de evolução, algo que a equipe precisa, e muito. Ficar na lanterna todo ano deve irritar.
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