GUIA 2021: Bastianini, Marini e Martín sobem para MotoGP com promessa de briga parelha

A MotoGP 2021 será o segundo round entre três pilotos de destaque na Moto2 2020. Enea Bastianini, Luca Marini e Jorge Martín chegam ao palco principal do Mundial de Motovelocidade como estreantes com oportunidades e currículos parecidos

As voltas virtuais no novo autódromo da Hungria (Vídeo: Dromo design)

TODO MUNDO TEM DE COMEÇAR DE ALGUM LUGAR. É difícil ser estreante em qualquer campeonato do mundo, mas a MotoGP segue com perspectivas de formar bons jovens pilotos. Em 2020, teve novato até mesmo vencendo corrida, com Brad Binder brilhando em Brno. Um ano depois, dá para acreditar em um repeteco: apesar de uma desafiadora curva de aprendizado pela frente, as três novidades do grid de 2021 têm talento e equipamento para terminarem o ano excedendo expectativas.

Enea Bastianini é o estreante com o melhor cartão de visitas. O italiano não despontava como um grande talento do Mundial de Motovelocidade, mas chamou atenção ao ser campeão da Moto2 em 2020, apenas sua segunda temporada no certame. É importante pontuar que ninguém sobrou no campeonato, com o top-4 separado por apenas 21 pontos ao fim do ano, mas taça é taça. Ao contrário dos rivais, Enea mostrou regularidade e pontuou em todas as corridas, exceto uma. Para um piloto que se envolveu em um dos acidentes mais assustadores do Mundial no ano passado, o título na classe imediatamente abaixo da MotoGP representou uma boa volta por cima.

Luca Marini é outro novato (Foto: VR46)

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A ida para a MotoGP foi merecida, apesar de ser pela nunca muito empolgante Avintia, equipe satélite da Ducati. A escuderia de Raúl Romero até vem de uma boa temporada com Johann Zarco, mas nunca tem expectativas muito grandes. Ainda mais em 2021: é que Bastianini não será o único estreante da esquadra.

A Avintia contratou também Luca Marini, piloto já badalado no Mundial. É que o italiano é meio-irmão de Valentino Rossi, além de já ter passado um bom tempo peregrinando na Moto2. Foram cinco temporadas completas por lá, sendo que só a última, em 2020, reservou uma briga de verdade pelo título. Marini foi vice-campeão, atrás justamente de Bastianini e lamentando a temporada um pouco mais irregular. O resultado final não foi terrível, mas foi um tanto decepcionante para um piloto com um ar de favoritismo e necessidade de melhorar o currículo antes da transição para a MotoGP. De qualquer forma, a presença dos dois sob o mesmo teto – a Avintia – abre a possibilidade de dar o troco.

O embate entre os dois é parelho e merece um olhar atento do público: um novo sucesso de Bastianini o consolidaria como um piloto a ser observado no futuro, enquanto vitória de Marini ajudaria a lavar a alma e afastaria a pecha de ser apenas o irmão de uma lenda do motociclismo.

E aí chegamos ao terceiro estreante da MotoGP em 2021. É Jorge Martín, de contrato assinado com a Pramac para formar dupla com Zarco. Ou seja, o espanhol vai competir também com uma Ducati, mas com uma vantagem importante: a moto da Pramac é a Desmosedici GP21, a mesma da Ducati de fábrica, enquanto a Avintia segue com a GP19, já com obsolência de dois anos.

Jorge Martín fecha o trio de novatos da MotoGP 2021 (Foto: Pramac)

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Martín tem uma moto teoricamente melhor, mas um currículo bem parecido com os de Bastianini e Marini. O espanhol passou dois anos na Moto2, sendo o segundo o da briga pelo título. O piloto veio forte em 2020 e terminou a rodada dupla do Red Bull Ring embolado na briga pelo caneco. E aí veio uma grande infelicidade: um teste positivo de Covid-19 forçou a ausência em dois GPs e praticamente acabou com qualquer chance na luta contra Bastianini e Marini. Isso, aliado a uma dose de irregularidade, culminou no quinto posto na classificação final do certame.

Isso poderia ser combustível para afirmar que Martín é o mais fraco dos três estreantes da MotoGP em 2021 – afinal, foi quem se saiu pior na Moto2 em 2020. Só que seria uma análise rasa: o novo piloto da Pramac foi campeão da Moto3 em 2018, competindo contra o próprio Bastianini. A velocidade está lá e precisa ser lapidada, com a busca por resultados mais parelhos sendo um bom objetivo a ser alcançado.

É difícil apontar favoritos na luta pelo prêmio simbólico de estreante do ano. Bastianini, Marini e Martín sobem todos com currículos, oportunidades e equipamentos parecidos. Cada um com vantagens pequenas, como o título recente de Enea e a moto mais atualizada de Martín. Quem quiser apostar dinheiro em um deles, que o faça com cautela: as chances de um embate se arrastando até a última corrida do ano são das mais altas.

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