Iannone quer pedir mudança no regulamento de doping da MotoGP: “Pelo bem de todos”

Suspenso por doping, Andrea Iannone afirmou que pretende abordar o assunto do na Comissão de Segurança da MotoGP, quando voltar a correr. O #29 contou que só recebeu ligações de dois pilotos, após ser flagrado no GP da Malásia do ano passado

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Andrea Iannone planeja debater o regulamento antidoping do Mundial de Motovelocidade quando voltar a correr. O piloto da Aprilia recebeu suspensão de 18 meses da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) por uso de substância proibida, segundo apontou exame feito no GP da Malásia de 2019.

 
Em novembro passado, Iannone testou positivo para uma “substância não especificada nos termos da seção 1.1.a) esteroides androgênicos anabólicos exógenos (AAS)”. A defesa pediu a contraprova, que confirmou o doping do italiano
 
No seu exame de urina, foi detectado o esteroide anabolizante injetável drostanolona, derivado do DHT.  É muito comum no fisiculturismo por ser eficaz no crescimento muscular.
Andrea Iannone está suspenso por doping (Foto: Reprodução)
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Desde o início, a defesa alega que a droga entrou no sistema de Iannone através  do consumo de carne animal durante os dias em que passou na Ásia, entre os GPs da Tailândia e da Malásia. Além dele, outros oito pilotos foram testados em Sepang ― Romano Fenati, Ai Ogura, Marcos Ramírez, Remy Gardner, Joe Roberts, Xavi Vierge, Jorge Lorenzo e Marc Márquez ―, todos com resultado negativo.
 
Ainda que tenha considerado válidas as provas científicas, que atestaram ingestão de carne contaminada, a FIM decidiu pela punição de 18 meses, mesmo reconhecendo ter se tratado de doping involuntário.
 
Agora, a única alternativa de Iannone é recorrer à Corte Arbitral do Esporte para tentar reverter a suspensão.
Enquanto lida com as questões da justiça esportiva, o esportista de 30 anos já traça planos futuros de alcance geral na MotoGP, mesmo não tendo sido alvo de muita solidariedade de seus pares. 
 
“Não esperava muita resposta por parte do resto dos pilotos, mas, garanto, quando voltar a correr, na Comissão de Segurança, vou pedir uma mudança no regulamento. É um tema que temos de abordar. E falo isso pelo bem de todos e pensando nos demais pilotos. Lamento ter tido que passar por isso primeiro”, disse Iannone em entrevista à revista italiana ‘Motosprint’. 
 
Ainda, Iannone revelou a solidariedade de apenas dois pilotos do grid da MotoGP.
 
“Apenas Jorge Lorenzo e Maverick Viñales me ligaram, e talvez sejam os dois pilotos com quem menos tenho relação em comparação com os demais. Mas não quero criar polêmica”, encerrou o assunto.
 
O italiano, porém, exaltou o suporte que vem recebendo a Aprilia. A fábrica italiana criticou a punição imposta pela FIM e tem defendido Iannone.
 
“Estou muito grato à Aprilia. Eles me apoiaram em todos os momentos, sempre acreditaram na minha inocência. Para eles, teria sido muito mais fácil me tirar da moto e contratar outro piloto. E tinha muita gente que queria ocupar o meu lugar. Isso teria me deixado sozinho para enfrentar o caso, o que teria dificultado muito mais as coisas”, admitiu.
 
Por fim, Andrea contou que foi difícil perder o teste do Catar depois de participar da apresentação da RS-GP. A Aprilia chegou a sugerir que o piloto permanecesse em Losail por mais um dia após o lançamento.
 
“Eu declinei e voltei na mesma tarde. Ver aquela moto com tanto potencial e não poder pilotá-la foi um verdadeiro sofrimento”, contou. “Era como ver a sua mulher indo para cama com outro homem diante dos seus próprios olhos. É o pior que pode lhe acontecer, fiquei com ciúmes e preferi ir embora. É como dizem nesses casos: o que os olhos não veem, o coração não sente”, concluiu.
 

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