GUIA 2022: Sem ícone máximo, MotoGP tem de descobrir novo mundo em era pós-Rossi

Com a aposentadoria de Valentino Rossi, o Mundial de Motovelocidade se vê sem aquele que foi por mais de 20 anos o maior garoto propaganda do campeonato. Mas, mesmo longe das pistas, italiano segue sendo uma força propulsora de primeira grandeza

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A MOTOGP TERÁ DE DESCOBRIR UM NOVO MUNDO EM 2022. Depois de 26 temporadas, o campeonato que começa no próximo fim de semana, no Catar, será o primeiro sem a presença de Valentino Rossi, aquele que é responsável por grande parte do que o Mundial de Motovelocidade é hoje.

Como acontece com tudo nesta vida, Rossi, claro, não é unanimidade. Mas mesmo entre aqueles que não o elencam como o maior de todos os tempos, uma coisa é clara: existiu um antes, um durante e agora começa um depois de Valentino no Mundial de Motovelocidade.

Valentino Rossi encerrou a carreira em 2021 e já entrou para o rol das lendas da MotoGP (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Antes do #46, a elite do motociclismo também conheceu pilotos que fizeram história. Nomes como Giacomo Agostini, Mick Doohan, Wayne Gardner, Mike Hailwood, Daijiro Kato, Ángel Nieto, Wayne Rainey, Kenny Roberts, Barry Sheene, Freddie Spencer, John Surtees e tantos outros seguem presentes no imaginário popular, mas por mais que eles sejam lembrados por grandes feitos, pelo jeito simpático ou pelo que quer que seja, nenhum deles fez tanto pelo esporte. Nenhum deles foi tão transformador.

Valentino deixou para trás um Mundial muito diferente daquele que encontrou. Um Mundial que rompeu barreiras de nicho, que se popularizou e que alcançou novos e maiores públicos. Nisso, a MotoGP ― incluindo aí promotores, organizadores, patrocinadores, marcas e etc. ― lhe será eternamente devedora.

Doutor honoris causa em comunicação e publicidade pela Universidade de Urbino, Rossi soube atingir as pessoas como ninguém. Com comemorações efusivas e cores vibrantes, tomou para si arquibancadas inteiras nos quatro cantos mundo e virou um cidadão do mundo. Difícil imaginar que a MotoGP verá plateias ‘menos amarelas’ a partir de agora.

Mas o talento para comunicação não foi o único que o ‘Doutor’ mostrou nessas 26 temporadas. Dono de uma capacidade ímpar, o italiano encantou dentro das pistas, o que acabou por impactar também novas gerações de pilotos. Muitos dos que estão aí hoje, são pilotos por causa dele, por terem crescido alimentados pelo mito de Valentino Rossi.

Com uma carreira tão longa, Vale dividiu as pistas com inúmeras gerações, mas é um daqueles raros atletas que teve a oportunidade de correr contra os herdeiros. Alguns, inclusive, ‘diretos’, como é o caso dos garotos que ele tem preparado há anos para salvaguardar o futuro do motociclismo italiano.

Rossi parou, mas, no que diz respeito ao talento, o Mundial de Motovelocidade está em muitíssimas boas mãos. Pilotos como Marc Márquez, Fabio Quartararo, Francesco Bagnaia, Joan Mir, Raúl Fernández, Pedro Acosta e etc. ― só para citar alguns ―, são prova cabal da condição salutar do esporte. Não faltam bons ‘herdeiros’ no quesito capacidade.

E é verdade, também, que a Dorna e a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) trabalharam muitíssimo bem para garantir a saúde do esporte quando o dia da aposentadoria de Rossi chegasse. Anos atrás, talvez a MotoGP tivesse sofrido um impacto mortal com a aposentadoria do ídolo máximo. Hoje, o campeonato é bom o bastante, competitivo o bastante, atrativo o bastante para se manter por conta própria.

Porém, isso não será 100% necessário. Rossi parou, mas deixou um pouquinho de si no Mundial. A equipe VR46 segue na Moto2 e, a partir de 2022, será uma das 12 que compõem o grid da classe rainha. Agora, Valentino é um dono de equipe na MotoGP!

E nem é só isso. Os pupilos da Academia de Pilotos VR46 também seguem por lá, com Bagnaia na Ducati, Franco Morbidelli na Yamaha, Luca Marini e Marco Bezzecchi na VR46, Celestino Vietti e Niccolò Antonelli na VR46 na Moto2, e Andrea Migno e Alberto Surra na Snipers na Moto3.

Valentino pode não estar mais presente no Mundial 100% do tempo, mas seguirá por lá por meio da equipe, dos pupilos, dos fãs e de tudo aquilo que ajudou a construir. É claro que será estranho olhar para um grid da MotoGP no domingo e não encontrar o lendário #46, mas o campeonato tem as ferramentas de que precisa para forjar um futuro igualmente brilhante.

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