GUIA 2021: Honda aposta em encaixe de Pol Espargaró por fim de série de insucessos
Não rolou com Dani Pedrosa, nem Jorge Lorenzo, muito menos com Álex Márquez, que sequer teve tempo. Pol Espargaró, então, servirá como um companheiro que entrega para a Honda algo próximo do que Marc Márquez consegue?
MARC MÁRQUEZ DISPUTOU SETE TEMPORADAS COMPLETAS NO MUNDIAL DE MOTOVELOCIDADE: ganhou seis. Se não é fácil ser rival do espanhol, também é um problema ser companheiro: além de ser praticamente impossível batê-lo, ele dá ao mundo a impressão de que sua moto é a melhor do grid – assim, o parceiro fica ainda mais “incapaz” aos olhos do público. Para mudar essa sensação, a Honda resolveu apostar em Pol Espargaró, dando a um outro compatriota de Márquez a missão de encerrar uma série de insucessos.
Tal série, claro, existente apenas do outro lado da garagem da Honda, aquele que Espargaró agora vai ocupar. O lado de Márquez só tem felicidade – ou tinha, até o desastre da lesão de 2020. Dani Pedrosa, por exemplo, nunca passou da terceira colocação do Mundial entre 2013 e 2018, caindo progressivamente enquanto Márquez seguia brilhando (na ordem, 3°, 4°, 4°, 6°, 4° e 11°). Já Jorge Lorenzo chegou de forma polêmica, prometeu todo um clima de briga na equipe, e ficou só em 19°, em uma das temporadas mais decepcionantes da história da MotoGP.
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Foi o suficiente para que ele durasse só um ano e uma chance para Álex Márquez fosse dada. Mas o irmão de Marc foi avisado antes mesmo de entrar na pista que não ficaria para 2021. De qualquer forma, os resultados também não justificariam a manutenção: dois pódios na metade final da temporada não apagaram o 14° lugar na classificação final.
Se ninguém se entendeu com a moto da Honda, restou à equipe buscar alguém com aparente capacidade – ou ao menos vontade – de domar a RC213V. Na leitura de jogo, Espargaró foi quem mais se destacou, ao ter papel chave na KTM, desenvolvendo muito bem a RC16.
Em teoria, Espargaró tem estilo agressivo, algo que sempre se relaciona à Márquez, o que anima a equipe na ideia de que ele conduza a moto além dos parceiros anteriores. “Com os cotovelos para fora”, como disse Jack Miller.
E se o estilo só se prova na pista, a vontade pode ser mostrada nas palavras. Espargaró tem tentado deixar isso claro: recentemente, disse que “vou ao limite para conhecer a moto, e caso tenha de cair para encontrar o limite, vou cair quantas vezes for necessário”, além de que a “meta principal para a temporada não pode ser outra que estar no pódio ou tentando vencer corridas. Ou até mesmo o título.”
Se só Márquez dá resultado com a moto da Honda, e nem Espargaró conseguir mudar isso, talvez seja o último ano antes de uma análise interna da equipe. Porque os pilotos já variaram, Márquez sequer está inteiro fisicamente, e ninguém brilhou. Para a Honda, é a última chance de mostrar que é também algo que soma de forma positiva ao talento do tantas vezes campeão do mundo.
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