GUIA 2025: MotoGP monta maior calendário da história, mas cria inchaço insustentável
A MotoGP fez novamente o maior calendário da história, agora para a temporada 2025, com retorno de algumas etapas e a entrada de Balaton Park, na Hungria. Mas a categoria ainda convive com a incerteza em alguns palcos e também a fadiga que cerca pilotos e funcionários das equipes
A MOTOGP SE APRONTA PARA A MAIOR TEMPORADA DA HISTÓRIA. Em 2025, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade vai passar por 22 circuitos ao redor do mundo, um novo recorde nos 76 anos de existência. Novidades importantes marcam o calendário, como os retornos de Tchéquia e Argentina, além da entrada de um novo local na Hungria. Mas as incertezas sobre o assunto também ainda pairam pelo paddock.
No último ano, a MotoGP já tinha prometido o maior calendário da história, mas sofreu com diversas baixas em um momento importante, quando acertava acordo com o Liberty Media e prometia se consolidar como força em diversas área. Três etapas saíram do cronograma inicial, forçando mudanças importantes.
A Argentina sofreu com a crise financeira e um corte de suporte do novo presidente Javier Milei, que implementou diretrizes visando redução dos gastos públicos. Com isso, a etapa foi retirada do calendário. Depois, o Cazaquistão sofreu com inundações e cancelou a prova logo depois. A Índia, por fim, também passou por problemas financeiros e saiu da disputa, sendo substituída por uma segunda etapa em Misano.
A última grande mudança no cronograma passado veio de uma catástrofe climática, apenas mais uma entre as muitas que vemos diariamente ao redor do planeta. Valência sofreu com inundações severas, que causaram destruição e mortes em toda a região. A prova que decidiria o campeonato em 2024 foi levada para Barcelona, ainda que o Circuito Ricardo Tormo tenha escapado ileso de qualquer tipo de avaria — os problemas ficaram concentrados em áreas de acesso ao circuito.

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Retornando para 2025, o calendário da MotoGP vem com diversas mudanças. A Tailândia, importante mercado para a categoria, vai abrir o certame no lugar do tradicional posto ocupado pelo Catar, empurrado para a quarta etapa por conta do Ramadã.
Depois, o Mundial de Motovelocidade visita a Argentina, com o retorno de Termas de Río Hondo ao cenário, mas com toda a impressão de despedida. Para o ano seguinte, a MotoGP já anunciou que vai voltar ao Brasil, com uma corrida em Goiânia. De quebra, Buenos Aires está reformando o autódromo e já recebeu visitas da Dorna, detentora dos direitos comerciais do Mundial, e da FIM (Federação Internacional de Motociclismo).
Por fim, veremos a volta de Brno após alguns anos ausente e uma grande reforma no asfalto. A Hungria também volta, agora com Balaton Park, uma pista que já vinha ocupando o espaço de “reserva” no calendário, mas nunca pôde ser utilizada quando necessária. Para receber a classe rainha, no entanto, depende de homologação e já foi criticada por pilotos. Ou seja, a incerteza paira no ar com essa etapa mais uma vez.
Para o futuro, várias etapas já se resolveram e renovaram contrato, como Barcelona, Assen e Sachsenring. Provas tradicionais e que possuem espaço no coração dos torcedores. Mesmo assim, novos locais seguem de olho na categoria, querendo uma vaga em algum ano para a frente. Carmelo Ezpeleta falou que, hoje, são 28 circuitos de olho em 22 vagas, e até considera a retirada de pistas espanholas, que hoje ocupam quatro vagas. Mas esse talvez não seja o grande problema da MotoGP.
Se as 22 corridas, viajando por todo o planeta, já formam um cansaço absurdo, imagine só correr duas vezes a cada final de semana. Pelo terceiro ano consecutivo, esse será o cenário da categoria, com as sprints mantidas no regulamento. Vira uma bolha de fadiga para pilotos, mecânicos, jornalistas e até mesmo torcedores — afinal, cai bem um respiro entre as etapas.
Entre março e novembro, novamente veremos a MotoGP em diferentes circuitos, horários e talvez até vejamos alguns cancelamentos. A maior temporada da história tem tudo para novamente ser frustrada e acabar sendo empurrada para o próximo ano, quando os dirigentes novamente insistirão no plano. E azar de quem ficar cansado de tanto correr ou viajar.
A MotoGP volta às pistas neste fim de semana, com o GP da Tailândia, em Buriram, abertura da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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