GUIA 2021: Pol Espargaró tem chance da vida na MotoGP. Assustar Márquez é outra história
Pol Espargaró ganha, aos 29 anos e na oitava temporada na classe rainha do Mundial de Motovelocidade, a maior chance da carreira. Isso pressiona Marc Márquez de alguma forma? Difícil de acreditar
ANTES MESMO DA TEMPORADA 2020 COMEÇAR, A HONDA RESOLVEU ANUNCIAR QUE ÁLEX MÁRQUEZ, sem sequer ter pisado em uma pista com a roupa da equipe, não seria a dupla do irmão Marc em 2021. Ao mesmo tempo, confirmou Pol Espargaró, que recebeu automaticamente a chance da carreira. Aparentemente, isso fez ‘baixar o santo’ no espanhol, que após anos bons com a KTM, mas sem muito brilho – até por falta de material para lutar por vitórias -, resolveu entregar resultados muito acima de sua média no apertado e confuso calendário passado.
Empolgado, portanto, Espargaró chega para tentar enfim vencer e, quem sabe, lutar pelo título mundial na classe rainha aos 29 anos. Mas, mesmo dentro da Honda, essa possibilidade depende de um outro fator – um que anda há tempos lesionado: o próprio Marc Márquez.
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Márquez está inscrito para a primeira prova, o GP do Catar, no próximo dia 28. Ninguém espera que ele brigue por vitória de cara – apesar de que, claro, como um dos melhores da história, nunca se duvida -, mas só ele domina a difícil moto da equipe da asa dourada, o que traz a pergunta: Esparagaró pode ameaçar o controle do companheiro sobre o time?
Não deve ser esse o caso. Espargaró não deve repetir a fraca campanha de Stefan Bradl, piloto de testes da HRC e substituto de Márquez, em 2020, que só apareceu duas vezes no top-10 em todo o campeonato no lugar do octacampeão do mundo, mas entre isso e brigar pela taça há um longo caminho.
É possível retornar um pouco no tempo e lembrar de quando ambos dividiram a Moto2. No último ano de Márquez na categoria, foi campeão, com Pol vice. Assim que o primeiro subiu, o outro foi campeão no vácuo. Mas, em 2021, ao menos teoricamente, não tem vácuo: tem disputa direta. E, nessa, um é simplesmente melhor que o outro.
Por outro lado, revanches existem para que a história feche ciclos: em outra equipe, dificilmente Espargaró teria a chance de se mostrar capaz de brigar com Márquez. Agora, tem o mesmo material. Se for capaz de dominar uma moto em que aparentemente seu encaixe é bom, não vai achar outro lugar que entregue tal oportunidade.
A primeira impressão foi boa, mas indica tempo para que o costume venha: após a pré-temporada no Catar, afirmou que KTM e Honda são diferentes demais para comparar: “São motos com que você precisa brigar um pouco para conseguir o resultado, mas, fora isso, o resto é muito diferente.”
“A coisa mais importante é aprender sobre a dianteira, que onde você ganha tempo – parando, tendo velocidade de curva. A traseira eu já tenho mais ou menos sob controle, a aceleração no meio da curva, mas é uma questão de forçar um pouco mais, ir ao limite e reconhecer onde estou perdendo”, completou.
Se está numa das favoritas, isso quer dizer que a rivalidade também se expande para outras motos – ainda mais meses depois de uma temporada totalmente aberta, em que pilotos postados em diferentes situações brigaram pelo título. Espargaró precisa ter um olho no companheiro, outro em muitos adversários. 2021 vai ser complexo para o espanhol – como nunca antes.
Ainda há a pressão dentro da equipe: chegar em um favorito não poderia ser fácil, mesmo. Alberto Puig, o chefe, deixou bem avisado que espera resultados – a adaptação precisa ser bem rápida, mesmo com tantos fatores. Espargaró é capaz?
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